Leonardo Boff
Em 09/11/2008 publiquei, RESSONÂNCIA ACHUMANN , de Leonardo Boff, um texto que considerei muito interessante.
Hoje vou partilhar convosco, do mesmo autor, “Oficialmente Velho”, que recebi por email, em forma de PPS.
Espero que seja do vosso agrado.
Oficialmente Velho
Neste mês de dezembro completo 70 anos.
Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho.
Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira. Esta possui uma dimensão biológica, pois irrefreavelmente o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas.
De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas.
Mas há um outro lado, mais instigante.
A velhice é a última etapa do crescimento humano.
Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino. Estamos sempre em gênese.
Começamos a nascer, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer. Então entramos no silêncio. E morremos.
A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e finalmente terminar de nascer.
Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo: ”na medida em que definha o homem exterior, nesta mesma medida rejuvenece o homem interior”(2Cor 4,16).
A velhice é uma exigência do homem interior.
Que é o homem interior? É o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical.
Esta identidade devemos encará-la face a face.
Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe. Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis.
Eu, por exemplo, fui franciscano, padre, agora leigo, teólogo, filósofo, professor, conferencista, escritor, editor, redator de algumas revistas, inquirido pelas autoridades doutrinais do Vaticano, submetido ao “silêncio obsequioso” e outros papéis mais.
Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha.
Então deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos:
- Afinal, quem sou eu?
- Que sonhos me movem?
- Que anjos que habitam?
- Que demônios me atormentam?
- Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério?
Na medida em que tentamos, com temor e tremor, responder a estas indagações, vem a lume o homem interior. A resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do Inefável.
Este é o desafio para a etapa da velhice.
Então nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina.
Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida.
Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria.
É ilusão pensar que esta vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.
Por fim, importa preparar o grande Encontro.
A vida não é estruturada para terminar na morte mas para se transfigurar através da morte.
Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a Última Realidade, feita de amor e de misericórdia.
Ai saberemos finalmente quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.
Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: ”contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade”.
Por fim, alimento dois sonhos, sonhos de um jovem ancião:
- o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue;
- e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa:”eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver”.
Mas como isso é irrealizável, só me resta aprender na escola de Deus. Parafraseando Camões, completo:
- mais vivera se não fora, para tão longo ideal, tão curta a vida.
Leonardo Boff
(Teólogo brasileiro)
14/12/1938, Concórdia (SC)
Neto de italianos que migraram para o sul do Brasil no final do século 19, Leonardo Boff, garoto ainda, com 11 anos, partiu de sua cidade natal, Concórdia, com destino ao seminário de Luzerna, no Vale do Rio do Peixe (SC), certo de que o seu futuro era o da fé. Fez estudos avançados em universidades de prestígio, como Wurzurburg, Lovaina e Oxford, doutorando-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique, Alemanha, em 1970. Ficou conhecido pelos seus trabalhos sobre a Teoria da Libertação
Seus textos serviram de base para novas gerações de teólogos latino-americanos. Mas ao combinar a Bíblia com a política, desagradou às autoridades eclesiásticas. Em 1984, como punição pelo livro Igreja, Carisma e Poder (1981), no qual chega a criticar a própria estrutura da Igreja, foi chamado a dar explicações ao Vaticano, sendo condenado a um "silêncio obsequioso" por um ano, sendo proibido de se manifestar publicamente
Em 1992, ao ser condenado novamente, o teólogo, resolveu pedir dispensa do sacerdócio.
Atualmente, além de um grande teórico da fé, destaca-se como um idealista: cria e assessora Comunidades Eclesiais de Base, para as quais prega a luta por uma sociedade mais justa e humana, na qual os pobres não devem simplesmente aceitar a condição de miséria como algo natural, mas agir em favor da justiça social. Professor emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, publicou mais de 70 livros.
Espero que seja do vosso agrado.
Oficialmente Velho
Neste mês de dezembro completo 70 anos.
Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho.
Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira. Esta possui uma dimensão biológica, pois irrefreavelmente o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas.
De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas.
Mas há um outro lado, mais instigante.
A velhice é a última etapa do crescimento humano.
Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino. Estamos sempre em gênese.
Começamos a nascer, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer. Então entramos no silêncio. E morremos.
A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e finalmente terminar de nascer.
Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo: ”na medida em que definha o homem exterior, nesta mesma medida rejuvenece o homem interior”(2Cor 4,16).
A velhice é uma exigência do homem interior.
Que é o homem interior? É o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical.
Esta identidade devemos encará-la face a face.
Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe. Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis.
Eu, por exemplo, fui franciscano, padre, agora leigo, teólogo, filósofo, professor, conferencista, escritor, editor, redator de algumas revistas, inquirido pelas autoridades doutrinais do Vaticano, submetido ao “silêncio obsequioso” e outros papéis mais.
Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha.
Então deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos:
- Afinal, quem sou eu?
- Que sonhos me movem?
- Que anjos que habitam?
- Que demônios me atormentam?
- Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério?
Na medida em que tentamos, com temor e tremor, responder a estas indagações, vem a lume o homem interior. A resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do Inefável.
Este é o desafio para a etapa da velhice.
Então nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina.
Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida.
Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria.
É ilusão pensar que esta vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.
Por fim, importa preparar o grande Encontro.
A vida não é estruturada para terminar na morte mas para se transfigurar através da morte.
Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a Última Realidade, feita de amor e de misericórdia.
Ai saberemos finalmente quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.
Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: ”contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade”.
Por fim, alimento dois sonhos, sonhos de um jovem ancião:
- o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue;
- e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa:”eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver”.
Mas como isso é irrealizável, só me resta aprender na escola de Deus. Parafraseando Camões, completo:
- mais vivera se não fora, para tão longo ideal, tão curta a vida.
Leonardo Boff
(Teólogo brasileiro)
14/12/1938, Concórdia (SC)
Neto de italianos que migraram para o sul do Brasil no final do século 19, Leonardo Boff, garoto ainda, com 11 anos, partiu de sua cidade natal, Concórdia, com destino ao seminário de Luzerna, no Vale do Rio do Peixe (SC), certo de que o seu futuro era o da fé. Fez estudos avançados em universidades de prestígio, como Wurzurburg, Lovaina e Oxford, doutorando-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique, Alemanha, em 1970. Ficou conhecido pelos seus trabalhos sobre a Teoria da Libertação
Seus textos serviram de base para novas gerações de teólogos latino-americanos. Mas ao combinar a Bíblia com a política, desagradou às autoridades eclesiásticas. Em 1984, como punição pelo livro Igreja, Carisma e Poder (1981), no qual chega a criticar a própria estrutura da Igreja, foi chamado a dar explicações ao Vaticano, sendo condenado a um "silêncio obsequioso" por um ano, sendo proibido de se manifestar publicamente
Em 1992, ao ser condenado novamente, o teólogo, resolveu pedir dispensa do sacerdócio.
Atualmente, além de um grande teórico da fé, destaca-se como um idealista: cria e assessora Comunidades Eclesiais de Base, para as quais prega a luta por uma sociedade mais justa e humana, na qual os pobres não devem simplesmente aceitar a condição de miséria como algo natural, mas agir em favor da justiça social. Professor emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, publicou mais de 70 livros.
Obrigada pela partilha deste texto fantástico. Muitos beijos.
ResponderEliminarMariazita, este ex-frade, ex-padre, ex-político do lulla, escreve bem mas é um falso cristão, adepto do socialismo barato, aquele das milícias sul-americanas...
ResponderEliminarMas estava com saudades de ti, vens pouco. Um bom domingo e um beijo do ZC
Acompanhei, como muitos de nós, o percurso deste teologo!
ResponderEliminarMuitos discordam dele, muitos concordam com ele, mas todos sabem que ele sempre teve e tem, como paradigma de actuação na vida, os ensinamentos e o exemplo da vida Cristo.
Mesmo aquando do seu "julgamento" canónico, isso não foi posto em causa e eu, muito sinceramente admiro a coragem, a lucidez e a luta deste homem pela erradicação da pobreza e das desigualdades.
Fico-lhe muito grato por o ter aqui trazido hoje. Textos com esta sabedoria e luminosidade de espírito fazem-me muito bem!
Um beijinho com amizade.
Só mesmo quem não conhece a obra deste homem se permite tecer comentários como os do amigo Zé Carlos.
ResponderEliminarAbraços
As verdades, os valores e os princípios não perdem valor por serem veiculadas por pessoas de direita ou de esquerda, de uma ou outra religião. Os bons ensinamentos são sempre bem recebidos em minha casa, nos meus blogues.
