(Ficção baseada em factos reais)
...
Imaginou quanto Humberto deveria ter sofrido com a rejeição do pai. E entendeu, então, porque Vicente não gostava que Humberto estivesse presente nos jantares que ofereciam em casa.
FIM DO.EPISÓDIO X
EPISÓDIO XI
Com um terno sorriso estendeu-lhe a mão, que ele segurou entre as suas, silenciosamente.
A partir dessa noite passou a haver uma grande cumplicidade entre ambos. Humberto foi o primeiro a sentir os “pontapés” do bebé, quando este começou a mexer-se.
Com o ventre cada vez maior, Anita começou a ter dificuldade em mover-se com a agilidade habitual, começando a espaçar as suas visitas à Igreja. Por outro lado, o velho pároco andava bastante adoentado, deslocando-se menos vezes a casa de Anita, para os lanchinhos que ele tanto apreciava.
Todos insistiam para que fosse ao médico, mas ele opunha-se, resmungando:
- Não estou doente, estou apenas um pouco cansado. Os anos pesam, mas a idade não é doença. Não preciso de nenhum médico.
O próprio clínico, no fundo, dava-lhe razão. Com os seus quase oitenta anos, tendo levado sempre uma vida sacrificada em prol dos mais desfavorecidos, não admirava que o seu organismo estivesse cansado e falho de forças.
Na verdade, nenhum remédio poderia alterar estes factos.
Um dia… deu-se o inevitável: o velho pároco entregou a alma ao Criador!
A cidade, em peso, lamentou a sua morte, e acompanhou-o à última morada.
Especialmente entre os mais pobres viam-se muitos rostos cobertos de copiosas lágrimas. Haviam perdido um grande amigo e protector.
Anita ficou inconsolável. Recriminava-se a si própria por não ter insistido mais para que o padre cuidasse da sua saúde.
Valeu-lhe, nessa hora terrivelmente difícil, a amizade de Humberto, que a rodeou de todo o carinho, confortando-a, preocupado com o seu estado de avançada gravidez.
Também Vicente se mostrou particularmente compreensivo e cuidadoso com o estado de Anita, lamentando a morte do pároco, por quem nutria uma amizade respeitosa.
Talvez a forte emoção tenha acelerado um pouco a hora de Anita dar à luz; contudo, a gravidez encontrava-se praticamente no seu término, e assim ela teve um parto perfeitamente normal, embora bastante demorado.
Dois dias passados no hospital e Anita regressou, feliz, a sua casa, ao lado do seu marido, trazendo nos braços um lindo e forte menino.
Nunca se sentira tão feliz na sua vida!
Aguardava-a Humberto, radiante e ansioso por pegar no colo o seu irmão.
A casa ressumava felicidade.
Vicente, contrariamente ao que vinha acontecendo nos últimos meses, compareceu aos jantares durante uma semana, todos os dias.
Mostrava-se atencioso com Anita, interessando-se pelo bebé: como tinha passado o dia, se tinha mamado bem, se não tinha chorado…
Humberto, embora tivesse preferido passar os serões sozinho com Anita, sentia-se feliz por ver que o pai parecia ter esquecido as noites de “esbórnia”, e acompanhava Anita, que se sentia ainda bastante fragilizada,
no momento em que ela mais precisava,
Mas tudo isto foi de curta duração, pois, pouco mais de uma semana depois do nascimento do bebé, Vicente retomou as suas saídas nocturnas, a princípio após o jantar, alegando encontros de negócios, e em breve indo mesmo jantar fora de casa.
Com o decorrer dos dias tudo voltou a ser como anteriormente.
Vicente regressava do trabalho, à tarde, dava um beijo distraído à mulher, lançava um rápido olhar ao bebé, mudava de roupa e saía, aparecendo apenas no dia seguinte de manhã.
Anita não se preocupava nada com o procedimento do marido, tratando-o, como sempre, com mal disfarçada indiferença. Aliás, até lhe agradava que assim fosse – seria uma garantia de que o marido não a procuraria para que cumprisse os seus deveres matrimoniais.
