ANITA – EPISÓDIO XII
(Ficção baseada em factos reais)
…
-Não, ele não merecia ser pai do meu filho. Nada fez para me libertar do compromisso que me obrigaram a manter, contra minha vontade.
(Ficção baseada em factos reais)
…
-Não, ele não merecia ser pai do meu filho. Nada fez para me libertar do compromisso que me obrigaram a manter, contra minha vontade.
FIM DO.EPISÓDIO XI
EPISÓDIO XII
Como era de esperar, um dia chegou à Ilha um padre, que vinha substituir o velho pároco que falecera.
Era um homem novo, simpático, que depressa conquistou as boas graças dos paroquianos. Fez especial sucesso junto ao elemento feminino…
Vicente conversou com Anita para que fossem cumprimentar o novo padre e convidá-lo para sua casa. Afinal, sempre tinham mantido um estreito relacionamento com a Igreja…e o bebé precisava ser baptizado.
Anita aquiesceu, satisfeita com a ideia de voltar a frequentar a Igreja.
Agora, com o filho para cuidar,
não sentia tanto a falta das suas idas lá; mas já era tempo de pensar no baptizado.
Foi, pois, com grande satisfação, que acompanhou o marido à casa paroquial.
Ambos acharam o padre encantador, educado, instruído, muito diferente do velho pároco que viera substituir.
Agradecendo a visita e o convite para os visitar brevemente e com eles jantar, o padre prometeu-lhes um lindo baptizado para o menino.
À noite, depois do jantar, de novo sozinha com Humberto, Anita perguntou:
- Já conheces o padre João?
- Sim, cruzei-me com ele, há dias. Achei-o simpático. Cumprimentou-me com uma ligeira vénia, e um sorridente “Bom dia!”.
- Eu e o teu pai fomos visitá-lo. Convidamo-lo para vir jantar connosco, para combinarmos o baptizado do Tiaguinho.
- Ainda bem! Se continuas a querer-me para padrinho, terás que te apressar.
- E porquê? Corro o risco de mudares de ideia? – perguntou Anita, sorrindo.
- Sabes que nada me poderá dar mais prazer do que ser padrinho do Tiago. Mas já recebi a resposta à minha inscrição na Universidade, em Inglaterra, e falta pouco tempo para as aulas começarem…-disse, com uma sombra de tristeza no olhar.
Anita pôs-se igualmente séria, os olhos brilhantes, uma lágrima prestes a rolar pela face.
- Tenho tentado não pensar nesse assunto, mas isso não impediu que a notícia chegasse… Sei que é egoísmo da minha parte falar assim…afinal trata-se do teu futuro. Eu também fiz o mesmo, fui estudar para fora e afinal para nada…
- Por que falas assim? Pelo menos criaste novos horizontes…
- Sim, e ilusões também. - lembrou-se momentaneamente de Arnaldo -
Mas, como vês, não me serviu para nada estudar. Nunca exerci a minha profissão.
- Pois não, mas porque te casaste logo que acabaste o curso; a seguir veio a gravidez, o Tiaguinho…tiveste compensações…
Anita ficou em silêncio. Aquela conversa trouxera à sua memória o amor que, embora adormecido, ainda continuava vivo dentro de si. Não esquecera Arnaldo, apenas pensava muito pouco nele.
Mas agora, o motivo do seu silêncio magoado era outro. Pensava na partida e na falta que lhe iria fazer Humberto, o enteado que acabara por se tornar no seu querido companheiro de todas as horas, boas e más…
Poucos dias depois realizou-se o jantar oferecido ao pároco, e Vicente nem reagiu quando ouviu Anita dizer:
- Humberto, espero que não tenhas nenhum compromisso para hoje à noite…Quero que estejas presente no jantar com o padre que irá baptizar o teu afilhado…
Humberto limitou-se a enviar-lhe um sorriso cúmplice, não lhe passando despercebido o ligeiro tom de autoridade e segurança que acompanhou as palavras de Anita.
De resto, já tinha notado que, ultimamente, ela se mostrava mais independente, manifestando claramente a sua vontade própria quando discutia com o marido.