ResponderEliminarMuito agradeço à Mariazita trazer aqui textos como este, de muito valor humano.
Beijos
A. João Soares
Querida Mariazita,
ResponderEliminarMuito interessante mesmo esse artigo sobre a velhice e o ato de viver, de Boff, um intelectual de reconhecido valor. Olhe, conheço o "Ressonância Achumann", que um amigo me mandou, em PPS, que tenho arquivado. É impressionante. Um beijo carinhoso.
Obrigada pela partilha ,deste texto maravilhoso. Confesso a minha ignorância sobre o autor.
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Querida amiga,
ResponderEliminarobrigada pela partilha deste texto maravilhoso, que nos ajuda a crescer, e nos oferece tão bons ensinamentos.
Beijinhos,
Ana Martins
Querida Paula
ResponderEliminarAs tuas palavras significam que gostaste. Que bom!
Obrigada!
Uma noite feliz
Beijinhos
Mariazita
Caro Zé Carlos
ResponderEliminarLamento que tenhas essa opinião duma pessoa que admiro bastante.
Não ponho em dúvida que o teu conhecimento seja muito maior do que o meu, e respeito a tua opinião. Mas devo dizer-te que não coincide com a minha, que formei através de muitos textos que li, dele, e acerca dele.
Eu também já tinha saudades de te ver por cá. Vê se apareces...
Beijinhos
Mariazita
Querido amigo com senso
ResponderEliminarAgradar a todos é impossível. Nem Jesus Cristo conseguiu!
Por isso não admira que se leiam textos que o põem nas alturas e outros nem tanto...embora estes últimos, confesso, sejam bastante raros.
Eu li bastante a seu respeito, e devo dizer que fiquei a admirá-lo.
Agradeço muito a sua presença aqui, que me deu um prazer enorme, e faço votos sinceros para que os seus problemas se vão resolvendo, dentro do possível.
Beijinhos com grande amizade
Mariazita
Olá, Spectrum
ResponderEliminarAgradeço a visita e, pelo que deduzo, ter gostado do post.
O amigo Zé Carlos tem a sua opinião, que, por acaso, não é coincidente com a minha, mas não deixa, por isso, de ser respeitável.
Vivemos num país democrático...pelo menos é o que se diz...
Obrigada, e uma noite boa.
Um abraço
Mariazita
Querido amigo João
ResponderEliminarEu sei que os valores que o norteiam são baseados nos bons e sãos princípios, que, se for a ver bem, estão nos fundamentos de qualquer religião, e são seguidos, muita vezes, por pessoas sem qualquer religião.
Do mesmo modo podem ser professados por pessoas de esquerda, de direita ou de centro, ou até de lugar nenhum...
O Homem é que, por vezes, os deturpa, e faz deles mau uso.
Mas disso ninguém tem culpa, a não ser o próprio Homem. (entende-se o Homem por humanidade, evidentemente)
Uma noite tranquila
Beijinhos
Mariazita
Querido amigo Francisco
ResponderEliminarAlegra-me que tenha gostado deste texto de Boff.
Aqui no post, não sei se reparou, tem o link para um post em que publiquei a ressonância Schuman.
Tenho mais textos arquivados...qualquer dia, quem sabe, talvez publique outro.
Uma noite muito feliz.
Beijinho carinhoso
Mariazita
Querida Elvira
ResponderEliminarApesar de todos os problemas conseguiste arranjar um espacinho para apareceres.
Obrigada, amiga, agradeço mesmo.
Quando tiveres oportunidade ( e mais disponibilidade...) procura informar-te acercade de Leonardo Boff. Vale a pena!
Uma noite descansada e uma boa semana.
Beijinhos
Mariazita
be
Querida amiga Ana Martins
ResponderEliminarConcordo que este texto pode ser de grande ajuda para quem souber apreciá-lo e dele tirar ensinamentos. É de grande profundidade.
Uma noite muito feliz.
Beijinhos
Mariazita
Excelente, mesmo!
ResponderEliminarO Vaticabo é fértil nestas censuras equivalentes ás antigas fogueiras da Inquisição, chefiada por Ratzinger até tomar posse como Bento XVI.
Em Portugal temos também um caso exemplar: Padre Mário da Lixa.
