“Renato Manfredini Júnior, mais conhecido por Renato Russo, foi um consagrado cantor, compositor e músico brasileiro, que faleceu em 1996 com apenas 36 anos de idade.”
– foi assim que, em 23 de Setembro, iniciei o post “Eu te amo”, que publiquei no blogue SEMPRE JOVENS
– foi assim que, em 23 de Setembro, iniciei o post “Eu te amo”, que publiquei no blogue SEMPRE JOVENS
É precisamente com uma frase de Renato Russo que Arnaldo Jabor inicia a sua crónica “Estamos com fome de Amor”
ESTAMOS COM FOME DE AMOR!!
- Arnaldo Jabor -
Uma vez Renato Russo disse, com uma sabedoria ímpar:
'Digam o que disserem, o mal do século é a solidão'.
Pretensiosamente digo que assino em baixo, sem dúvida alguma.
Parem para notar: os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos.
Elas chegam sozinhas. E saem sozinhas.
Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos 'personal dance'. Incrível!
E não é só sexo, não; se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico; fazer um jantar para quem você gosta e depois saber que vão 'apenas' dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.
Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a 'sentir'; só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como:
- “Quero um amor p’ra vida toda!”;
'Eu sou para casar!' - até a desesperançada
'Nasci p’ra ser sozinho!' - unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos.
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, p’ra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí?
Seja ridículo, não seja frustrado, 'pague mico', saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo p’ra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.
Mas (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza?
Um ditado tibetano diz que, se um problema é grande demais, não pense nele, e se ele é pequeno demais, p’ra quê pensar nele?
Dá p’ra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada.
O que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, ou que eu não posso me aventurar a dizer para alguém:
'vamos ter bons e maus momentos, e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora; mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida'.
Antes idiota que infeliz!
Mariazita,
ResponderEliminarNa voragem dos tempos que correm, acho que o mais triste é que as pessoas se esqueceram de ser felizes. De tanto racionalizar, perdeu-se a espontaneidade e as relações ressentem-se disso.
Sejamos verdadeiros connosco próprios... é meio caminho andado.
Um abraço, Mariazita
Querida amiga,
ResponderEliminaré sempre um prazer vir aqui e ler teus posts, o mundo precisa de muitos textos como os que tu e o nosso amigo e colega João publicam.
Textos para parar e refletir. A vida é só uma passagem, e os anos passam correndo, não se justificam ódios, invejas, guerras e ambições que levam à perdição. Na verdade para ser feliz, basta tão pouco. Basta amar, ser amado, ter o minimo de conforto e ser amigo do nosso amigo. Nós é que sempre tendemos a complicar as coisas e acabamos por destruir o que de melhor a vida tem.
Beijinhos e fica bem,
Ana Martins
É mesmo verdade.
ResponderEliminarSe o problema é enorme, por que nos preocupamos?
Se é pequeno ... Nós somos grandes e não lhe ligamos!
Estive ausente.
Para ser sincero, fiz um catetrismo, porque numa prova de esforço de rotina, (faço-a anualmente), me atirou ou melhor, descarrilou-me o mundo sobre mim.
Tudo se abateu.
A vida soterrou-me e para respirar fundo tive que parar e soerguer-me.
Ainda não parou o terramoto ... em Janeiro, vou fazer um bypass, (ou by pass).
Já está escrito no "Livro da Vida"
Não há sinais de ter feito um enfarte, isto confirmei, também, em Manchester, onde já tinha passagens para visitar o meu filho e aproveitei para fazer uns exames.
O electrocardiograma nada acusou e as análises ao sangue que são mais fiáveis, pois acusam um aumento dumas enzimas, também nada disseram.
Quem ler isto, pensa que sou um erudito em matérias que nem sonho que existem ou existiam ...
Eu nada senti e continuo na mesma.
Na mesma não ... é que agora durmo 12 horas e acordo com mais sono ...
Também sei que o ser vivo tem um coração, que pulsa, com veias e artérias que se podem substituir, ou pelo menos tentar ...
