Quem me conhece sabe que sou fã de Luís Fernando Veríssimo. O seu humor fascina-me!
Em ar de brincadeira, sempre com muita graça, consegue dizer muitas verdades, pôr o dedo em muitas feridas.
Estive a ler uns textos que tenho guardados, dele, e encontrei este. Parece-me oportuno dá-lo a conhecer.
Estamos passando por momentos muito tumultuados nas nossas escolas.
Talvez o seu conteúdo justifique, em parte (mas só em pequena parte…)o comportamento inqualificável de alguns alunos.
A pouca atenção que, por vezes, os pais prestam aos filhos, tem resultados desastrosos.
Claro que a acrescer a isso há os maus exemplos de faltas de respeito em casa, famílias desestruturadas, companhias indesejáveis, e um sem número de outras componentes.
Mas, por agora, fiquemo-nos com Luís Fernando Veríssimo.
Em ar de brincadeira, sempre com muita graça, consegue dizer muitas verdades, pôr o dedo em muitas feridas.
Estive a ler uns textos que tenho guardados, dele, e encontrei este. Parece-me oportuno dá-lo a conhecer.
Estamos passando por momentos muito tumultuados nas nossas escolas.
Talvez o seu conteúdo justifique, em parte (mas só em pequena parte…)o comportamento inqualificável de alguns alunos.
A pouca atenção que, por vezes, os pais prestam aos filhos, tem resultados desastrosos.
Claro que a acrescer a isso há os maus exemplos de faltas de respeito em casa, famílias desestruturadas, companhias indesejáveis, e um sem número de outras componentes.
Mas, por agora, fiquemo-nos com Luís Fernando Veríssimo.
MÃE EXECUTIVA
- Acampar ? De jeito nenhum! Você só tem 7 anos.
- Tenho 15, mãe!
- Mas já?! Não é possível! Tem certeza?
- Absoluta. É que nos últimos aniversários você estava trabalhando e esqueceu de ir.
- Esqueci, não. É que caíram em dia de semana. Se tivessem feito como eu sugeri…
- Você sugeriu que mudassem o dia do meu aniversário para o primeiro domingo de Maio.
- Exato. Domingo eu nunca trabalho.
- Papai contou que vocês se casaram num domingo e você trabalhou durante a cerimónia.
- Eu só assinei uns documentos enquanto o padre falava. Ele nem percebeu.
- E em vez do vovô…você entrou na igreja de braço dado com o contador!
-Claro! O balanço da firma era para o dia seguinte!
- E a lua de mel…
- Tá. Eu não fui. Mas mandei o boy do escritório me representando. Seu pai, no começo, resistiu, mas acabou aceitando.
- E quando eu nasci? Qual é a desculpa?
- Desculpa porquê? Você nasceu como qualquer criança.
- Nasci numa mesa de reuniões!
- Era uma reunião de diretoria! Não podia sair assim, só porque a bolsa estourou. E você devia se orgulhar! Foi o presidente de uma grande multinacional que fez seu parto.
- Já sei. E a secretária cortou meu cordão umbilical com o clipe. Não brinca. Fiquei traumatizado.
- Eu fiquei. Você nasceu em cima de uma papelada importante. Quase perdi o emprego.
- E quando você foi me pegar na escola pela primeira vez? A vergonha que eu passei!...
- Eu só estava com medo de não te reconhecer…Não te via fazia um tempinho…
- Tive que segurar um cartaz, que nem parente desconhecido em aeroporto, escrito: “Eu sou o Tiago”.
- Tiago? Foi esse o nome que eu te dei?
- Que a moça do cartório me deu! Quando completei 8 anos e consegui ir sozinho a um tabelião. Fiquei sem nome durante oito anos! Oito anos sendo chamado de pssit!
- Pssit? Até que não é feio!
- Tudo por causa dessa porcaria do teu trabalho! Faz uma coisa. P’ra provar que você quer mudar, vem acampar comigo.
- Porque nós não acampamos lá no meu escritório? Do lado do fax tem um espação! E umas samambaias artificiais. Posso contratar algum estagiário para ficar coaxando p’ra gente…
- Pára de brincar. Larga tudo e vem comigo…
- Bom, se você está insistindo tanto, eu…Então tá. Eu…Tudo bem, eu vou.
- Jura??? Ótimo! Você vai adorar!
- Ah, difícil pensar em programa melhor. Aquelas árvores, aqueles macacos guinchando, aquelas aranhas bacanas…
- Então está tudo certo.
-Só preciso saber assim…de um detalhe. A respeito do mato. Uma besteira…
- O quê? Se no mato tem mosquito? Se tem cobra?
- Não. Se no mato tem tomada.
Luís Fernando Veríssimo
Minha Querida,
ResponderEliminarQue belíssimo post...que bem escrito...que oportuno...e o que eu ri...
Pois é minha amiga, que grande escolha a tua. Este texto é o exemplo contemporâneo da vida "executiva" dos pais de "Hoje". E...assim se criam as "faltas de educação" dos "Filhos de Hoje".
Bom Fim-de-Semana
Beijo grande
Querido Sérgio
ResponderEliminarNão é por falta de consideração que só agora agradeço a tua visita...
Ontem estive todo o dia fora. Saí de casa às 7,30, e quando regressei, às 10 da noite, com quase mil quilómetros em cima...só me apetecia descansar!
Que bom que gostaste deste texto. Veríssimo, para mim, é nota 10!!!
Procurarei incluir aqui mais textos dele, sempre que vier a propósito.
Um resto de bom Domingo.
Beijinhos
Mariazita
Que delícia de texto . Ameiiii.
ResponderEliminarAté mandei pra minha irmã que é executiva ehehe
Beijocas, querida
Oie, querida
ResponderEliminarQue bom ver-te aqui!
Que surpresa boa!
Gostei dessa de mandares à tua irmã. E, já agora, vê lá se não tens mais "irmãs" que precisem ler isto...
Volta sempre a esta casa, pelo menos enquanto não podes vir à outra, a de cimento armado... :)
Beijão para ti e beijinho p'ro filhote.
Mariazita
Querida Mariazita
ResponderEliminarO texto caricatura » uma situação; é assim como que uma espécie de hipérbole, mas o facto, é que, muitos dos problemas dos jovens poderiam evitar-se se tivessem uma retaguarda familiar «comme il faut». Disso não tenho a menor dúvida.
Ninguém pede para nascer, então na medida das nossas possibilidades, vamos dar-lhes o melhor: a melhor educação e formação, incutir os melhores valores, sempre exemplificando, porque eu entendo que não basta dizer, é preciso dar o exemplo, sempre; as melhores companhias, a melhor alimentação(mais saudável), o nosso melhor tempo; indicar as melhores leituras, os melhores filmes; pensarmos na melhor resposta às suas perguntas...enfim...os nossos filhos precisam de saber e sentir que nos preocupamos com eles. E há tantos que sentem precisamente o contrário!!!
Obrigada por me dar a conhecer este texto.
Feliz Ano Novo.
Um beijinho
Beatriz