Feliz semana.
Querida Sónia
ResponderEliminarTem toda a razão, o dia que vai nascer será o que dele fizermos.
Esperemos que o sol ajude, brilhando...
Uma boa semana
Beijinhos
Mariazita
Querida São
ResponderEliminarTodos nós sabemos quanto foram vítimas de perseguição os que defenderam e lutarem pelos direitos dos mais desfavorecidos.
Vou tentar recolher informação acerca do "nosso" Padre Mário da Lixa, já que dele apenas conheço o nome e uma ou outra coisa muito ao de leve.
Uma boa semana.
Beijinhos
Mariazita
Portaria ILEGAL
ResponderEliminarLogo que me seja possível irei visitar esse espaço, mas não porque me interesse aprender a roubar Portugal.
Penso que já há especialistas em quantidade suficiente...
Um abraço
Mariazita
Mariazinha
ResponderEliminarConhecendo um pouco o pensamento de Leonardo Boof, por várias leituras e porque me interesso pela sua doutrina, expressa na Teoria da Libertação. Também pelo trecho que apresentas, acho-o uma personalidade carismática e fascinante.
Beijimho
Daniel
Mariazita:
ResponderEliminarQuanto mais velha fico, menos sei. Tenho 45 anos e lapsos de memória incríveis, tenho problemas de saúde que não tinha antes dos 39 e a minha vida de modo algum está completa. Talve Leonardo Boff tenha mais sorte, porque tem fé, coisa que nunca perdi, posto que nunca tive. Espero que ele consiga realizar os seus últimos desejos.
Beijos,
Renata
PS: E é um grande homem, sujar-lhe a imagem por razões ideológicas é a coisa mais vil que li aqui.
Mariazita querida! Que Tantão de texto bonito! Gosto e aprecio muito os discursos de Leonardo Boff, seja cristão ou não, ideologias políticas e religiosas a parte, tenho grande admiração por seus discursos, de forma geral. E possuo algumas revistinhas com fitas dele...
ResponderEliminarCoincidência, faço um post sobre idade, posto que completei 53 anos no dia 28....
Grande beijo e parabéns pelo proveitoso texto, que veio a calhar!
Caro Daniel
ResponderEliminarAlegra-me que sejas apreciador de Leonardo Boff.
Também eu conheço um pouco da sua obra, e por isso o admiro bastante.
Uma boa semana.
Beijinhos
Mariazita
Querida Renata
ResponderEliminarTanto quanto sei você teve que vencer uma doença bastante grave, não faz muito tempo.
E isso deixa as suas mazelas, não se esqueça...
Vá com calma, procure adaptar-se e arranjar estratajemas para tornear esses pequenos inconvenientes, e verá que vai viver muitos e bons anos.
A falta de memória ataca cada vez mais cedo -:)))
Uma noite feliz.
Beijinhos
Mariazita
Querida Sam
ResponderEliminarSabe que eu não ligo nada àquilo que as pessoas são a nivel de ideologias políticas ou religiosas.
Tratando-se de artistas (poetas, pintores, escritores...) se as sua obras me agradam, tanto me basta. O que pensam não me interessa, mas sim o que produzem.
Tenho que ir ver esse post...Hoje não vai dar, com certeza, mas amanhã vou. E, para já, um beijinho de parabéns...atrasados.
Uma noite feliz, até amanhã.
Beijinhos
Mariazita
_______________________________
ResponderEliminarLeonardo Boff...Algumas vezes, gostei muito dele, em outras, nem um pouco...
Muito bom o texto que nos trouxe, amiga!
Obrigada!!!
Beijos no coração...
_________________________________
Olá, arredada - do meu síto... por que será?! -, Mariazita! ´
ResponderEliminarExcelente texto!
Em 1º, quero lembrar que só mesmo formalmente aos 70 anos hoje se é velho. A Demografia faz-nos crer k a velhice se mede hoje em função do número de anos que se expecta viver - hoje muito mais... por tal e tal e tal... -, e não em função do nºde anos vividos.