Dedicava-se ao seu filho, que crescia forte e saudável. Conversava com Humberto, após o jantar, ambos vigiando o sono do bebé.
A sua vida decorria calma, quase feliz. Apenas uma dor muito fina ainda acordava no seu peito sempre que se lembrava de Arnaldo. Mas rapidamente o afastava do pensamento:
- Não, ele não merecia ser pai do meu filho. Nada fez para me libertar do compromisso que assumiram em meu nome e me obrigaram a manter, contra minha vontade.
Com um terno sorriso estendeu-lhe a mão, que ele segurou entre as suas, silenciosamente.
A partir dessa noite passou a haver uma grande cumplicidade entre ambos. Humberto foi o primeiro a sentir os “pontapés” do bebé, quando este começou a mexer-se.
Com o ventre cada vez maior, Anita começou a ter dificuldade em mover-se com a agilidade habitual, começando a espaçar as suas visitas à Igreja. Por outro lado, o velho pároco andava bastante adoentado, deslocando-se menos vezes a casa de Anita, para os lanchinhos que ele tanto apreciava.
Todos insistiam para que fosse ao médico, mas ele opunha-se, resmungando:
- Não estou doente, estou apenas um pouco cansado. Os anos pesam, mas a idade não é doença. Não preciso de nenhum médico.
O próprio clínico, no fundo, dava-lhe razão. Com os seus quase oitenta anos, tendo levado sempre uma vida sacrificada em prol dos mais desfavorecidos, não admirava que o seu organismo estivesse cansado e falho de forças.
Na verdade, nenhum remédio poderia alterar estes factos.
Um dia… deu-se o inevitável: o velho pároco entregou a alma ao Criador!
A cidade, em peso, lamentou a sua morte, e acompanhou-o à última morada.
Especialmente entre os mais pobres viam-se muitos rostos cobertos de copiosas lágrimas. Haviam perdido um grande amigo e protector.
Anita ficou inconsolável. Recriminava-se a si própria por não ter insistido mais para que o padre cuidasse da sua saúde.
Valeu-lhe, nessa hora terrivelmente difícil, a amizade de Humberto, que a rodeou de todo o carinho, confortando-a, preocupado com o seu estado de avançada gravidez.
Também Vicente se mostrou particularmente compreensivo e cuidadoso com o estado de Anita, lamentando a morte do pároco, por quem nutria uma amizade respeitosa.
Talvez a forte emoção tenha acelerado um pouco a hora de Anita dar à luz; contudo, a gravidez encontrava-se praticamente no seu término, e assim ela teve um parto perfeitamente normal, embora bastante demorado.
Dois dias passados no hospital e Anita regressou, feliz, a sua casa, ao lado do seu marido, trazendo nos braços um lindo e forte menino.
Nunca se sentira tão feliz na sua vida!
Aguardava-a Humberto, radiante e ansioso por pegar no colo o seu irmão.
A casa ressumava felicidade.
Vicente, contrariamente ao que vinha acontecendo nos últimos meses, compareceu aos jantares durante uma semana, todos os dias.
Mostrava-se atencioso com Anita, interessando-se pelo bebé: como tinha passado o dia, se tinha mamado bem, se não tinha chorado…
Humberto, embora tivesse preferido passar os serões sozinho com Anita, sentia-se feliz por ver que o pai parecia ter esquecido as noites de “esbórnia”, e acompanhava Anita, que se sentia ainda bastante fragilizada,
no momento em que ela mais precisava,
Mas tudo isto foi de curta duração, pois, pouco mais de uma semana depois do nascimento do bebé, Vicente retomou as suas saídas nocturnas, a princípio após o jantar, alegando encontros de negócios, e em breve indo mesmo jantar fora de casa.
Com o decorrer dos dias tudo voltou a ser como anteriormente.
