ANITA – EPISÓDIO VI
(Ficção baseada em factos reais)
…
Mal deu dois passos no corredor, Anita estacou de repente, com uma expressão de espanto e indignação estampada no rosto.
(Ficção baseada em factos reais)
…
Mal deu dois passos no corredor, Anita estacou de repente, com uma expressão de espanto e indignação estampada no rosto.
FIM DO EPISÓDIO V
EPISÓDIO VI
Ao fundo do corredor, sorridente, aguardava-a o filho de Vicente.
Pelas roupas confortáveis e informais que usava, Anita apercebeu-se, de imediato, que Humberto vivia ainda naquela casa.
De facto, desde que se casara, Anita não voltara a perguntar a Vicente se já arranjara casa para o filho morar.
Sem saber explicar bem porquê, mas talvez devido ao silêncio do marido, convencera-se que o assunto estava arrumado, e Humberto estaria a viver na sua nova casa.
Por isso o seu espanto foi grande ao vê-lo, ao mesmo tempo que sentia uma enorme raiva crescer dentro de si.
Considerava que Vicente fora desleal não a informando de que iria ter que conviver com Humberto dentro da mesma casa.
Dirigiu-se ao enteado, que a recebia de braços abertos.
Não conseguiu disfarçar uma ligeira frieza ao deixar-se abraçar, considerando, contudo, que Humberto não tinha culpa alguma desta desagradável situação.
Quando se encontrou a sós com o marido, Anita perguntou-lhe, friamente:
- Foi só desta vez, ou é costume teu não cumprires o prometido?
Vicente fingiu não perceber:
- Não sei a que te referes. Toda a gente sabe que eu honro sempre os meus compromissos.
- Nos negócios, talvez. Não duvido. Mas no que me diz respeito não posso dizer o mesmo. Ou será que te esqueceste da única exigência que eu fiz antes de nos casarmos?
- Exigência, minha querida??? Mas quando é que tu precisas exigir seja o que for? Sabes muito bem que tudo o que desejares apenas tens que o manifestar. Eu vivo para te satisfazer.
Anita engoliu em seco. Não estava com disposição para discutir sentimentos.
- O que está aqui em causa, agora, não são os meus desejos nem os teus sentimentos, mas a promessa que me fizeste de que, quando eu viesse para esta casa, o Humberto já cá não estaria. E ele ainda cá está!
Vicente abandonou o ar risonho e benevolente com que estivera escutando Anita:
- Tens toda a razão, minha querida. De facto, falhei na promessa que te fiz. Mas, acredita, não foi por falta de esforço em procurar uma casa para o meu filho. É que não consegui encontrar nenhuma casa para alugar.
Mas agora vou fazer-te outra promessa, e essa será cumprida:
-Amanhã mesmo vou falar com o empreiteiro e juntos procuraremos um terreno para, rapidamente, construir uma pequena casa para o Humberto.
- Assim espero – respondeu Anita, dando o assunto por encerrado.
Nos dias que se seguiram, Anita fez a vida normal de uma recém-casada: Começou por receber na sua casa as pessoas mais importantes da ilha, que haviam comparecido ao seu casamento ofertando-lhe valiosas prendas.
A esses jantares estavam presentes apenas os convidados e os donos da casa. Humberto nunca compareceu..
Anita manifestou a sua estranheza ao marido, que lhe respondeu:
- Humberto é bastante tímido com pessoas estranhas, preferiu ir jantar com os amigos – e mudou rapidamente de assunto.
Anita não insistiu, embora não ficasse muito convencida.
Depois de cumpridos todos estes deveres sociais, chegou a vez de convidar as suas amigas, que na realidade não eram muitas. Eram apenas quatro amigas que conservara da infância, já que a juventude fora passada, a maior parte do tempo, na capital, a estudar.
Pensou que, depois de ter organizado todos aqueles jantares apenas para cumprir um dever social, agora, finalmente, ia poder reunir-se com as suas amigas, e passar um serão divertido na sua companhia.
Três das suas amigas eram casadas, uma era solteira. Anita lembrou-se de lhe arranjar companhia. Chamou Humberto e disse-lhe:
- Humberto, hoje vamos ter cá em casa, para o jantar, as minhas amigas. Gostaria muito que nos fizesses companhia, jantando connosco.