Depois, em 2º, portanto, segredar-vos que acredito que um dia a ciência vai tornar possível o k vou defender a seguir:
Se te cortarem uma perna, tu, se a tiveres por perto - conservada -, podes dizer: aquela perna é minha;
se te cortarem a outra e tiveres as mesmas condições, dirás, aquelas pernas são minhas, já não as uso, mas são minhas;
depois um braço, e tal e tal e tal; depois o outro, e tu: tal e tale tal; depois, já ligado às máquinas, as quais te proporcionarão a circulação de sangue com nutrientes e oxigénio no cérebro, tu podes dizer............ aquele corpo é meu. Já não o utilizo, mas é meu.
Bem, afinal quem és tu? És o corpo; és o cérebro... É que nunca dizes: é eu... dizes sempre: é meu!
Então o corpo não és tu, é teu... Ok, és o cérebro?... Não o posso provar, por ora!, acredito, porém, que este, como o resto do corpo, servem o eu... o eu imortal... o eu não orgânico.
Se assim for, o nobre senhor autor do texto estará, como avonde encontramos mundo afora, equivocado. O fim da harmonia sistémica no conjunto de orgãos k nos constitui não representa morte como a entendemos. Representa tão só uma transição... natural! Tu nunca morres, morre algo teu... Tu nunca envelheces, envelhece algo teu.
Para onde vai o teu eu? Sreiu lá! Quiçá para outro sistema orgânico recém nascido; quiçá rumo a um inefável vogar no ETER... Até nova transição, sempre sem morte do EU!
E pronto, foi mais uma tolice!
Bjs
Querida Zélia
ResponderEliminarPenso que isso acontece às vezes, com os mais diversos autores - escrevem coisas de que gostamos imenso, e de vez em quando lá aparece uma ou outra coisa que detestamos.
Com este texto tive a sorte de lhe agradar... Ainda bem!
Uma boa semana.
Beijos com carinho
Mariazita
Penso que todos nós temos um caminho, todos podemos dar algo á humanidade , e como não sabemos a hora da partida estamos sempre a tempo de aprender, e de recomeçar, no fundo a vida é feita para isso para ser um eterno aprendizado
ResponderEliminarbeijinhos
Meu caro Carlos Gil
ResponderEliminarVou começar pelo fim, dizendo – tolice nada!
E, plagiando-te, acrescento : o teu comentário é um verdadeiro tratado.
Concordo, dum modo geral, com tudo o que dizes, até porque…
Acredito que existe uma outra vida, sob uma outra forma, para além desta a que se convencionou chamar VIDA.
E se, ao fazermos a grande viagem, nos desprendemos da nossa parte física, então podemos concluir, que o corpo é nosso, pertence-nos, mas não é o nós que somos.(o eu que eu sou) (esse migra para qualquer lugar – o ÉTER – may be…).
GOSTEI muito da tua análise.
E, terminando pelo princípio (a propósito de "arredada"): os projectos, enquanto projectos, não passam de projectos.
Depois de aprovados (quando o são) precisam ser ultimados. E isso demora tempo.
Percebeste ou queres que te faça um desenho???
Aquele beijinho
Mariazita
Querida Luna
ResponderEliminarÉ isso mesmo, a vida, para valer a pena, tem que constituir um contínuo aprendizado.
Se assim não for...pouco valor terá!
Obrigada, uma noite feliz.
Beijinhos
Mariazita
Por vezes não podemos dizer a verdade ... (toda).
ResponderEliminarCom a igreja dos privilégios e mordomias que pairam por todo o lado (agora são mais diminutas) o surrealismo, (mas as outras religiões também possuem tectos baixos para a "mole humana") das teorias, até nos deixam revoltados por nascermos numa época que ainda é comandada pela mentira e pior, pela imposição dessa mentira.
Li algo sobre Leonardo Boff.
Tem razão, dentro da sua óptica, que alguns tentaram calar à força ... mas a verdade flutua sempre.
Sou um contestatário.
Nem sei se sou religioso.
Acredito em coisas que poucos acreditam e não ligo ao que a maioria idolatra.
Eu não vivi na inquisição, nem mandei queimar livros.
Não sou bélico, nem pastoreio rebanhos.
Sou um ser vivo que acredito que hoje, é o dia para se viver e o amanhã ... é isso ... logo se verá!
Obrigado por gostares, mariazita. Por teres gostado e por gostares, pois de agora vivemos e, sempre k queiras, podes aqui, no teu sítio, vir gostar!
ResponderEliminarEu venho aqui em muitos agoras pq sim. Me apraz, me satisfaz!
