Na passada terça feira, dia 1 de Abril, um jovem de 14 anos encontrava-se na sua aula de Educação Física. Iam fazer “salto em altura”.
Depois de fazer o aquecimento começou a sentir dor na perna esquerda.
A professora, apercebendo-se, aconselhou-o a parar.
Porque se trata de um “jovem lutador”, que não desiste facilmente, resolveu insistir.
Ao fazer a 3ª.chamada para o último salto, já na elevação, sentiu o osso da perna, a tíbia, deslocar-se, sentindo uma dor de tal modo violenta que o fez cair em cima do colchão, sem poder mover-se.
De imediato acorreu a professora, que logo se apercebeu da gravidade da situação, diligenciando a chamada de uma ambulância.
Ao mesmo tempo um colega avisou a mãe do jovem, que acorreu prontamente.
Quando a ambulância chegou, foram prestados os primeiros socorros, imobilizando a perna, e transportando-o para o Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Chegado ao Hospital, ainda na triagem, foram-lhe administrados analgésicos.
Visto por um pediatra, foi mandado fazer Raio X.
Feito o exame regressou à triagem, onde uma enfermeira informou: vamos contactar um ortopedista para decidir o que fazer.
A ortopedista (era uma médica) analisou o exame, e concluiu que era necessário operar com urgência. Mas, contra o que pareceria lógico, mandou engessar a perna e voltar lá na 2ª.feira, dia 7, para a consulta. Nessa altura “se veria quando era possível realizar a cirurgia”.
Perante a estranheza dos pais, que acompanhavam o jovem em sofrimento, a médica, um tanto bruscamente, esclareceu que “urgência urgente” é para casos de fractura exposta.
E com esta resposta se retiraram.
À saída do Hospital Garcia de Orta o pai do jovem contactou o British Hospital, em Lisboa, expondo a situação. Foi-lhe dito que levasse o filho imediatamente para lá.
Atendido por um ortopedista, foi feito novo Raio X, TAC, e outros exames complementares, que o levaram a confirmar ser necessária a cirurgia.
A lesão era bastante grave. A tíbia, ao deslocar-se para cima, provocara estiramento de ligamentos, e sofrera uma pequena fractura ao empurrar para cima um osso do joelho, abaixo da rótula. Isto significa que havia fractura da “cabeça da tíbia”, estiramento de ligamentos e um osso deslocado.
O cirurgião, especialista em joelhos, marcou a operação para sexta-feira, dia 4.
Compreensivelmente nervosa e apreensiva, a mãe decidiu ouvir mais uma opinião, e foi consultar o médico ortopedista que acompanha o jovem desde tenra idade.
Este manifestou o seu assombro perante a atitude do Hospital Garcia de Orta, adiando para “data a anunciar” um caso manifestamente urgente.
Este relato foi feito de acordo com os testemunhos dos intervenientes: a minha filha e o meu neto, Carlos.
Com o recurso a assistência médica em Hospital privado, o Carlos foi operado na sexta-feira, dia 4, encontrando-se já em recuperação.
Isto aconteceu porque os pais puderam disponibilizar, não sem alguma dificuldade, os meios necessários para recorrer a esta solução.
Contudo, não podemos esquecer que a maioria da população não tem capacidade económica para o fazer, tendo que sujeitar-se a esperas e demoras que o sistema impõe.
Não posso e não vou falar de negligência médica.
No entanto, parece-me, no mínimo, leviano, o comportamento do Hospital Garcia de Orta, na pessoa da médica ortopedista que atendeu o Carlos: depois de considerar “urgente”, tratou como “normal” um caso de evidente urgência.
Como atenuante ao seu procedimento podemos admitir que o Hospital não tenha capacidade de resposta para todos os casos urgentes.
E ainda, seguindo esta linha de raciocínio, que a sua “brusquidão” se deva ao facto de ela própria se sentir desconfortável por não poder solucionar o caso atempadamente.
A avaliação feita, quer pelo médico que o operou, quer pelo ortopedista que o acompanha desde criança, indica que a decisão tomada pelo Hospital Garcia de Orta parece não ter sido a mais correcta.
Quanto tempo este jovem, em sofrimento, teria de esperar pela cirurgia?
Quais as sequelas que poderiam advir do facto da não intervenção rápida?
São incógnitas para as quais nunca teremos resposta.
Depois de fazer o aquecimento começou a sentir dor na perna esquerda.
