Sentem o perfume no ar? É o cheiro do alecrim!
Será mesmo alecrim? Ou será rosmaninho?
Por vezes gera-se uma certa confusão, pensando-se que se trata apenas de uma planta a que se pode dar os dois nomes.
Será mesmo alecrim? Ou será rosmaninho?
Por vezes gera-se uma certa confusão, pensando-se que se trata apenas de uma planta a que se pode dar os dois nomes.
Na realidade são duas plantas distintas, que pertencem à mesma família.
Rosmaninho Alecrim
Em Portugal conhecem-se cinco variedades dessa mesma família, as Lamiáceas ou Labiadas.
Todas exalam um forte e agradável odor. Por isso são muito usadas em perfumaria.
As abelhas sentem uma forte atracção pelas suas flores, o que leva alguns apicultores a plantar rosmaninho perto das colmeias. Assim surge o tão famoso mel de rosmaninho, com um sabor especial que lhe é conferido pelo pólen dessas flores.
Alecrim e rosmaninho são muito utilizados na culinária, quer como tempero, seco ou fresco, ou colocado sobre o carvão, quando se fazem assados na brasa. A carne fica com um sabor especial, e o ambiente agradavelmente perfumado.
São também usados na medicina popular para combater a febre, a tosse e o mal estar do estômago, na forma de infusão, tomada após as refeições.
São-lhes também atribuídas propriedades anti-sépticas, analgésicas, anti-depressivas e anti-reumáticas.
Conta-se que Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita de um anjo (supõe-se ter sido um monge) quando estava paralítica e sofria de gota.
Com o uso do preparado de alecrim recobrou a saúde, a alegria e a beleza.
O rei da Polónia chegou a pedi-la em casamento.
O alecrim é uma planta muito ligada ao misticismo.
Desde a antiguidade é queimado nos templos e igrejas, como incenso, e o seu óleo ainda hoje é utilizado para unção nalgumas religiões.
Gregos e romanos consideravam-no uma planta sagrada.
Em Portugal. No tempo em que as procissões se realizavam com grande esplendor, espalhava-se alecrim e rosmaninho pelas ruas por onde os andores iriam passar.
António Lopes Ribeiro refere-o nos versos de “Procissão”, imortalizados por João Villaret.
Já em 1737 o dramaturgo português António José da Silva escreveu «Guerras do alecrim e mangerona», onde as heroínas, disfarçadas, usavam ramos de alecrim e mangerona (uma espécie de manjericão) , para serem reconhecidas pelos seus amados.
Isto comprova que, também em Portugal, o alecrim sempre foi muito apreciado.
Como gosto muito de lendas - e a prová-lo estão algumas que já aqui publiquei - não resisto à tentação de vos contar uma muito antiga, que ouvi nos meus tempos de “menina e moça”, e que ainda guardo na memória.
Quando Maria e José fugiam com o Menino Jesus a caminho do Egipto, as flores que havia à beira do caminho iam-se abrindo à sua passagem, para os saudar.
O lilás, orgulhoso da sua beleza e perfume, erguia-se bem alto.
O lírio, mais modesto de porte, mas de igual beleza, abria os cálices, contribuindo, assim, para amenizar a jornada dos caminhantes.
O alecrim, sem flores nem beleza, entristeceu, por não ter nada que pudesse oferecer ao Menino.
Depois de uma boa caminhada, encontrando-se Maria já cansada, resolveram parar junto a um rio.
O Menino adormeceu, e Maria aproveitou para lavar as suas roupinhas. Em seguida procurou um lugar para estendê-las.
Os lilases eram muito altos, os lírios muito frágeis…
Foi então que reparou no modesto alecrim, que crescia a seus pés, e nele colocou as roupinhas.
O alecrim suspirou de alegria por, finalmente, poder ser útil ao Menino. E enquanto susteve as roupinhas redobrou de esforços para activar o seu perfume e com ele as impregnar.
Quando Maria as foi apanhar disse:
“Obrigada, gentil alecrim. Daqui por diante cobrir-te-ás de flores azuis, da cor do manto que estou usando.
E, em sinal de agradecimento, não apenas as flores mas também os raminhos que sustentaram as roupas de Jesus, passarão a ser perfumadas.
Abençoo as folhas, o caule e as flores, que, a partir de agora, terão aroma de santidade e espalharão alegria”
É por isso, diz-se, que o alecrim é, todo ele, perfumado, e não apenas as suas flores.