Sim, compreendido. Não gastes papel... nem tinta!
Bjs
Amiga Mariazita!!!
ResponderEliminarCá estou...
Adorei o texto. É daquela forma que eu aprendi a encarar a vida e o passar dos anos. Para mim, o envelhecer do corpo tem-se traduzido no rejuvenescer da alma.
Talvez por esse motivo não tenha qualquer problema com as marcas exteriores da idade. Gosto imenso dos fios prateados no meu cabelo. Ainda não são muitos, mas mesmo quando forem não penso nunca escondê-los. São para mim como que condecorações por sofrimentos e dificuldades ultrapassadas, por aprendizagens conseguidas...
Gostei muito de te ler.
Desculpa comentar pouco, ultimamente.
Muitos beijinhos e um xi-coração
Fenix
Meu caro Zé Torres
ResponderEliminarContinua em grande forma, como se pode ver...
Que bom! Fico mesmo muito feliz de o ver assim.
Pois continue a ser contestatário, a não ser religioso, a acreditar ou não no que quiser...enfim, seja como quiser ser, mas...continue a aparecer (de preferência com saúde - e, já agora, com dinheiro p'rós copos -:))).
Obrigada por expressar aqui a sua opinião.
GOSTI! (não me esqueci...)
Aquele abraço
Mariazita
Meu caro Carlitos
ResponderEliminarPois sim, me apraz, sim!
E se te apraz...
aparece, rapaz!
Aquele beijito, sim?
Mariazita
Querida Fénix
ResponderEliminar"Nem sempre o sol brilha,
também há dias em que a chuva cai...", ou, parafraseando o nosso grande Raul Solnado:
"A vida é como os interruptores - umas vezes para cima, outras vezes para baixo" - que é como quem diz:
-Umas vezes estamos "on", outra vezes estamos "off"...
Mas...há que ter calma, porque...tudo passa! São as leis naturais da vida.
O avançar da idade! Ora aí está uma das muitas coisas que não se podem evitar.
Assim sendo...o remédio é aceitar - de preferência alegremente - e tirar o melhor partido das coisas boas que sempre vão aparecendo.
Há uma dorzita aqui, outra ali? Um fio branco na cabeça? Uma rugazita que ontem não estava ali???
Sem drama! A cada um destes pormenores - porque não passam de pormenores - há um acréscimo de sabedoria, de experiência de vida.
E ISTO é que só se adquire com o avançar da idade!
Um grande abraço e
beijinhos
Mariazita
Como ficou aqui descrito no texto, a "Teoria de Schumann" conclui que, devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas (os cálculos são complexos e confusos para mim, pelo que deixo apenas o resultado final). Em consequência defende que a percepção de que tudo se está a passar muito rápido com base real na ressonância Schumann.
ResponderEliminarConclui-se ainda que a Terra, esse super-organismo vivo que é o nosso planeta, está à procura da recuperação do seu equilíbrio natural, como aparentemente o faz há milhões de anos.
Segundo o cientista James Lovelock, criador da teoria de GAIA, a terra que tem mecanismos para regular suas próprias funções, como no organismo humano. E aquecimentos, poluições, desflorestações e a ressonância Shumann, nada mais são do que GAIA pedindo socorro. O problema é que essa auto-regulação (que alguns defendem já estar a atingir picos de não retornos), poderá ter um preço incalculável para a nossa actual biosfera e consequentemente para todas as criaturas vivas do planeta, em particular os seres humanos.
Não querendo aqui ser profeta da desgraça, nem fazer futurismo de cenários catastróficos do fim dos dias, não deixa de ser importante revermos a nossa posição enquanto espécie neste planeta, tendo sempre em mente que somos meros hóspedes e que se dermos cabo da nossa casa, não teremos outra para viver.
Sinceramente conheço mal o percurso do teólogo Leonardo Boff. Mas admiro a sua coragem na luta pela erradicação da pobreza e das desigualdades. A injustiça Social constitui uma ofensa à dignidade pessoal e um desrespeito pelos direitos humanos, que só nos pode incitar ao profundo inconformismo. É esse inconformismo que se deve transformar numa energia colectiva positiva, capaz de nos fazer caminhar no sentido da erradicação das causas produtoras e reprodutoras da pobreza e da exclusão social.
