ANITA – EPISÓDIO VIII
(Ficção baseada em factos reais)
…
Não podia esquecer que o filho de Vicente era praticamente da sua idade (dois anos mais velho do que ela) e tinha muito boa aparência, além de ser educado e bom conversador.
(Ficção baseada em factos reais)
…
Não podia esquecer que o filho de Vicente era praticamente da sua idade (dois anos mais velho do que ela) e tinha muito boa aparência, além de ser educado e bom conversador.
FIM DO.EPISÓDIO VII
EPISÓDIO VIII
Depois de ter feito os seus estudos na capital, Humberto aperfeiçoava agora os seus conhecimentos com explicadores, tendo em vista ir frequentar uma universidade na Inglaterra. Por isso passava grande parte do tempo em casa, o que implicava frequentes encontros com a madrasta, que ele, por graça mas em tom carinhoso, tratava às vezes por “mãezinha”.
Anita não mais voltara a perguntar a Vicente em que pé estava a casa para Humberto. Prometera a si mesma nunca mais tocar no assunto, e aguardar o tempo que fosse necessário até que o marido lhe desse a novidade de que a casa estava pronta.
Mas a cada dia que passava sem que Vicente mencionasse tal coisa, Anita sentia aumentar a decepção em relação ao marido, ao mesmo tempo que arrefecia a pouca afeição que chegara a sentir por ele.
De acordo com os princípios religiosos católicos com que fora educada, Anita continuava a frequentar a Igreja, mantendo o seu relacionamento de amizade com o velho pároco que a baptizara e lhe ministrara todos os outros sacramentos, e com quem conversava longamente.
Vicente não a acompanhava. Concordara em fazer o casamento católico, mas a tanto se resumia a sua ligação à Igreja.
Contudo, agradava-lhe bastante que Anita a frequentasse.
Contribuía com doações de certo vulto para as obras de caridade, mostrando-se receptivo todas as vezes que Anita sugeria convidar o pároco para almoçar ou jantar. Assim, o velho padre tornou-se frequentador assíduo da casa.
Conhecendo-a desde que nascera, o pároco cedo se apercebeu de que Anita não era feliz.
Tentava, disfarçadamente, e torneando o assunto, aflorar os aspectos de que, por vezes, se reveste o casamento.
Anita fingia não perceber, não se atrevendo a confessar-lhe que não era feliz, que nunca amara o marido, e que amava outro homem que jamais esqueceria – Arnaldo.
A amizade entre Anita e o velho pároco era tal que não é de estranhar que tenha sido ele, precisamente, a ouvir, pela primeira vez, Anita pronunciar:
- Padre, estou grávida!
Uma alegria enorme inundou a alma do velho e santo homem.
E só quando se preparava para dar um abraço à sua grande amiga, é que reparou no seu ar desesperado, e nos olhos marejados de lágrimas.
- Mas o que é isso, minha filha? Dás-me uma notícia tão maravilhosa com um ar tão infeliz? E com lágrimas? O que é que se passa?
- Padre, eu não queria um filho. (Não de Vicente…- acrescentou, em pensamento)
- Não digas uma coisa dessas! Nem sequer deves pensar, quanto mais dizer!
Um filho é uma dádiva de Deus.
Nem todas as mulheres recebem a graça de poder ter um filho.
Só tens é que agradecer a Deus por ter-te concedido uma bênção que não tem igual.
Lembra-te sempre disto, minha querida filha, e começa a amar o teu filho desde já.
As sensatas palavras do padre calaram fundo em Anita.
“Sim, um filho é uma bênção de Deus. Não posso esquecer-me disso. Fui muito injusta ao sentir-me triste. Pobre bebé, que não vai ter o pai que eu gostaria de lhe dar” – pensou Anita, recompondo-se.
Foi depois a vez de comunicar aos pais e demais familiares e amigas o seu estado “interessante”.
Todos manifestaram o seu contentamento. A mãe exultou de alegria.
Abraçando efusivamente a filha, já fazia mil e um projectos para o enxoval, o quarto do bebé, a escola que iria frequentar…
Anita conseguiu refrear-lhe um pouco o entusiasmo, lembrando:
-Mãe, faltam mais de sete meses para o meu filho nascer! - e nessa altura apercebeu-se de que sentira orgulho ao pronunciar “meu filho”.