Eu que nunca gostei de medicina e nada sei sobre os medicamentos, mesmo os que tomo, (tenho tudo assente num papel, para fixar os nomes, que nunca mais fixo!), tive que dar uma "volta" por alguns amigos e tentar saber quando tempo me posso aguentar à tona da água.
Mas esperneando por aí e não confinado a um canto qualquer, (é disto que tenho receio).
Mas agora que chegou o mau tempo, espero que o sol brilhe.
Obrigada pelas visitas e pelas palavras que me deixou.
Vou fazer um périplo pelos amigos e tomar uns cafézitos, que este vício só morre comigo.
Um bom domingo e óptimo feriado.
Afinal estou mesmo doente.
ResponderEliminarOu foi a pilha que falhou e o relógio parou.
O Domingo já foi.
Infelizmente é só um bom feriado.
Mariazita,
ResponderEliminaré triste ver o rumo que estamos tomando, a solidão vem nos pegando cada vez mais.
O medo de se comprometer, o medo de viver, o medo de ser feliz...
Lamentável ...
Beijo grande e linda semana
Só de amor?
ResponderEliminarBom feriado.
Boa iniciativa a sua, Mariazita.
ResponderEliminarQuerida:
Você ainda não foi apreciar a minha postagem no Galeria sobre o filme da Massai Branca. Vou ficar à sua espera. E se quiser tomar um chá comigo, vá ao poemas e canções.
Beijos,
Renata
Querida Mariazita,
ResponderEliminarA cura da solidão depende de dois no mínimo. Quem a sente tem o dever de tomar a iniciativa contactar, cumprimentar, meter conversa, trocar opiniões. sentir o outro.
Imagine que para esta semana recebi há poucas horas um convite para uns momentos de conversa e tive que adiar para depois de dia 9. Todos os dias almoços com grupos diferentes, entre os quais um em que espero encontrar o Eurico e outro em que espero ir encontrar um amigo virtual, comentador habitual do Do Miradouro.
É preciso não nos isolarmos para evitar a solidão. Quando deixamos que ele surja não podemos contar que os outros venham até nós. A iniciativa tem de ser nossa.
Beijinhos
João
Olá, Meg
ResponderEliminarDiz muito bem, a voragem dos tempos que correm!
As pessoas perseguem objectivos que, a breve trecho, verificam que não as fazem felizes.
Há que modificar hábitos, se não queremos vir a sentir o peso da solidão.
Beijinhos
Mariazita
Querida Ana Martins
ResponderEliminarEu sou uma pessoa naturalmente alegre, bem disposta.
Gosto de rir, brincar, contar e ouvir anedotas, enfim, não pensar muito em coisas tristes.
Mas acontece que a sociedade está a modificar-se rapidamente, os "valores" parace não terem já valor.
Então é preciso parar para reflectir.
No fundo, é bem como dizes: para ser feliz, verdadeiramente feliz, é preciso tão pouco!
Só precisamos consciencializar-nos disso.
"Isto" está a precisar levar uma volta...
Um resto de bom feriado.
Beijinhos
Mariazita
Caro amigo Zé Torres
ResponderEliminarVoltou remoçado!
Felizmente as coisas não foram tão graves como podiam ter sido.
Daqui p'ra frente... já sabe como é que é...
Não esqueça: cuidado e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém!
É preciso viver com calma, apreciar um dia de cada vez.
E assim continuaremos a "ver-nos" por muitos anos. E bons!
Um resto de bom feriado (já é só boa noite...)
Um abraço
Mariazita
Querida Gi
ResponderEliminarÉ isso aí, amiga.
Temos medo de viver.
Viver é correr riscos. Temos que arriscar, sem esquecer a prudência... viu???
Até breve.
Beijinhos
Mariazita
Olá, São
ResponderEliminarNão só...mas também!
Obrigada.
Beijos
Mariazita
Querida Renata
ResponderEliminarCom a aproximação do Natal o tempo começa a escassear...