Pergunto ao Zé Carlos: que estragos é que a teologia da libertação causou ao seu país?
PS: Mariazita, peço desculpa por esta invasão à sua casa.
Ná, eu considerar-me-ei oficialmente velho quando olhar para um céu nebulado e em vez de ursos, coelhos e gaijas boas vislumbrar apenas nuvens. Ou isso ou quando me esquecer que escrevi isto...
ResponderEliminarBeijo!
Caro Darwin
ResponderEliminarO que tenho a dizer da invasão é que foi muito agradável (fossem todas assim…)
Gostei!
O tempo, ou a noção que dele temos, é relativa. Basta pensar no tempo que demora a passar um minuto com dores, e no tempo que demora a passar um minuto com um bombom a desfazer-se na boca.
Isso mão invalida que a Teoria da Ressonância Schumann possa ter o seu fundo de verdade, ou até, quem sabe, esteja 100% correcta.
Não podemos esquecer que é uma teoria…e tenho sérias reservas de que alguma vez se possa comprovar. Contudo, muitas teorias que nunca foram comprovadas, acabaram por verificar-se, na realidade, como certas. Lembremo-nos de Galileu; não precisamos de ir mais longe.
A Teoria de Gaia, que defende que a terra é “um ser vivo”, é interessantíssima (eu acho…) Partindo desse pressuposto (ser vivo) o planeta terá condições/capacidade para se regenerar, recompondo-se dos efeitos das agressões de que é vítima por parte da acção do Homem.
Mas até que ponto e até quando isso vai acontecer? Essa é a grande dúvida, para a qual não se vislumbra resposta.
O Homem agride a natureza de forma sistemática e continuada. Nenhum ser vivo aguenta isso, por tempo indeterminado, sem explodir.
Surgem tsunamis, abalos sísmicos, erupções vulcânicas, tornados e outras catástrofes.
O degelo que está acontecendo na calota polar, na sequência do aquecimento global, poderá causar a elevação do nível das águas dos mares e dos rios, inundações, e tudo o resto que é lícito pensar que possa suceder a partir daí.
Eu também não quero fazer, e não faço, futurologia.
Mas se o Homem não arrepiar caminho…não auguro nada de bom!
Esta “conversa” seria elástica, se para tanto houvesse tempo.
Mas outros valores mais altos de alevantam!
Amanhã é dia de novo post aqui na casa…É sempre à quinta-feira e domingo.
Vou por os neurónios a trabalhar…
Agradeço muito a sua visita. Mesmo!
Uma noite feliz.
Um abraço
Mariazita
PS – Claro que se entende Homem por humanidade - da qual as mulheres também fazem parte -:)))
PS PS - O Zé Carlos exprimiu a sua opinião livremente, como é habitual fazer-se nesta casa.
Por acaso a opinião dele não é coincidente cam a minha, mas nem por isso é menos respeitável.
Desde que seja apresentado com educação e respeito, e não seja provocatório, nenhum comentário será eliminado.
Boa noite.
Olá, Rafeiro
ResponderEliminarNão te assarapantes! Até seres velho ainda vais ter que comer muito pão.
E nessa altura, esses sinais de que fales, já deixaram de existir!
É o avanço da ciência, meu amigo!
Uma beijoca.
Mariazita
Ok, já sei... muito trabalho!
ResponderEliminarbjs
- Ei, pessoal, sim, vocês daqui! Boa noite! A Mariazita já está a fazer óó!
Mariazita
ResponderEliminarEste texto reflexão de Leonardo Boff é maravilhoso, obrigado pela partilha.
Considero a frase "vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer" a síntese perfeita da vida humana caminhando.
Beijos
Carlos Rebola
Olá, Carlitos
ResponderEliminarA essa hora, se a insónia não me atacou...estava, com certeza!
Beijocas
Mariazita
Caro Carlos Rebola
ResponderEliminarConcordo, o texto é muito bom.
E a frase que apontas é, sem dúvida, absolutamente representativa do que é a vida, na sua essência.
Obrigada por partilhares conosco a tua opinião.
Beijinhos
Mariazita
Querida Mariazita
ResponderEliminarUm excelente texto! Obrigada por acrescentar a biografia.
Vale o lema«Lutar sempre pela Justiça Social»! Até quando?!
Boas Festas.
Um beijinho
Beatriz