A professora, apercebendo-se, aconselhou-o a parar.
Porque se trata de um “jovem lutador”, que não desiste facilmente, resolveu insistir.
Ao fazer a 3ª.chamada para o último salto, já na elevação, sentiu o osso da perna, a tíbia, deslocar-se, sentindo uma dor de tal modo violenta que o fez cair em cima do colchão, sem poder mover-se.
De imediato acorreu a professora, que logo se apercebeu da gravidade da situação, diligenciando a chamada de uma ambulância.
Ao mesmo tempo um colega avisou a mãe do jovem, que acorreu prontamente.
Quando a ambulância chegou, foram prestados os primeiros socorros, imobilizando a perna, e transportando-o para o Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Chegado ao Hospital, ainda na triagem, foram-lhe administrados analgésicos.
Visto por um pediatra, foi mandado fazer Raio X.
Feito o exame regressou à triagem, onde uma enfermeira informou: vamos contactar um ortopedista para decidir o que fazer.
A ortopedista (era uma médica) analisou o exame, e concluiu que era necessário operar com urgência. Mas, contra o que pareceria lógico, mandou engessar a perna e voltar lá na 2ª.feira, dia 7, para a consulta. Nessa altura “se veria quando era possível realizar a cirurgia”.
Perante a estranheza dos pais, que acompanhavam o jovem em sofrimento, a médica, um tanto bruscamente, esclareceu que “urgência urgente” é para casos de fractura exposta.
E com esta resposta se retiraram.
À saída do Hospital Garcia de Orta o pai do jovem contactou o British Hospital, em Lisboa, expondo a situação. Foi-lhe dito que levasse o filho imediatamente para lá.
Atendido por um ortopedista, foi feito novo Raio X, TAC, e outros exames complementares, que o levaram a confirmar ser necessária a cirurgia.
A lesão era bastante grave. A tíbia, ao deslocar-se para cima, provocara estiramento de ligamentos, e sofrera uma pequena fractura ao empurrar para cima um osso do joelho, abaixo da rótula. Isto significa que havia fractura da “cabeça da tíbia”, estiramento de ligamentos e um osso deslocado.
O cirurgião, especialista em joelhos, marcou a operação para sexta-feira, dia 4.
Compreensivelmente nervosa e apreensiva, a mãe decidiu ouvir mais uma opinião, e foi consultar o médico ortopedista que acompanha o jovem desde tenra idade.
Este manifestou o seu assombro perante a atitude do Hospital Garcia de Orta, adiando para “data a anunciar” um caso manifestamente urgente.
Este relato foi feito de acordo com os testemunhos dos intervenientes: a minha filha e o meu neto, Carlos.
Com o recurso a assistência médica em Hospital privado, o Carlos foi operado na sexta-feira, dia 4, encontrando-se já em recuperação.
Isto aconteceu porque os pais puderam disponibilizar, não sem alguma dificuldade, os meios necessários para recorrer a esta solução.
Contudo, não podemos esquecer que a maioria da população não tem capacidade económica para o fazer, tendo que sujeitar-se a esperas e demoras que o sistema impõe.
Não posso e não vou falar de negligência médica.
No entanto, parece-me, no mínimo, leviano, o comportamento do Hospital Garcia de Orta, na pessoa da médica ortopedista que atendeu o Carlos: depois de considerar “urgente”, tratou como “normal” um caso de evidente urgência.
Como atenuante ao seu procedimento podemos admitir que o Hospital não tenha capacidade de resposta para todos os casos urgentes.
E ainda, seguindo esta linha de raciocínio, que a sua “brusquidão” se deva ao facto de ela própria se sentir desconfortável por não poder solucionar o caso atempadamente.
A avaliação feita, quer pelo médico que o operou, quer pelo ortopedista que o acompanha desde criança, indica que a decisão tomada pelo Hospital Garcia de Orta parece não ter sido a mais correcta.
Quanto tempo este jovem, em sofrimento, teria de esperar pela cirurgia?
Quais as sequelas que poderiam advir do facto da não intervenção rápida?
São incógnitas para as quais nunca teremos resposta.
Olá Mariazita, boa tarde!
ResponderEliminarVenho agradecer e retribuir a visita que me fez.
Gostei muito do que vi/li por cá; voltarei logo que possível e quero acrescentar que, na minha opinião, não é poeta somente aquele/a que escreve Poesia, mas também aquele/a que a sente.
