Homenagem às mulheres e homens que, durante o longo e penoso período, autoritário e antiliberal do Estado Novo, tombaram na luta pela defesa dos seus ideais.
ESTÁTUAS CAÍDAS
Comtemplo a tua face pálida,
Caída, como uma estátua morta.
Ouço, a custo, o silvo do teu respirar.
Tombadas, entre os escombros,
Num verdadeiro caos,
Todas as outras que, tal como tu,
Sonharam o sonho lindo da Liberdade.
Soltaram-se, por fim, as grilhetas.
Os corpos descansam, exangues,
Cobertos por miríades de borboletas
Que, elevando-se nos ares,
Formam, contra o céu azul de Abril,
A palavra LIBERDADE.
Maria Caiano Azevedo