Com um ar ligeiramente surpreso, Humberto respondeu:
- Falaste nisso ao meu pai? E rapidamente acrescentou – preciso ver…já tinha combinado com os meus amigos…
Ao fundo do corredor, sorridente, aguardava-a o filho de Vicente.
Pelas roupas confortáveis e informais que usava, Anita apercebeu-se, de imediato, que Humberto vivia ainda naquela casa.
De facto, desde que se casara, Anita não voltara a perguntar a Vicente se já arranjara casa para o filho morar.
Sem saber explicar bem porquê, mas talvez devido ao silêncio do marido, convencera-se que o assunto estava arrumado, e Humberto estaria a viver na sua nova casa.
Por isso o seu espanto foi grande ao vê-lo, ao mesmo tempo que sentia uma enorme raiva crescer dentro de si.
Considerava que Vicente fora desleal não a informando de que iria ter que conviver com Humberto dentro da mesma casa.
Dirigiu-se ao enteado, que a recebia de braços abertos.
Não conseguiu disfarçar uma ligeira frieza ao deixar-se abraçar, considerando, contudo, que Humberto não tinha culpa alguma desta desagradável situação.
Quando se encontrou a sós com o marido, Anita perguntou-lhe, friamente:
- Foi só desta vez, ou é costume teu não cumprires o prometido?
Vicente fingiu não perceber:
- Não sei a que te referes. Toda a gente sabe que eu honro sempre os meus compromissos.
- Nos negócios, talvez. Não duvido. Mas no que me diz respeito não posso dizer o mesmo. Ou será que te esqueceste da única exigência que eu fiz antes de nos casarmos?
- Exigência, minha querida??? Mas quando é que tu precisas exigir seja o que for? Sabes muito bem que tudo o que desejares apenas tens que o manifestar. Eu vivo para te satisfazer.
Anita engoliu em seco. Não estava com disposição para discutir sentimentos.
- O que está aqui em causa, agora, não são os meus desejos nem os teus sentimentos, mas a promessa que me fizeste de que, quando eu viesse para esta casa, o Humberto já cá não estaria. E ele ainda cá está!
Vicente abandonou o ar risonho e benevolente com que estivera escutando Anita:
- Tens toda a razão, minha querida. De facto, falhei na promessa que te fiz. Mas, acredita, não foi por falta de esforço em procurar uma casa para o meu filho. É que não consegui encontrar nenhuma casa para alugar.
Mas agora vou fazer-te outra promessa, e essa será cumprida:
-Amanhã mesmo vou falar com o empreiteiro e juntos procuraremos um terreno para, rapidamente, construir uma pequena casa para o Humberto.
- Assim espero – respondeu Anita, dando o assunto por encerrado.
Nos dias que se seguiram, Anita fez a vida normal de uma recém-casada: Começou por receber na sua casa as pessoas mais importantes da ilha, que haviam comparecido ao seu casamento ofertando-lhe valiosas prendas.
A esses jantares estavam presentes apenas os convidados e os donos da casa. Humberto nunca compareceu..
Anita manifestou a sua estranheza ao marido, que lhe respondeu:
- Humberto é bastante tímido com pessoas estranhas, preferiu ir jantar com os amigos – e mudou rapidamente de assunto.
Anita não insistiu, embora não ficasse muito convencida.
Depois de cumpridos todos estes deveres sociais, chegou a vez de convidar as suas amigas, que na realidade não eram muitas. Eram apenas quatro amigas que conservara da infância, já que a juventude fora passada, a maior parte do tempo, na capital, a estudar.
Pensou que, depois de ter organizado todos aqueles jantares apenas para cumprir um dever social, agora, finalmente, ia poder reunir-se com as suas amigas, e passar um serão divertido na sua companhia.
Três das suas amigas eram casadas, uma era solteira. Anita lembrou-se de lhe arranjar companhia. Chamou Humberto e disse-lhe:
- Humberto, hoje vamos ter cá em casa, para o jantar, as minhas amigas. Gostaria muito que nos fizesses companhia, jantando connosco.