Isto agradava-lhe sobremaneira, pois, sendo tão seu amigo, temia que a madrasta mergulhasse em grande desânimo quando ele tivesse que se ausentar.
Duas semanas depois do baptizado de Tiago, Humberto partiu para Inglaterra.
Como era de esperar, um dia chegou à Ilha um padre, que vinha substituir o velho pároco que falecera.
Era um homem novo, simpático, que depressa conquistou as boas graças dos paroquianos. Fez especial sucesso junto ao elemento feminino…
Vicente conversou com Anita para que fossem cumprimentar o novo padre e convidá-lo para sua casa. Afinal, sempre tinham mantido um estreito relacionamento com a Igreja…e o bebé precisava ser baptizado.
Anita aquiesceu, satisfeita com a ideia de voltar a frequentar a Igreja.
Agora, com o filho para cuidar,
não sentia tanto a falta das suas idas lá; mas já era tempo de pensar no baptizado.
Foi, pois, com grande satisfação, que acompanhou o marido à casa paroquial.
Ambos acharam o padre encantador, educado, instruído, muito diferente do velho pároco que viera substituir.
Agradecendo a visita e o convite para os visitar brevemente e com eles jantar, o padre prometeu-lhes um lindo baptizado para o menino.
À noite, depois do jantar, de novo sozinha com Humberto, Anita perguntou:
- Já conheces o padre João?
- Sim, cruzei-me com ele, há dias. Achei-o simpático. Cumprimentou-me com uma ligeira vénia, e um sorridente “Bom dia!”.
- Eu e o teu pai fomos visitá-lo. Convidamo-lo para vir jantar connosco, para combinarmos o baptizado do Tiaguinho.
- Ainda bem! Se continuas a querer-me para padrinho, terás que te apressar.
- E porquê? Corro o risco de mudares de ideia? – perguntou Anita, sorrindo.
- Sabes que nada me poderá dar mais prazer do que ser padrinho do Tiago. Mas já recebi a resposta à minha inscrição na Universidade, em Inglaterra, e falta pouco tempo para as aulas começarem…-disse, com uma sombra de tristeza no olhar.
Anita pôs-se igualmente séria, os olhos brilhantes, uma lágrima prestes a rolar pela face.
- Tenho tentado não pensar nesse assunto, mas isso não impediu que a notícia chegasse… Sei que é egoísmo da minha parte falar assim…afinal trata-se do teu futuro. Eu também fiz o mesmo, fui estudar para fora e afinal para nada…
- Por que falas assim? Pelo menos criaste novos horizontes…
- Sim, e ilusões também. - lembrou-se momentaneamente de Arnaldo -
Mas, como vês, não me serviu para nada estudar. Nunca exerci a minha profissão.
- Pois não, mas porque te casaste logo que acabaste o curso; a seguir veio a gravidez, o Tiaguinho…tiveste compensações…
Anita ficou em silêncio. Aquela conversa trouxera à sua memória o amor que, embora adormecido, ainda continuava vivo dentro de si. Não esquecera Arnaldo, apenas pensava muito pouco nele.
Mas agora, o motivo do seu silêncio magoado era outro. Pensava na partida e na falta que lhe iria fazer Humberto, o enteado que acabara por se tornar no seu querido companheiro de todas as horas, boas e más…
Poucos dias depois realizou-se o jantar oferecido ao pároco, e Vicente nem reagiu quando ouviu Anita dizer:
- Humberto, espero que não tenhas nenhum compromisso para hoje à noite…Quero que estejas presente no jantar com o padre que irá baptizar o teu afilhado…
Humberto limitou-se a enviar-lhe um sorriso cúmplice, não lhe passando despercebido o ligeiro tom de autoridade e segurança que acompanhou as palavras de Anita.
De resto, já tinha notado que, ultimamente, ela se mostrava mais independente, manifestando claramente a sua vontade própria quando discutia com o marido.
Isto agradava-lhe sobremaneira, pois, sendo tão seu amigo, temia que a madrasta mergulhasse em grande desânimo quando ele tivesse que se ausentar.
Duas semanas depois do baptizado de Tiago, Humberto partiu para Inglaterra.
FIM DO EPISÓDIO XII