ANITA – EPISÓDIO XX
(Ficção baseada em factos reais)
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Mantiveram-se assim por um momento, em suspenso, olhando-se nos olhos, sem saber que atitude tomar.
FIM DO EPISÓDIO IXX(Ficção baseada em factos reais)
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Mantiveram-se assim por um momento, em suspenso, olhando-se nos olhos, sem saber que atitude tomar.
div style="text-align: justify;">Obs.
Receio que, daqui em diante, o relato da vida de Anita possa ferir algumas susceptibilidades, dado que trata do amor entre ela e um padre.
Como tenho o cuidado de mencionar sempre, no início dos episódios, esta história é baseada em factos reais. Não posso, portanto, omitir estas passagens, aliás das mais importantes na vida de Anita.
Pensei na hipótese de interromper a publicação. Pareceu-me, no entanto, que não seria muito correcto para com os leitores interessados na continuação.
A quem sentir que o relato vai colidir com os seus princípios ou sentimentos, ou a sua maneira de pensar, aconselho não continuar a acompanhar a história.
Pessoalmente devo dizer que este tema (o amor entre uma mulher e um padre) não me perturba minimamente. São apenas dois seres humanos que se amam – o padre não deixa de ser homem quando faz os seus votos, estando, por isso, sujeito às tentações da carne como qualquer outra pessoa.
Não tenho qualquer preconceito em relação a isso. Mas, como respeito todas as opiniões…fica o aviso feito.
Lentamente, o padre João segurou o rosto de Anita e beijou-lhe levemente os lábios, com uma ternura contida.
Anita sentiu-se desfalecer, não opondo resistência.
Ajudando-a a pôr-se de pé, o padre João envolveu-a num abraço ansioso, esforçando-se por se acalmar e não deixar extravasar a sua ânsia de a apertar nos braços, apaixonadamente.
Anita deixou-se envolver, retribuindo com a mesma intensidade. Deixou de pensar no que estavam fazendo, não lhe interessando nada além do momento maravilhoso que estava vivendo.
Pouco depois, Anita sentiu se ruborizar ao ouvir o padre João dizer, num tom emocionado:
- Anita, eu lutei com todas as minhas forças. Deus é testemunha do quanto eu Lhe pedi que me ajudasse a arrancar-te do meu peito. Mas foi tudo em vão.
Há muito tempo que te amo, Anita; penso mesmo que comecei a amar-te a primeira vez que te vi…porque desde esse dia muitas vezes me surpreendia a pensar em ti e a desejar que aparecesses.
Enquanto pronunciava estas palavras, o padre olhava Anita nos olhos, segurando o seu rosto entre as mãos, docemente.
Anita sentia-se incapaz de pronunciar uma palavra. Estava demasiado emocionada e feliz; queria apenas viver em pleno o momento presente, sem pensar no certo e no errado.
Isso surgiria mais tarde.
Estendendo os lábios beijou ao de leve a boca do padre João e desprendeu o rosto das suas mãos, afastando-se em seguida.
- É muito tarde, tenho que ir para casa…
O padre não tentou retê-la, concordando que era, de facto, tarde, e o atraso de Anita poderia suscitar suspeitas em casa.
Depois de ter jantado sozinha, Anita dirigiu-se a casa dos pais para ir buscar Tiaguinho.
Encontrou-o felicíssimo, brincando com o avô, trocando “figurinhas”.
Quando a mãe lhe lembrou que eram horas de ir para a caminha, Tiaguinho pediu:
- Mãe, posso dormir aqui em casa dos vôs?
- Claro que não, Tiaguinho. Mas que ideia é essa agora?
- A vó disse que tem muitas saudades minhas, que só o jantar não chega, precisa mais tempo para matar as saudades…
Anita voltou-se para Eulália:
- O que é que a mãe anda a meter-lhe na cabeça? Que disparate é esse de dormir cá em casa?
- Não é disparate nenhum. Até parece que não tens confiança em mim para tomar conta do teu filho… - retorquiu Eulália, em tom de amuo.
- Oh mãe! Claro que tenho em si toda a confiança do mundo! Não é nada disso, é que não estava nada à espera dum pedido destes… Apanhou-me mesmo de surpresa…
- Eu entendo-te muito bem, minha filha. Estás a passar pelo mesmo que eu passei: o teu filho está a crescer, a querer ganhar asas, e tu não estás preparada para isso. Mas tens que te habituar.
Quando perguntei ao Tiaguinho se ele queria dormir cá, porque eu tinha muitas saudades, ele pôs-se aos saltos e disse logo que sim.
Se lhe tivesse feito a mesma pergunta há tempos atrás, possivelmente pensaria numa desculpa para recusar. Vinha logo com a conversa de que não queria deixar-te sozinha, ou qualquer outra coisa que não me magoasse. Sempre foi um menino muito amoroso.