Foi nesse preciso momento que começou a amar o pequenino ser que trazia no ventre.
Depois de ter feito os seus estudos na capital, Humberto aperfeiçoava agora os seus conhecimentos com explicadores, tendo em vista ir frequentar uma universidade na Inglaterra. Por isso passava grande parte do tempo em casa, o que implicava frequentes encontros com a madrasta, que ele, por graça mas em tom carinhoso, tratava às vezes por “mãezinha”.
Anita não mais voltara a perguntar a Vicente em que pé estava a casa para Humberto. Prometera a si mesma nunca mais tocar no assunto, e aguardar o tempo que fosse necessário até que o marido lhe desse a novidade de que a casa estava pronta.
Mas a cada dia que passava sem que Vicente mencionasse tal coisa, Anita sentia aumentar a decepção em relação ao marido, ao mesmo tempo que arrefecia a pouca afeição que chegara a sentir por ele.
De acordo com os princípios religiosos católicos com que fora educada, Anita continuava a frequentar a Igreja, mantendo o seu relacionamento de amizade com o velho pároco que a baptizara e lhe ministrara todos os outros sacramentos, e com quem conversava longamente.
Vicente não a acompanhava. Concordara em fazer o casamento católico, mas a tanto se resumia a sua ligação à Igreja.
Contudo, agradava-lhe bastante que Anita a frequentasse.
Contribuía com doações de certo vulto para as obras de caridade, mostrando-se receptivo todas as vezes que Anita sugeria convidar o pároco para almoçar ou jantar. Assim, o velho padre tornou-se frequentador assíduo da casa.
Conhecendo-a desde que nascera, o pároco cedo se apercebeu de que Anita não era feliz.
Tentava, disfarçadamente, e torneando o assunto, aflorar os aspectos de que, por vezes, se reveste o casamento.
Anita fingia não perceber, não se atrevendo a confessar-lhe que não era feliz, que nunca amara o marido, e que amava outro homem que jamais esqueceria – Arnaldo.
A amizade entre Anita e o velho pároco era tal que não é de estranhar que tenha sido ele, precisamente, a ouvir, pela primeira vez, Anita pronunciar:
- Padre, estou grávida!
Uma alegria enorme inundou a alma do velho e santo homem.
E só quando se preparava para dar um abraço à sua grande amiga, é que reparou no seu ar desesperado, e nos olhos marejados de lágrimas.
- Mas o que é isso, minha filha? Dás-me uma notícia tão maravilhosa com um ar tão infeliz? E com lágrimas? O que é que se passa?
- Padre, eu não queria um filho. (Não de Vicente…- acrescentou, em pensamento)
- Não digas uma coisa dessas! Nem sequer deves pensar, quanto mais dizer!
Um filho é uma dádiva de Deus.
Nem todas as mulheres recebem a graça de poder ter um filho.
Só tens é que agradecer a Deus por ter-te concedido uma bênção que não tem igual.
Lembra-te sempre disto, minha querida filha, e começa a amar o teu filho desde já.
As sensatas palavras do padre calaram fundo em Anita.
“Sim, um filho é uma bênção de Deus. Não posso esquecer-me disso. Fui muito injusta ao sentir-me triste. Pobre bebé, que não vai ter o pai que eu gostaria de lhe dar” – pensou Anita, recompondo-se.
Foi depois a vez de comunicar aos pais e demais familiares e amigas o seu estado “interessante”.
Todos manifestaram o seu contentamento. A mãe exultou de alegria.
Abraçando efusivamente a filha, já fazia mil e um projectos para o enxoval, o quarto do bebé, a escola que iria frequentar…
Anita conseguiu refrear-lhe um pouco o entusiasmo, lembrando:
-Mãe, faltam mais de sete meses para o meu filho nascer! - e nessa altura apercebeu-se de que sentira orgulho ao pronunciar “meu filho”.
Foi nesse preciso momento que começou a amar o pequenino ser que trazia no ventre.
FIM DO EPISÓDIO VIII