terça-feira, 8 de março de 2022

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, que hoje se celebra, vou repor um poema que intitulei “DA MULHER”. Se quiser pode ouvir a gravação do mesmo dita por mim, e seguir as palavras abaixo.







DA MULHER

Ó avô

- Será verdade o que da Mulher se diz?

- Que queres saber, meu petiz?

- Dizem que em era passada

A Mulher foi maltratada, desprezada,

Humilhada,

E até violentada…

- É verdade, sim, meu neto.

- Mas porquê? Isso não parece certo…

- És ainda muito novo, para entenderes o povo.

- Podes-me contar, avô, como tudo começou?

- Escuta com atenção. Vou tentar contar-te, então.

Defendem alguns, com grande convicção,

Que nos primórdios do mundo

A Mulher iniciou a Criação.

Nasceu um culto à Deusa Mãe, venerando Gaia,

A Mãe Terra.

Como da Mulher nasciam filhos,

 dela nascia vida, calor, água e pão.

- Isso é tão bonito, avô! Mas porque é que se alterou?

- Há várias opiniões. Dizem que houve invasões,

de homens indo-europeus, só ódio nos corações.

Altos, fortes, audazes, com armas

e dominando cavalos,

destroçaram pacíficas civilizações.

Impuseram seus deuses guerreiros, ferozes:

Deus da tempestade, com o raio e o trovão…

O deus solar, Deus Sol, com a adaga e a espada…

Transportando-se num carro, numa ou noutra ocasião.

A Deusa foi dominada, pelos deuses suplantada,

E a Mulher escravizada.

- Mas isso aconteceu há muito tempo, avô…

- Sim, há muitos milhares de anos.

Mas a história ainda não acabou.

- Ainda há mais, avô? Conta, conta, por favor…

- Ouve, então, com atenção, esta outra versão:

Reza história muito antiga

Que Eva, a Mulher primeira,

Veio ao mundo para gerar

no seu ventre,

e à luz dar, acarinhar, amar…

E após tanta canseira

por seu filho a vida dar.

- Mas tudo isso, avô, é bem digno de louvor.

Porquê, então, o rancor

Que o homem mostra sentir,

e o levou a infligir

tanta dor?

- Para isso, querido neto, o avô não tem resposta.

Uns dizem que foi castigo, só porque Eva pecou

 e o Adão arrastou.

Outros dizem que é sina, que à Mulher foi imposta.

Mas com o passar do tempo tudo se modificou.

- Hoje tudo está diferente, não é verdade, avô?

A Mulher tem liberdade, pode dispor de si mesma,

Sem ao homem consultar e sem dele depender…

- Nem tudo foi corrigido, ainda há muito a fazer.

Há mulheres escravizadas,

maltratadas, torturadas,

e isso tem de acabar.

Para o mundo melhorar, e a injustiça terminar,

O Homem tem de entender:

Com toda a tecnologia e avanço da ciência,

fertilizando ou clonando,

com a maior sapiência,

é da Mulher que o Homem

continuará a nascer.

 Deus, que é Deus, para humano se tornar

 e o mundo tentar salvar,

o corpo da Mulher teve de usar.

 

Mariazita


terça-feira, 1 de março de 2022

DIA DA MULHER

 DESTAQUE PARA UMA MULHER


Como é habitual, no mês de Março, que hoje se inicia, celebra-se, o “Dia Internacional da Mulher”, precisamente no dia 08. Esta celebração, que ocorre a nível mundial,  destina-se a enaltecer o papel da Mulher na sociedade, e a sua eterna luta pelos seus direitos, tantas vezes desprezados.

É comum as mulheres serem presenteadas com flores ou outros mimos, e, nalguns lugares, haver mesmo eventos dedicados a enaltecer o seu valor.