Vicente regressava do trabalho, à tarde, dava um beijo distraído à mulher, lançava um rápido olhar ao bebé, mudava de roupa e saía, aparecendo apenas no dia seguinte de manhã.
Anita não se preocupava nada com o procedimento do marido, tratando-o, como sempre, com mal disfarçada indiferença. Aliás, até lhe agradava que assim fosse – seria uma garantia de que o marido não a procuraria para que cumprisse os seus deveres matrimoniais.
Dedicava-se ao seu filho, que crescia forte e saudável. Conversava com Humberto, após o jantar, ambos vigiando o sono do bebé.
A sua vida decorria calma, quase feliz. Apenas uma dor muito fina ainda acordava no seu peito sempre que se lembrava de Arnaldo. Mas rapidamente o afastava do pensamento:
- Não, ele não merecia ser pai do meu filho. Nada fez para me libertar do compromisso que assumiram em meu nome e me obrigaram a manter, contra minha vontade.
FIM DO EPISÓDIO XI
Uma história de vida. Estou a gostar. Muitos beijos.
ResponderEliminarBom demais este capítulo Mariazita! Daqui para frente, teremos certamente o desvendar de mais acontecimentos emocionantes.
ResponderEliminarBeijão, amiga!
Má,
ResponderEliminara cada dia me envolvo mais e mais com a bela Anita ...
Um beijo grande querida
Cada vez mais, tenho vontade de continuar essa prosa que nos chega a conta gotas. Sou muito curiosa.
ResponderEliminarUm beijo, Mariazita,
Renata
Finalmente a luz ao fundo do túnel...
ResponderEliminarAnita e Humberto ainda poderão trazer a felicidade um ao outro.
Se bem que Anita já está completa..., com o filho!
Estou a gostar.
Virei ler a continuação.
Beijinhos
Fenix
(STP)
Amiga Mariazita,
ResponderEliminaruma história verídica, lindíssima que nos deixa completamente apaixonados, e quando estamos todos entusiasmados a ler, eis que aparece: (FIM do XI episódio)
-Que desilusão amiga!!!!!!!
Beijinhos,
Ana Martins
Mariazita, vais ter k me mandar pelo correio a estória toda... ou então compro o livro. Não comecei do princípio, e assim é do caraças. Depois, como exerces tão bem esta magistratura, é um crime estar pr'á ki a comentar ao acaso... Já sei, posso ir lá atrás, mas kero em papel. Em papel (dinheiro eheheh!) é k eu kero!
ResponderEliminarSe me enviares, como recompensa proponho-te a escrita, em parceria, de um romance daqueles à maneira. K dizes?
Aguardo resposta.
Bj tb à maneira
Gosteie, particularmente, da visão do bébé em transparência.
ResponderEliminarDivertido Carnaval para ti.
Continuo a acompanhar com muito interesse a história.
ResponderEliminarBom Carnaval
Um abraço
Amiga Mariazita,
ResponderEliminarTens um Desafio à tua espera, aqui.
Beijinhos
Cá estou outra vez!
ResponderEliminarDesta vez para te dizer que tens um prémio à tua espera aqui.
Beijinhos
Pois é, querida Maria, com a leitura deste episódio estou cada vez mais acreditando num certo desfecho desse folhetim. Mas pode ser que você me surpreenda. Vamos ver. Um beijo carinhoso.
ResponderEliminarMariazita
ResponderEliminarIa lendo e esperando algo de novo, mas não. Foi introduzida a morte do Santo pároco e a vida correu normal com o nascimento do bébé. O Humberto sempre alerta e o Vicente a tratar dos seus compromissos.
Esquece os deveres e veremos se não vai ter razões de queixa.
Daniel
Eu envio-lhe o e-mail para me contar o epílogo.
ResponderEliminarMuito gostam os padres de comer, lanches e outras refeições. Que eles se esgotem pelos outros não é bem verdade.Só se for por algum distúrbio psicológico, daqueles que os psicólogos dos programas da manhã na TV "curam".
ResponderEliminar