Anita olhou atentamente para a mãe, pensando:
- A minha mãe é tão inteligente, tão conhecedora da vida, e quando mais precisei dela, quando estava apaixonada por Arnaldo, falhou-me.
Querida Má,
ResponderEliminarestou surpresa, de fato imaginei que eles não chegariam em um beijo ... mas eu não vejo problema algum disso acontecer, afinal, padre é tão humano qto, e isso nos mostra que amar não é impossível, pelo contrário, nós não conseguimos dominar nossos sentimentos ...
Só estou preocupada como o marido vai receber tal notícia ...
Ai ai como sempre mal posso esperar pelo próximo capítulo, rs...
Um beijão minha linda
Amiga Mariazita
ResponderEliminarAcho que esta situação entre a Anita e o Padre João era inevitável, face ao que já era óbvio que ambos sentiam.
É contudo uma relação muito complicada e dificil para ós dois.
Fico muito curioso dos desenvolvimentos que esta história irá ter e... nada chocado com o facto de um sacerdote ter um envolvimento amoroso.
Na verdade, quanto mais vou avançando na idade mais me sinto perplexo com a insistência da Igreja no celibato dos padres, quando todos sabemos que ele só existiu originalmente por razões que nada tinham que
ver com a Fé... mas este é um assunto que dá pano para mangas.
Por hoje resta-me agradecer-lhe mais este belo texto de uma história verdadeiramente deliciosa.
Um beijinho com amizade.
Como já disse no comentário ao episódio anterior, um padre também é um homem. Aliás, antes de ser padre já era homem.
ResponderEliminarNão é possível proibir-mo-nos de amar alguém por muito que às vezes o desejássemos.
Ainda bem que não interrompes-te a publicação.
Cá continuo à espera da continuação.
Beijinhos
São
Olá minha querida Mariazita!
ResponderEliminarSabe que a pouco tempo comecei a ler ANITA aqui em sua casa, vou ter que partir pelo princípio de tanto que adorei... Só preciso reservar um tempo pra isso, mas vou ler com certeza.
Parabéns por teu trabalho em nos brindar com leitura tão gostosa.
PS: Querida, peço desculpas por não ter ainda respondido sua dúvida em relação ao meu texto.
Mudei sim amiga a formatação, pois a primeira não estava conseguindo colocar as frases ao meu gosto,tentei centralizá-la, mas nem tudo saia corretamente quando publicava saia fora da rormatação, tem me acontecido isso aqui no blog, não sei se apenas comigo, por isso joguei pra esquerda e deu no que deu...rss, ficou melhor assim?
Agradeço teu elogio, se tiver algo a dizer em relação a formatação agradeço também viu?
Desejo uma linda noite e o meu abraço amigo.Fica com Deus!
Carinhos da Jady
Minha estimada amiga Mariazita.
ResponderEliminarobrigdo por sua visita o meu cantinho.
Esse mes faço um ano de blog.
Mas tenho mais de 700 poesias feitas.
adoro escrever.
Me inspiro muitas vezes em minha vida., mas também alguns são a própria fantasia os meus sonhos da alma o meu sonho é escrever um livro, mas até chegar lá vai dar muito pano pra manga.
Envolve um investimento muito grande.
Essa historia do padre com Anita é muito complexa.
Espero que cheguem a um denominador comum para ambos.
pois envolve pessoas e a própria igreja.
Uma semana de muita paz, amor e luz.
Beijinhos doces, minha amiga.
Regina coeli.
Fique na paz.
Os
Nem o caso de Anita nem outro qualquer me perturba.
ResponderEliminarUm padre em Arrentela-Seixal, foi pai de qualquer coisa como 10 ou 11 filhos. Conheci-os quase todos e vivia com a mulher que amava. Depois foi transferido para Merceana. Uma Beijoca e venha de lá este conto verídico que está a apaixonar os visitantes .
Amiga!
ResponderEliminarVoce tem razão. Antes de ser padre ele é humano. E como ser humano todos em qualquer época da vida está suscetível ao amor. E tantos casos há! Tenho pena da Anita... Para mulher sempre pesa uma carga muito pesada. E neste caso pelas circunstâncias , ainda maior. E ela é tão boa!!! Não merece sofrer, mais do que já sofreu.... Meu coração ficou apertadinho rsrs.
Um beijo querida amiga!
Ok meu anjo, deixei a teu gosto, também eu havia gostado mais assim, só não consegui arrumar as frases como eu gostaria , mas vou deixar assim...
ResponderEliminarQuanto ao teu blog "hisórias de Encantar", não o conhecia, vou reservar um tempo pra visitá-lo qualquer dia desses ok?
A história de "Anita" não me chocou nem um pouco, sou uma eterna apaixonada e uma história de amor me comove, seja ela proibida ou não, acho que o fato de ser proibido é o que a torna mais sensível e ainda mais romântica, ftor principal de eu ter gostado, vou lê-la do começo...
