NO INÍCIO DESTA NOVA FASE… UM POEMA
Agora que a Nanda foi
“pregar pra outra freguesia”… antes que eu lhe siga o exemplo vou passar a
fazer umas postagens mais “leves”, que não obriguem a grandes reflexões, das
que se lêem em dois minutos 😊.
Vou começar esta nova
fase com um poema - provavelmente outros se lhe seguirão, entremeados com um ou
outro conto.
Para já, partilho
convosco um poema, com o qual, no ano passado, recebi a Medalha de Ouro num
concurso internacional, atribuída pela “WSTC – THE WORLD SENIOR TOURISM
CONGRESS” , de parceria com a “UNIVERSITÉ TOULOUSE CAPITOLE”.
Começo pelo Certificado: BEST Poem of Scenery Description Awards – Gold Awards
E agora o poema:
Recostada na sua cadeira, a velha senhora
Olhando em frente… viu-a!
Começou a desenhar-se na linha do
horizonte:
Era branca, diáfana, qual bola de
algodão.
Arrastada pelo vento levou para longe
sonhos e esperanças.
Em seu lugar ficou apenas o azul forte
do céu,
Como rio sem margens e sem cobranças,
E no ar o doce aroma de alfazema
trazido pela aragem,
Misturado com o cheiro acre de terra
molhada.
O sol, incidindo no rosto da velha
senhora,
Levou-a a sentir uma doce sonolência…
E deixou suas sementes enquanto ela
dormia.
A visão que foi plantada em sua mente
Ainda permanece entre o som do
silêncio,
Em sonhos agitados.
O “espanta espíritos” lança no ar o
seu eterno lamento…
Os elefantes, em espiral, tocam-se,
E lembram a sua terra natal,
longínqua.
O céu continua dum azul vazio,
imperturbável.
Uma visão se aproximou suavemente
E tocou a luz de vozes murmuradas.
Silenciosas gotas de chuva caíram,
Ecoaram no poço sem ruído,
E sussurraram o som de água candente.
- Foi apenas uma nuvem que passou:
Murmurou a velha senhora.
Maria Caiano Azevedo
Junho 2020