Há tarefas suplementares.
Mas amanhã, sem falta, vou visitar a sua casa. Pode ir já aquecendo a água para o chá :))))
Beijinhos
Mariazita
Querido amigo João
ResponderEliminarPor vezes não é fácil vencer a solidão. Depende muito das circunstâncias em que se vive.
Mas, sem dúvida, para a combater é muito importante cultivar as amizades, promover e/ou comparecer nos convívios.
É óptimo o que se está passando consigo, meu amigo. O seu exemplo deveria ser seguido por todos.
Mas há pessoas que se fecham na concha…
E lá diz o velho ditado: quem não aparece, esquece!
O Eurico lá estará, como habitualmente. Divirtam-se!
Beijinhos
Mariazita
Eu acho q sou "idiota". Estou "out"...
ResponderEliminarMas não importa, sempre fui "brega" mesmo. Poeta é tudo "brega", graças a Deus!
Ótima crônica, Maria. Nada como viver de pé no chão e sentir a Natureza dentro e fora de nós mesmos. Nada como despreocuparmo-nos com as aparências e começar a ver o outro pelo o que ele é, não pelo o que ele aparenta ser e ter.
É isso. Depojamento. Solidão egoísta é q é coisa de bobo.
Bjos.
Ana
Cara Mariazita,
ResponderEliminarQue bom você nos oferecer esse texto de Jabor, que fala de um assunto que a cada dia se faz mais presente nas pessoas. Um beijo afetuoso.
E é uma fome que nunca conseguimos saciar, não achas? Beijo!
ResponderEliminarOi querida amiga portuguesa, faz algum tempo que não deixo comentário, isso não quer dizer que não visito seu blog. Estou sempre lendo os seus posts, é que nem sempre paro para escrever.
ResponderEliminarGosto muito dos textos do Jabor, são verdadeiros e reflexivos.
O mundo está muito carente, está em crise, necessitando de mudanças urgentes de mentalidade.
Beijos, Teresa
Olá mariazita!
ResponderEliminarTb assino por baixo: a citação e tudo o k, apontando sintomas, defende no texto. É, vivemos sós no seio de um mar de gente!... Não nascemos para isto... Paradigma mais k errado!
bjs
Querida Ana Diniz
ResponderEliminarSe para ser poeta precisa ser brega eu não sei.
O que sei (me parece...) é que vicê é autêntica.
Continue assim, com os pés no chão, e, se tal for necessário, continue brega!
Beijinhos
Mariazita
Meu caro Francisco
ResponderEliminarÉ um facto que cada dia há mais pessoas queixando-se (ou não... - há algumas que nem se queixam) de solidão em suas vidas.
A forma como hoje se vive leva a que as pessoas não tenham tempo para o que deveria ser conseiderado essencial.
O pior é se, ao chegar ao fim do caminho, se nos põe a pergunta: corri tanto para quê???
Convém pensar nisso...
Beijinhos
Mariazita
Acho sim, Rafeiro!
ResponderEliminarAcho, sim, que cada dia que passa se torna mais difícil saciá-la.
Beijocas
Mariazita
Querida Teresa
ResponderEliminarGosto que comente os meus posts, é claro que gosto...mas não se preocupe com isso.
Muitas vezes eu também leio posts noutros blogs, que não comento.
Fico contente que tenha gostado do texto de Jabor. Eu também o aprecio bastante.
Beijinhos
Mariazita
Olá Carlos Gil
ResponderEliminarAquela cena que diz que "o homem é um animal sociável" é cada vez menos verdadeira.
O frenesim da vida moderna afasta as pessoas umas das outras, isolando-as.
Qual a finalidade de tanta correria??? Eu não sei!
Beijinhos
Mariazita
Maravilhoso o texto do Jabor!!!
ResponderEliminarAdoro ele!
Sim, o amor perdeu-se pela falta de entrega... Não a entrega do corpo, mas, do coração, dos momentos...
Hoje, nós temos medo da exposição de um coração amoroso.
