sexta-feira, 1 de abril de 2022

MOMENTO DE POESIA - ESTÁTUAS CAÍDAS

 Homenagem às mulheres e homens que, durante o longo e penoso período, autoritário e antiliberal do Estado Novo, tombaram na luta pela defesa dos seus ideais.


ESTÁTUAS CAÍDAS

Comtemplo a tua face pálida,

Caída, como uma estátua morta.

Ouço, a custo, o silvo do teu respirar.

Tombadas, entre os escombros,

Num verdadeiro caos,

Todas as outras que, tal como tu,

Sonharam o sonho lindo da Liberdade.

 

Soltaram-se, por fim, as grilhetas.

Os corpos descansam, exangues,

Cobertos por miríades de borboletas

Que, elevando-se nos ares,

Formam, contra o céu azul de Abril,

A palavra LIBERDADE.

 

Maria Caiano Azevedo