Com um ar ligeiramente surpreso, Humberto respondeu:
- Falaste nisso ao meu pai? E rapidamente acrescentou – preciso ver…já tinha combinado com os meus amigos…
FIM DO EPISÓDIO VI
Interessante a sua porsa, Mariazita. Não sei se peguei o bonde andando, mas pelo que entendi, arecém-casada não queria que o entenado morasse com ela e om o marido. Mas para jantar com as amigas, ele servia. Um joguete em suas mãos? Seria Anita muito mimada ou desprovida, não de todo, mas em parte, de moral? Questões que nos levam a refletir.
ResponderEliminarObrigada pela boa leitura.
Um beijo,
Renata
Mariazita,
ResponderEliminareu sempre esperava ansiosamente pela continuação do conto ...
Realmente ele me prende do começo ao fim do conto ...
Logo imagino que HUmerto e Anita tem algo, não pode ser, rs...
Adoro esse conto ...
Linda, tenha um belíssimo dia,
súper, imensos beijos em seu coração
Mariazita:
ResponderEliminarVoltei aqui para lembrar-lhe que postei no Galeria ontem. Conto com você.
Um beijo,
Renata
Oi, Maria!
ResponderEliminarComo vc está? Espero q tenha descansado.
Li o texto e senti um ar de mistério no Humberto... Ele está tramando alguma coisa?
Eu adoro esta história da Anita; ainda acredito q ela vai dar a volta por cima e sentir-se dona da própria vida.
Beijos carinhosos.
Ana
Querida Renata
ResponderEliminarVocê apanhou o bonde andando...e, como perdeu o início, fez uma bela baralhada!!!
A solução é vc ler os episódios anteriores. Doutro modo não vai perceber a continuação, que sai muito brevemente.
Beijinhos
Mariazita
Gi querida,
ResponderEliminarA Anita esteve um pouco ausente (mas foi a pedido de uma pessoa que não podia vir lê-la); agora vai aparecer regularmente, de novo.
Logo, logo, vc vai poder matar mais um pouco dessa curiosidade...
Beijinhos de sua
Má
Querida Ana Diniz
ResponderEliminarEu estou "um pouco" melhor...mas precisava, pelo menos, um ano de ausência -:)))
Não sabe que a cutiosidade matou o gato???
Quer saber o resto da história?
Terá que ir acompanhando...
Não há outra forma de saber...
Beijinhos carinhosos
Mariazita
Vou continuar a seguir para saber o desenrolar...beijos.
ResponderEliminarPssst, há um "cão" a mais na 3ª fala da Anita!
ResponderEliminarBeijoca!
Querida Paula
ResponderEliminarDecisão acertada! -:)
Beijinhos
Mariazita
Caríssimo Rafeiro
ResponderEliminarBem hajas!
Beijocas
Mariazita
Querida amiga,
ResponderEliminara história está cada vez mais empolgante, dá vontade de continuar a ler, mas há que esperar por novo capitulo.
Tinha-te dito que me arriscava a adivinhar o que viria a seguir, mas confesso que me enganei redondamente.
Beijinhos,
Ana Martins
Olá, menina senhora!
ResponderEliminarPara além de dizer "magnífico", só isto: dois coelhos com uma só cajadada!
bjs
Mariazita
ResponderEliminarA minha atenção ficou desperta. Há mistificação, felo menos ela fica a pairar. Onde está?
É melhor ir acompanhando o relato!
Beijinhos,
Daniel
Querida amiga Ana Martins
ResponderEliminarAinda bem que continuas a gostar. Esperemos que assim continues...
Pois, eu lembro-me de teres dito que "adivinhavas" o que se ia seguir...
Não queres dizer o que pensavas? Se não quiseres não há qq problema.
Uma noite boa
Beijinhos
Mariazita
Olá, Carlos Gil
ResponderEliminarObrigada pela apreciação.
Bjs
Mariazita
Simpática Amiga:
ResponderEliminarInteressante. Real.
Já tinha saudades de passar por aqui.
Escreve de forma cristalina e repleta de fluidez.
"Momentos" que a vida contém...
Preencheu-me de imensa curiosidade o seu desenvolvimento futuro, com sinceridade...
Beijinhos de simpatia e respeito.