Grata por teu elogio ao meu poema, é sempre um imenso prazer sua presença no meu cantinho.
Deixo meu carinho por você.
Beijos da Jady
Querida Maria,
ResponderEliminarComo você já deve ter notado, gosto de definir essa sua longa história como um folhetim.Aqueles folhetins do século 19. Até o fato de o novo capítulo começar com o final do anterior. É claro que falo em folhetim, pela trama, que, a cada episódio, vai se desdobrando em subtramas, que a vão criando fortes expectativas no leitor, não com relação à escrita, que é de qualidade. Você sempre diz que é baseada em fato reais. Haverá algo autobiográfico (risos)? Um beijo grandoso.
Mariazita
ResponderEliminarÉ evidente que o pároco sendo homem, mesmo que tenha feito votos de castidade em determinada altura, fê-lo não por dons divinos, mas para obedecer a leis humanos. Quantos padres têm casado?
Temos de convir que o celibato é uma violência e não há justicações plausíveis a apoiá-la.
Beijinhos,
Daniel
O amor é livre, como tal não tem proibiçoes...
ResponderEliminarContiunua a história à vontade!
Beijo grande
Mariazita,
ResponderEliminarAfinal, é o curso natural de um amor não procurado mas exigente.
A verdade acima de tudo e os sentimentos são de respeitar. Depois a vida se encarregará de normalizar as situações.
Um beijo
Obrigado minha querida pela visita ao meu cantinho e aqui estou para retribuie e fiquei literalmente encantada com a tua casa...uma delícia passear por aqui...Tenhas um fim de semana agradável..beijos carinhosos, guida
ResponderEliminarContinuo a gostar da história e não me surpreende o facto de se beijarem. Desejo toda a sorte do mundo aos dois, porque o futuro não se adivinha fácil. É sempre muito difícil combater preconceitos tão arreigados.
ResponderEliminarUm abraço
O amor , é sempre amor e não é por os homens criarem barreiras a outros homens que o amor de modifica,os homens criam barreiras mas o amor é divino.
ResponderEliminarQuem o entende aprende a ser feliz , espero que a Anita e o padre João o sejam.
beijinhos
Amiga
ResponderEliminarÉ certo que o perconceito ainda existe. Muitas vezes, mesmo sem darem conta, muitas pessoas fazem juízos de valor sobre a vida das outras. Depois, porque a vida em sociedade assim o exige, controlam o ímpeto e afirmam "cada um é como é...". Mas o preconceito está lá e mantem-se no julgamento moral recalcado.
Homens e Mulheres são antes de mais, seres de relação. O amor decorre disso. Chocante é um Padre ter de fazer uma opção, não podendo ao mesmo tempo servir a Deus e amar uma mulher, como se apenas o amor espíritual fosse uma virtude e uma dádiva de Deus, como se o amor concretizado através do envolvimento dos corpos fosse um pecado e não uma benção divina, como é.
Pecado, minha querida mariazita, é não amar plenamente, é repudiar algo de tudo o que Deus nos dá para experienciarmos quem nós verdadeiramente somos. Pecado, é não aceitar que a vida tem tantas faces quantos Seres Humanos, porque invariávelmente todos somos semelhantes e ao mesmo tempo diferentes!
Um beijinho do tamanho do mundo
Obrigado por tudo!
Mariazita,
ResponderEliminartambém penso que deves continuar com a história. Interrompê-la agora, seria uma desilusão para os seus leitores.
Quanto ao amor entre o padre e Anita, a mim também não me choca, são apenas dois seres humanos e como tal têm direito a amar e ser felizes.
Não sei o desenrolar da história, mas o mais correcto seria a separação de Anita e o afastamento do padre da igreja, como padre é claro. Se bem que acho um absurdo os padres não poderem constituir família.
Beijinhos,
Ana Martins
Amiga
ResponderEliminarVenho retribuir o cuidado que tens tido comigo!
A minha "voz" às vezes denuncia-me, é verdade. Um dia quando tiver o teu mail dir-te-ei porque sentiste o que sentiste. Não existe indiscrição nenhuma, amiga.. nós só revelamos o que queremos.
Um beijinho muito grande de boa noite!
Li o episódio seguinte antes de ler este. O amor é sempre lindo! E a história deve ser contada até ao fim. Beijos.
ResponderEliminarMariazita:
ResponderEliminarDemorei a ler, você sabe por que, mas li e agora vou ler o novo post. Estou muito curiosa.
Beijos,
Renata
Nunca pensei que o amor de uma mulher (ou de um homem) por um padre ferisse susceptibilidades. Também sempre suspeitei de homens que vestem saias, por isso não acho os padres algo de especial, apenas algo suspeito.
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