Voltaremos a “ver-nos” aqui, na “CASA”, no dia 5 de Setembro, se tudo correr como programado. Provavelmente publicarei ainda um post no LÍRIOS, na próxima quarta-feira.
Espero poder contar com a vossa boa memória para não me esquecerem nestas duas/três semanas de ausência… ou pensarei que os vossos neurónios estão em baixo de forma. Vou deixar-nos numa companhia óptima – a de Carlos Drummond de Andrade, de quem sou fã declarada.
Carlos Drummond de Andrade é por demais conhecido para necessitar de apresentações. Por isso direi apenas que:
- Nasceu em Minas Gerais, na cidade de Itabira, em 31 de Outubro de 1902, e faleceu no Rio de Janeiro, a 17 de Agosto de 1987.
- Foi um poeta, contista e cronista brasileiro, tendo produzido uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX.
Além de poesia, escreveu livros infantis, contos e crónicas.
- No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas.
E agora retiro-me, deixando-vos na companhia do Grande Drummond.
AS MULHERES SÃO FANTÁSTICAS
A Mãe e o Pai estavam a ver televisão, quando a Mãe disse:
- Estou cansada e já é tarde. Vou-me deitar!
Foi à cozinha fazer as sandes para o lanche do dia seguinte na escola, passou água nas taças das pipocas, tirou a carne do congelador para o jantar do dia seguinte, confirmou se as caixas dos cereais estavam vazias, encheu o açucareiro, pôs tigelas e talheres na mesa e preparou a cafeteira do café para estar pronta para ligar no dia seguinte.
Pôs ainda umas roupas na máquina de lavar, passou uma camisa a ferro, pregou um botão que estava a cair. Guardou umas peças de jogo que ficaram em cima da mesa.
Regou as plantas, despejou o lixo, e pendurou uma toalha para secar.
Bocejou, espreguiçando-se, e foi para o quarto.
Parou ainda no escritório e escreveu uma nota para o Professor do filho, pôs num envelope junto com o dinheiro para pagamento de uma visita de estudo, e apanhou um caderno que estava caído debaixo da cadeira.
Assinou um cartão de aniversário para uma amiga, selou o envelope, e fez uma pequena lista para o supermercado. Colocou-os ambos perto da carteira.
Nessa altura o Pai disse, lá da sala:
- Pensei que tinhas ido deitar-te!...
- Estou a caminho – respondeu ela.
Pôs água na tigela do cão e chamou o gato para dentro de casa.
Certificou-se de que as portas estavam fechadas.
Espreitou para o quarto de cada um dos filhos, apagou a luz do corredor, pendurou uma camisa, atirou umas meias para o cesto de roupa suja e conversou um bocadinho com o mais velho que ainda estava a estudar no quarto.
Já no seu quarto, acertou o despertador, preparou a roupa para o dia seguinte e arrumou os sapatos. Depois lavou o rosto, pôs creme, escovou os dentes e acertou uma unha quebrada.
A essa altura, o pai desligou a televisão e disse: “Vou-me deitar”. E foi. Sem mais nada.
Notaram aqui alguma coisa de extraordinário?
Ainda perguntam por que é que as mulheres vivem mais... e são tão MARAVILHOSAS?
PORQUE SÃO MAIS FORTES… FEITAS PARA RESISTIR…
Conte essa história às mulheres fantásticas que conhece. Elas vão adorar!
E para aos homens também: pode ser que eles percebam alguma coisa...
“Existem muitos motivos para não se amar uma pessoa, mas apenas um para amá-la”.
Carlos Drummond de Andrade