Beijos e Obrigada.
Maria Mamede
Só não compreendo a «água benta» que a amiga Mariazirta lança sobre o hosptal do Estado. Uma barbaridade. Se não podiam agir com urgência,enviavam o rapaz para outo hospital que pudesse agir de imediato. Uma fractura que não é reduzida em curto prazo, nunca mais será devidamente curada, deixando sequelas de calcificação que dificultará a futura dinâmica dos ossos e músculos loacais.
ResponderEliminarPagamos impostos que não podemos regatear e somos mal atendidos. O ministério da saúde, há anos que raciocina em dinheiro em ves de ser em benefício do doente. As pessoas deixaram de contar para os actuais governantes.
Desejo que tudo decorra bem e que a recuperação seja rápida e poerfeita.
Beijos
A. João Soares
Querida Mariazita,
ResponderEliminarO relato de um acontecimento que me entristeceu, não só pelo facto de ser o teu neto o interveniente, imagino as aflições porque passaram, mas porque, na realidade, casos como estes devem, infelizmente, acontecer diariamente nos Hospitais do nosso País.É o Pais que temos mas,tenho esperança que as coisas melhorem um dia.
Boa recuperação para o Carlitos.
Beijinho com muita luz
Canduxa
Mariazita,
ResponderEliminarInfelizmente no nosso País parece que se brinca com muita coisa, Educação, Justiça, Trabalho Etc...mas uma das que temos observado e que a mim me preocupa é a Saúde. De facto os nossos Governantes devem ter as suas razões...não sei é se saberão das necessidades do seu Povo.
Neste caso que apresentas, eu não tenho qualquer problema em afirmar de imediato de uma negligência por parte do/a médico que observou o doente e tentou, apenas, remediar a situação.
Por acaso houve um final feliz, mas ás custas de despesas fora do que deveria ser normal.
Revolta-me.
Beijo e continua.
Pode ser que alguém leia e abra os olhos.
Olá, Maria
ResponderEliminarObrigada pela visita e pelas palavras de apreço.
Tenho, pelo menos, alma de poeta, já que a sinto bem fundo (quando é boa...) o que aconteceu quando vi o seu blog.
Volte sempre. Será um prazer recebê-la.
Beijos
Mariazita
Meu caro João
ResponderEliminarConhece a dona Prudência?
É uma senhora muito velhinha, de cabelos brancos, cheia de sabedoria, o saber que ela foi acumulando ao longo dos anos, ajudada pela sua amiga Experiência.
Todas as manhãs, quando acordo, ela murmura ao meu ouvido, cheia de carinho:
“Foi-te concedido mais um dia para viveres. Goza-o em pleno, mas não te esqueças de mim!”
Tenho sempre presente um conselho que ela me deu há muitos anos, mas que nem sempre segui…(o passar dos anos fez-mo lembrar com mais frequência)
- “ usa as palavras com moderação. Quando descreveres uma situação a que assististe, certifica-te de que os teus olhos viram com clareza; quando relatares factos que te foram transmitidos por terceiros, usa de cuidados redobrados. Cada um fala do que viu, mas segundo a sua óptica, que não é comum a todos. Por isso é que há, para um mesmo facto, várias verdades”.
Foi com a dona Prudência ao lado que relatei o que ouvi. Relato esse feito sob uma tensão enorme, perfeitamente normal. Eu não estava presente quando as coisas aconteceram...
E foi aí que entrou a tal “água benta”.
Há tempos vivi um caso que, esse sim, poderia ter dado ”pano para mangas”.
A Caixa Geral de Aposentações demorou mais de um ano para resolver um problema relacionado com o pagamento da Pensão de Reforma da minha irmã, professora, residente nos Estados Unidos. Fizeram asneira atrás de asneira. Como representante legal da minha irmã, por procuração com plenos poderes, fui eu que tratei do assunto. O último email que lhes mandei terminava assim: se dentro de um prazo que eu considere razoável este assunto não estiver resolvido, reservo-me o direito de lhe dar a publicidade que eu mesma entender. Infelizmente (???) dois dias depois o problema foi solucionado.
Eu tinha pensado no prazo de uma semana para os “desancar de alto a baixo”. Não me deram tempo! E assim perdi a oportunidade de denunciar uma situação deveras aberrante.
Mas estou com a sensação de que nova borrasca se avizinha...