Com imensa cordialidade amiga...
pena
Meu caro Daniel
ResponderEliminarConcordo contigo!
O melhor é acompanhares o relato.
A Anita esteve um tempito ausente, mas agora vai aparecer regularmente, uma vez por semana, em princípio...
Uma noite feliz
Beijinhos
Mariazita
Meu caro Pena
ResponderEliminarPois...ultimamente tem sido o Peter a visitar-me...
Fico muito feliz por vê-lo de novo.
Muito obrigada pelas suas palavras, sempre gentis.
Continue a aparecer, para poder acompanhae o resto da Anita.
Uma noite muito feliz.
Beijinhos
Mariazita
Amiguinha Mariazita,
ResponderEliminareu pensava que o enteado de Anita era o namorado que ela teve enquanto estudante. E de quem não tinha tido mais noticias.
Enganei-me redondamente!
Beijinhos,
Ana Martins
Prêmio lá no blog para vc.
ResponderEliminarbeijooo
Querida amiga Ana (Martins)
ResponderEliminarDeixa que te diga que essa ideia seria óptima para um romance de ficção.
Mas...não foi isso que aconteceu.
E, como se trata de um "relato" com base numa história veridica, os factos não podem ser alterados.
Obrigada!
Um bom fim de semana
Beijinhos
Mariazita
Olá, Ana Siqueira
ResponderEliminarMais tarde passo lá, tá?
Obrigada!
Beijinhos
Mariazita
Cara Mariazita,
ResponderEliminarComo não acompanhei a história de "Anita", não posso comentá-la sobre ela. Resta-me, então, agradecer o seu último comentário lá no "Luzes da Cidade" e dizer da minha grande satisfação em saber que o meu blogue lhe agrada. Um beijo afetuoso.
Relendo o meu comentário, verifiquei que cometi uma redundância ao dizer que "não posso comentá-la sobre ela". Deveria ter dito "comentá-la", ou "comentar sobre ela". Uma coisa , ou outra, não as duas. Desejo-lhe uma boa noite e um excelente fim de semana.
ResponderEliminarMariazita, minha querida
ResponderEliminarTenho vindo aqui todos os dias para ler os episódios atrasados do teu conto.
Tenho que te dar os parabéns.
A sério. Isto está muito bom.
Sempre soube que tu escrevias bem, mas fiquei mesmo surpreendido com a qualidade da escrita, o ritmo que imprimes às cenas, os diálogos, enfim, tá um conjunto porreiro.
Tens que pensar na minha proposta…mas pensar à séria!!!
Tu trabalhas e eu assino…ih, ih, ih, ih…
Não, pá, falando sério, preciso de ti.
Nem penses que vou desistir. Tu conheces-me…sabes como posso ser insistente!!!
Voltaremos a falar; e faz favor de responder aos meus emails!
Até amanhã.
Um beijo do teu
Botas
Meu caro Francisco
ResponderEliminarMuito obrigada pela sua visita.
Volte sempre. Tenho muito prazer em vê-lo por cá.
Um bom fim de semana para si.
Beijinhos
Mariazita
Meu querido Botas.
ResponderEliminarVoltaste! Bem que tu ameaçaste...
Muito obrigada pelas tuas palavras elogiosas.
Não sei se serei merecedora de tantas loas...mas agradeço-te, de qualquer forma.
E faz-me muito feliz saber que gostaste da Anita.
Continuaremos a ver-nos e a falar, porque não???
Enquanto há vida há esperança, certo?
Dorme bem, sonha com os anjos...
Beijinhos carinhosos
Mariazita
Ah bom! Já ia perguntar por ela. Vinha aqui à procura do resto da história desta lusa senhora.
ResponderEliminarJá percebi que ele não compareceu aos outros jantares porque o pai o proibiu.
ResponderEliminarCada vez gosto menos deste Vicente!
Vou ler a continuação.
Beijinhos
Querida Mariazita
ResponderEliminarO que eu tenho perdido! Mais uma narrativa deveras interessante!
E logo me veio à cabeça aquela expressão de Sartre:«L'enfer, c'est les autres.»
Acho que vou continuar por aqui a ler mais um pouco. Obrigada pelos bons momentos que me proporciona.
Bom fim de semana.
Um beijinho
Beatriz