quinta-feira, 1 de julho de 2021

NO INÍCIO DESTA NOVA FASE

 NO INÍCIO DESTA NOVA FASE… UM POEMA

Agora que a Nanda foi “pregar pra outra freguesia”… antes que eu lhe siga o exemplo vou passar a fazer umas postagens mais “leves”, que não obriguem a grandes reflexões, das que se lêem em dois minutos 😊.

Vou começar esta nova fase com um poema - provavelmente outros se lhe seguirão, entremeados com um ou outro conto.

Para já, partilho convosco um poema, com o qual, no ano passado, recebi a Medalha de Ouro num concurso internacional, atribuída pela “WSTC – THE WORLD SENIOR TOURISM CONGRESS” , de parceria com a “UNIVERSITÉ TOULOUSE CAPITOLE”.

Começo pelo Certificado: BEST Poem of Scenery Description Awards – Gold Awards

E agora o poema:

 QUIMERA

Recostada na sua cadeira, a velha senhora

Olhando em frente… viu-a!

Começou a desenhar-se na linha do horizonte:

Era branca, diáfana, qual bola de algodão.

Arrastada pelo vento levou para longe sonhos e esperanças.

Em seu lugar ficou apenas o azul forte do céu,

Como rio sem margens e sem cobranças,

E no ar o doce aroma de alfazema trazido pela aragem,

Misturado com o cheiro acre de terra molhada.

O sol, incidindo no rosto da velha senhora,

Levou-a a sentir uma doce sonolência…

E deixou suas sementes enquanto ela dormia.

A visão que foi plantada em sua mente

Ainda permanece entre o som do silêncio,

Em sonhos agitados.

O “espanta espíritos” lança no ar o seu eterno lamento…

Os elefantes, em espiral, tocam-se,

E lembram a sua terra natal, longínqua.

O céu continua dum azul vazio, imperturbável.

Uma visão se aproximou suavemente

E tocou a luz de vozes murmuradas.

Silenciosas gotas de chuva caíram,

Ecoaram no poço sem ruído,

E sussurraram o som de água candente.

- Foi apenas uma nuvem que passou:

Murmurou a velha senhora.


Maria Caiano Azevedo

Junho 2020