Fico-me por aqui.
Obrigada pelo seu cuidado com o Carlos. Está a recuperar bem; ontem foi visto pelo cirurgião que disse que, dentro de uma semana, poderá regeressar à escola.
Beijinhos
Mariazita
Obrigada, querida, pelas tuas palavras de carinho.
ResponderEliminarDe facto não foi muito fácil lidar com a situação, tanto mais que eu estava em casa e foi pelo telemóvel(que não parou de trabalhar...) que fui acompanhando o desenrolar dos acontecimentos.
Felizmente o problema foi ultrapassado, não sem elevados custos económicos, já que os hospitais particulares não são propriamente baratos...
Mas aqueles a que temos direito porque pagamos impostos não têm capacidade de resposta.
Culpa de quem??? Adivinha!
Que a tua esperança em melhores dias tenha razão para se manter.
Para já...não vejo luz ao fundo do túnel, mas quem sabe???
O Carlitos está a recuperar bem, felizmente, embora ainda com bastantes dores.
Obrigada, e beijinhos
Mariazita
Olá, Sérgio.
ResponderEliminarÉ muito bom ver-te de novo.
Espero que o problema com a saúde do teu filho esteja ultrapassado.
Tens toda a razão no enumerar das "brincadeiras" do nosso País, a que se entregam os nossos governantes.
Duvidas que eles saibam quais as necessidades do povo???
Podem não ser inteligentes, mas parvos é que não são. Vê só a esperteza com que defendem os seus "tachos"...
O que os contribuintes realmente precisam, é-lhes indiferente.
Com um encolher de ombros e um "quero lá saber" arrumam o assunto!
E o mais engraçado é que dormem de consciência tranquila ( na verdade, como não a têm, não os incomoda...)
Como diz a minha amiga Canduxa - talvez um dia as coisas melhorem...
Vamos manter os olhos bem abertos.
Beijos
Mariazita
Querida Mariazita,
ResponderEliminarElogio a sua Prudência,, pois eu também procuro usá-la, mas muitas vezes é preciso ousadia e espírito de risco, e é por isso que tomei a liberdade de transcrever este seu post nos blogs Do Miradouro e Sempre Jovens, dando mais publicidade ao caso e ao seu blog.
Ainda bem que a recuperação está a decorrer bem, a fim de o Carlos ficar com total capacidade para conrtinuar a dedicar-se, sem limitações, à actividade física de que gosta.
Beijos
João
Meu querido João
ResponderEliminarSó me resta agradecer:
A sua gentileza
A sua amizade
A sua preciosa ajuda.
Como retribuição, conte com todo o meu carinho, sempre!
Beijinhos
Mariazita
Eu pensava que estas crueldades eram mais próprias do Brasil...
ResponderEliminarSe na Europa isto acontece, que diremos da África? Dios mio, este mundo está em caos.
Do Brasil meu abraço.
www.davidguiomar.blogspot.com
Olá, Guiomar
ResponderEliminarMuito obrigada pela sua visita.
De facto as coisas nem sempre correm pelo melhor...e, pelo que sei, não há grande diferença daqui para o Brasil.
De alguns países de África, nem é bom falar!
Tenhamos fé que as coisas melhorem pelo mundo fora.
Beijos
Mariazita
Querida Mariazita
ResponderEliminarEntão (2008) como agora, tudo continua igual, em qualquer parte do país.E sei do que falo.
A minha amiga também sabe que andou de «Herodes para Pilatos e de Pilatos para Herodes» para conseguir suturar os seus dedinhos.
Pobre de quem não tem nenhuma espécie de recursos, nem para andar à procura do sítio certo, nem para recorrer ao privado. Dez anos volvidos, na minha família, um caso grave continua à espera da marcação de um exame, para se decidir ou não por uma cirurgia.Escusado será dizer que, já recorri ao privado, embora a duras penas, leia-se gastos, para que a minha filha seja tratada e fique curada.
Mudam-se os tempos e os políticos, mas as situações más, essas, continuam a manter-se.
É pena, porque ouvimos o Primeiro Ministro afirmar que o país nunca esteve como agora.Será que ele quer dizer que está tudo a funcionar bem? Ou terá mesmo consciência de que tudo, especialmente na Saúde, nunca esteve tão mal como agora?!!!
Minha amiga, insista com textos destes, para vermos se algo muda para melhor.
Um beijinho
Beatriz