Beijos de luz e o meu carinho, amiga!
Obrigada pela trova e perfeita que deixou lá, para mim!
Creio que a superficialidade, a futilidade que têm sido tomada como valores, nos tempos atuais, está fazendo com que as pessoas se percam de si mesmas e dos outros, taí, a causa de tanta infelicidade, tanta angústia.
ResponderEliminarBeijos pra ti!
Querida Zélia
ResponderEliminarEu também gosto muito do Jabor.
Tem crónicas muito boas, geralmente com um humor a tocar no sarcástico...
E é bem verdade o que ele diz neste texto - cada vez mais as pessoas receiam mostrar os seus sentimentos...
É preciso abrir o coração!
Beijinhos
Mariazita
Querida Gerlane
ResponderEliminarÉ isso aí!
Na pressa com que se vive hoje em dia, esquecemo-nos ou temenos, até, mostrar os sentimentos, com receio de ser ridicularizados.
E o resulatdo é uma sociedade cada vez mais só.
Beijinhos
Mariazita
Arnaldo Jabor, cineasta dos melhores, uma figuraça e citando Renato Russo que, assim como Cazuza, nos deixaram uma Obra Poética Imortal.
ResponderEliminarVocê se emocionou com meu pequeno conto, mas ali está somente a ponta do iceberg dessa sociedade hipócrita, tola, sem princípios, minha querida amiga...E para mudá-la está cada vez mais difícil, talvez, sejamos realistas, impossível. Eu não queria ser tão pessimista, pelo menos, no Natal, mas não posso trair a todos os que lutaram e até morreram para melhorar esse estado de coisas, a começar, lógico, pelo próprio Cristo.
Mariazita, há exceções a essa regra maldita e, felizmente, você é uma delas. Sua página nos deixa a sensação de que podemos voltar a sentir ESPERANÇA!
Sejamos Felizes sem culpa nesse Natal, mas peçamos a Deus que distribua Sua Justiça e Amor a quem deles necessita!
Feliz Natal, extensivo a todos os seus!!!Bjs
Querida Vanuza
ResponderEliminarEu sou, apesar de tudo, optimista em relação ao futuro.
Se assim não fosse como conseguiria dormir? Já pensou?
Ter conhecimento de tanta miséria e injustiça que existe no mundo, e não ter alguma, mesmo que muito pouca, esperança, de que as coisas possam mudar???
A vida, nesssas condições, seria insuportável.
Eu tenho fé, sim, de que o "homem" tenha capacidade para reverter a situação.
Obrigada pelas suas palavras, amiga.
Beijinhos
Mariazita
Adorei este texto amiga.
ResponderEliminarPessoalmente eu tenho suportado muitas coisas na vida, algumas bem dolorosos. Mas sempre tenho o apoio do maridão. Certas coisas eu não sei se teria sobrevivido se fosse sózinha. Logo eu que detesto a solidão...
Um abraço e bom Domingo
Olá, Eivira
ResponderEliminarÉ muito agradável saber que gostou deste texto.
Mas congratulo-me, especialmente, por referir o apoio do maridão.
Sabe que é tão vulgar as mulheres queixarem-se dos maridos e do casamento em si, que eu, que me considero muito feliz no casamento, e com um marido excepcional, até fico assim meio sem graça por dizer isto...
Você entende, eu acho...
Um resto de bom domingo
Beijinhos
Mariazita
Querida Mariazita
ResponderEliminarQue texto! Tão actual!
Dá pena ver tanta gente só e tanta gente a querer companhia! Parece um paradoxo, mas são sinais dos tempos em que vivemos!
Só se pensa na maneira mais rápida e eficaz de ganhar dinheiro, nem que para isso tenhamos de «penhorar» a vida, deixar de fazer algo de que, mais cedo ou mais tarde (muito mais cedo do que possamos imaginar!) nos vamos arrepender amargamente.
Gostei muito do que li: é um alerta para muitos «incautos».
Bem haja.
Um beijinho
Beatriz