Deixo-vos com um vídeo de que gosto imenso, que fala de alecrim.
“Procissão” por João Villaret
Rosmaninho Alecrim
Em Portugal conhecem-se cinco variedades dessa mesma família, as Lamiáceas ou Labiadas.
Todas exalam um forte e agradável odor. Por isso são muito usadas em perfumaria.
As abelhas sentem uma forte atracção pelas suas flores, o que leva alguns apicultores a plantar rosmaninho perto das colmeias. Assim surge o tão famoso mel de rosmaninho, com um sabor especial que lhe é conferido pelo pólen dessas flores.
Alecrim e rosmaninho são muito utilizados na culinária, quer como tempero, seco ou fresco, ou colocado sobre o carvão, quando se fazem assados na brasa. A carne fica com um sabor especial, e o ambiente agradavelmente perfumado.
São também usados na medicina popular para combater a febre, a tosse e o mal estar do estômago, na forma de infusão, tomada após as refeições.
São-lhes também atribuídas propriedades anti-sépticas, analgésicas, anti-depressivas e anti-reumáticas.
Conta-se que Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita de um anjo (supõe-se ter sido um monge) quando estava paralítica e sofria de gota.
Com o uso do preparado de alecrim recobrou a saúde, a alegria e a beleza.
O rei da Polónia chegou a pedi-la em casamento.
O alecrim é uma planta muito ligada ao misticismo.
Desde a antiguidade é queimado nos templos e igrejas, como incenso, e o seu óleo ainda hoje é utilizado para unção nalgumas religiões.
Gregos e romanos consideravam-no uma planta sagrada.
Em Portugal. No tempo em que as procissões se realizavam com grande esplendor, espalhava-se alecrim e rosmaninho pelas ruas por onde os andores iriam passar.
António Lopes Ribeiro refere-o nos versos de “Procissão”, imortalizados por João Villaret.
Tocam os sinos na torre da Igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia, que Deus a proteja!
Vai passar a procissão.
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia, que Deus a proteja!
Vai passar a procissão.
Já em 1737 o dramaturgo português António José da Silva escreveu «Guerras do alecrim e mangerona», onde as heroínas, disfarçadas, usavam ramos de alecrim e mangerona (uma espécie de manjericão) , para serem reconhecidas pelos seus amados.
Isto comprova que, também em Portugal, o alecrim sempre foi muito apreciado.
Como gosto muito de lendas - e a prová-lo estão algumas que já aqui publiquei - não resisto à tentação de vos contar uma muito antiga, que ouvi nos meus tempos de “menina e moça”, e que ainda guardo na memória.
Quando Maria e José fugiam com o Menino Jesus a caminho do Egipto, as flores que havia à beira do caminho iam-se abrindo à sua passagem, para os saudar.
O lilás, orgulhoso da sua beleza e perfume, erguia-se bem alto.
O lírio, mais modesto de porte, mas de igual beleza, abria os cálices, contribuindo, assim, para amenizar a jornada dos caminhantes.
O alecrim, sem flores nem beleza, entristeceu, por não ter nada que pudesse oferecer ao Menino.
Depois de uma boa caminhada, encontrando-se Maria já cansada, resolveram parar junto a um rio.
O Menino adormeceu, e Maria aproveitou para lavar as suas roupinhas. Em seguida procurou um lugar para estendê-las.
Os lilases eram muito altos, os lírios muito frágeis…
Foi então que reparou no modesto alecrim, que crescia a seus pés, e nele colocou as roupinhas.
O alecrim suspirou de alegria por, finalmente, poder ser útil ao Menino. E enquanto susteve as roupinhas redobrou de esforços para activar o seu perfume e com ele as impregnar.
Quando Maria as foi apanhar disse:
“Obrigada, gentil alecrim. Daqui por diante cobrir-te-ás de flores azuis, da cor do manto que estou usando.
E, em sinal de agradecimento, não apenas as flores mas também os raminhos que sustentaram as roupas de Jesus, passarão a ser perfumadas.
Abençoo as folhas, o caule e as flores, que, a partir de agora, terão aroma de santidade e espalharão alegria”
É por isso, diz-se, que o alecrim é, todo ele, perfumado, e não apenas as suas flores.
Deixo-vos com um vídeo de que gosto imenso, que fala de alecrim.
“Procissão” por João Villaret