Toda a gente, dum modo geral, já ouviu falar numa ou noutra mulher que teve lugar de relevo na luta pelos seus direitos – lembremos as mulheres que, em Nova Iorque, no dia 25 de Março de 1911, foram vítimas dessa mesma luta, tendo visto, como represália,  serem queimadas as fábricas onde trabalhavam e onde mais de uma centena  pereceu no meio das chamas.

Hoje ocorre-me falar-vos de uma Mulher, não muito conhecida, mas que, a seu modo, lutou bravamente pelos direitos das mulheres.

Nascida em 5 de Maio de 1864, na Pensilvânia, Elizabeth Cochran cedo se revelou contrária às regras à data em vigor , no que se referia à condição feminina.

Discordando da ideia de que as mulheres só poderiam contribuir para a sociedade trabalhando em casa, e num tempo em que se dizia que Jornal “não era lugar para mulher",  aos 18 anos ela já trabalhava como jornalista, usando o pseudónimo de Nellie Bly.

Contrariamente ao que era habitual na época, ela escreveu sobre questões feministas, chamando a atenção para os pouquíssimos  direitos das mulheres.

Com o desejo de crescer dentro do jornalismo mudou-se para Nova Iorque, conseguindo, de imediato,  emprego no jornal New York World.

Como prova de fogo, logo de início foi-lhe destinada uma reportagem num hospital psiquiátrico, acerca do qual corriam boatos de que os internados eram vítimas de abusos praticados pelos funcionários. Até à data ninguém tivera a coragem de investigar a veracidade do que se dizia.

Com a promessa de que a fariam ter alta em dez dias, Elizabeth aceitou o maior desafio da sua vida. Mas nunca poderia imaginar como seria difícil.

Nellie Bly (Elizabeth Cochran) teve de se disfarçar, fingindo-se de demente, para poder introduzir-se no hospital .

Bastaram-lhe as primeiras impressões lá dentro para ficar horrorizada.

O número de pacientes era, seguramente, o dobro do que o hospital deveria abrigar. A alimentação era miserável – pão velho, carne meio podre, e água suja. A higiene era inexistente, e viam-se ratos por todo o lado.

A doença mental de Nellie era fingida, mas as condições do hospital bastariam para levar qualquer um à loucura.

Ela conheceu lá várias mulheres que não tinham nada de loucas, estavam lá apenas porque eram pobres ou não sabiam falar inglês (imigrantes). Enfiavam-nas no manicómio considerando-as indesejáveis.

As mulheres que realmente tinham problemas mentais não recebiam o tratamento adequado. Em vez disso eram submetidas a experiências violentas, abusivas, eram amarradas e sujeitas a métodos que só poderiam ser descritos como tortura.

Cumprindo a promessa que lhe havia sido feita, dez dias depois um advogado foi libertá-la.

As experiências, algumas traumatizantes, vividas no manicómio, deram origem ao impressionante livro “ Dez dias num manicómio”.

Esta publicação e o alvoroço que suscitou, obrigou o governo a implementar mudanças para melhorar a condição dos pacientes.

Com uma força interior incrível, Elizabeth continuou a escrever sobre política, assunto quase exclusivo dos homens. Lutou sempre pelos mais desprotegidos. Denunciou preconceitos.

Prova do seu carácter indomável, da sua sede de saber e conhecer novas terras, novos povos, seus hábitos e costumes, cometeu a proeza de dar a volta ao mundo em 72 dias.

Com as suas acções, exemplo e espírito inquebrantável, Nellie inspirou muitas jovens em todo o país.

Dois anos antes de morrer teve a felicidade de ver as mulheres conquistarem o Direito de Voto.

Elizabeth ficou famosa no país inteiro.

Acabou por falecer em 1922, com 57 anos, vítima de derrame cerebral.

NO PRÓXIMO DIA 08 DE MARÇO FAREI A REPOSIÇÃO DE UM POEMA QUE ESCREVI, DEDICADO À MULHER.

CONTO CONTIGO!!!