ANITA – EPISÓDIO XXXI
(Ficção baseada em factos reais)
…
- Claro que vou, Vicente, mas, por favor, acalma-te. O estado de nervos em que estás não te pode fazer nada bem…Além do mais, se tivesse vindo algum telegrama já o teriam vindo entregar, não achas?
-Faz-me o que te peço, por favor. Pode ter chegado algum telegrama e não haver ninguém nos correio para o vir entregar já…
-Muito bem, Vicente. Vou já de seguida. Mas, peço que te acalmes, doutro modo não vou sossegada… O estado em que estás pode fazer-te mal
- Agora já nada me pode fazer mal, Anita. Só preciso receber telegrama do meu amigo Joaquim, a confirmar estas notícias que estão a dar na televisão…
Anita saiu de casa para se dirigir aos correios mas, antes de lá chegar, encontrou o carteiro que vinha precisamente entregar um telegrama a Vicente.
Só mais tarde Anita compreendeu o que, efectivamente, significava aquele telegrama para o marido.
Quando a vira com o telegrama na mão Vicente levantara-se tão de rompante que por pouco não caíra.
Abriu-o com mãos trémulas, leu avidamente as poucas palavras que continha, e, com um enorme sorriso, recostou-se no sofá.
Anita e os filhos olhavam-no em silêncio, receosos, sem saber que atitude tomar.
Por fim Vicente endireitou-se e, com um sorrio como nunca lhe tinham visto, declarou:
- Estou livre! Estou livre, Anita. Agora posso ir para onde quiser, livremente.
Eduarda, sem perceber o que se passava, mas apercebendo-se de que alguma coisa acontecera que tornara o “pai” extremamente feliz, correu a abraçá-lo.
Anita e Tiago acercaram-se também, e todos se uniram num longo abraço.
Finalmente Anita leu o telegrama que dizia apenas:
- Podes começar fazer malas. Abraço amigo Joaquim.
A partir daí tudo se desenrolou tão rapidamente que por vezes Anita sentia-se tonta.
Vicente parecia ter recuperado completamente a saúde; na realidade era apenas aparência, e a excitação de tudo que estava a acontecer.
Tinham decidido regressar à capital, com grande desgosto para os pais de Anita.
Esta sentia-se dividida. Por um lado, sentia-se desgostosa por ter de se separar do padre João que, logicamente, teria que continuar na ilha, pelo menos até que conseguisse transferência para uma paróquia do Continente; por outro lado via assim a hipótese de o marido poder consultar bons especialistas, fazer todos os exames que até aí lhe estavam vedados, e, finalmente, recuperar totalmente a saúde.
Depois de todos estes problemas ultrapassados, seria, finalmente a altura de pensar apenas em si própria, na sua felicidade, insistir com o padre João para tentar apressar a sua desvinculação da Igreja, e viverem, por fim, a vida a que tinham direito.
Depois de tratados todos os assuntos, que Vicente tentou abreviar o mais possível, passando para as mãos do sogro toda a parte de negócios de que ele próprio ainda se encarregava, rapidamente se aproximava o dia da partida.
Eulália mostrava-se inconsolável com a próxima partida dos netos e da filha, e só a promessa de que nas férias viriam visitá-la, tal como ela iria vê-los ao Continente, lhe dava alguma paz de espírito.
Para, até certo ponto, os compensar da falta que iriam sentir, Anita consentiu que os filhos fossem passar os últimos dois dias na casa dos avós.
Na antevéspera da partida Vicente teve uma atitude que deixou Anita sem palavras: informou-a (coisa que jamais fizera) de que iria passar aquelas duas noites fora de casa.
Anita limitou-se a murmurar, em voz um pouco embaraçada:
- Não há qualquer problema, apenas te peço que não esqueças os teus medicamentos.
Parecia que tudo se conjugava para facilitar o encontro entre Anita e o padre João, que desesperavam, pensando que não teriam oportunidade de despedir-se a não ser como se de dois amigos, apenas, se tratasse.
Mas o destino permitiu que pudessem passar juntos mais uma noite, antes da despedida, o que, ultimamente, poucas oportunidades tinham tido de fazer.
(Ficção baseada em factos reais)
…
- Claro que vou, Vicente, mas, por favor, acalma-te. O estado de nervos em que estás não te pode fazer nada bem…Além do mais, se tivesse vindo algum telegrama já o teriam vindo entregar, não achas?
FIM DO.EPISÓDIO XXX
EPISÓDIO XXXI-Faz-me o que te peço, por favor. Pode ter chegado algum telegrama e não haver ninguém nos correio para o vir entregar já…
-Muito bem, Vicente. Vou já de seguida. Mas, peço que te acalmes, doutro modo não vou sossegada… O estado em que estás pode fazer-te mal
- Agora já nada me pode fazer mal, Anita. Só preciso receber telegrama do meu amigo Joaquim, a confirmar estas notícias que estão a dar na televisão…
Anita saiu de casa para se dirigir aos correios mas, antes de lá chegar, encontrou o carteiro que vinha precisamente entregar um telegrama a Vicente.
Só mais tarde Anita compreendeu o que, efectivamente, significava aquele telegrama para o marido.
Quando a vira com o telegrama na mão Vicente levantara-se tão de rompante que por pouco não caíra.
Abriu-o com mãos trémulas, leu avidamente as poucas palavras que continha, e, com um enorme sorriso, recostou-se no sofá.
Anita e os filhos olhavam-no em silêncio, receosos, sem saber que atitude tomar.
Por fim Vicente endireitou-se e, com um sorrio como nunca lhe tinham visto, declarou:
- Estou livre! Estou livre, Anita. Agora posso ir para onde quiser, livremente.
Eduarda, sem perceber o que se passava, mas apercebendo-se de que alguma coisa acontecera que tornara o “pai” extremamente feliz, correu a abraçá-lo.
Anita e Tiago acercaram-se também, e todos se uniram num longo abraço.
Finalmente Anita leu o telegrama que dizia apenas:
- Podes começar fazer malas. Abraço amigo Joaquim.
A partir daí tudo se desenrolou tão rapidamente que por vezes Anita sentia-se tonta.
Vicente parecia ter recuperado completamente a saúde; na realidade era apenas aparência, e a excitação de tudo que estava a acontecer.
Tinham decidido regressar à capital, com grande desgosto para os pais de Anita.
Esta sentia-se dividida. Por um lado, sentia-se desgostosa por ter de se separar do padre João que, logicamente, teria que continuar na ilha, pelo menos até que conseguisse transferência para uma paróquia do Continente; por outro lado via assim a hipótese de o marido poder consultar bons especialistas, fazer todos os exames que até aí lhe estavam vedados, e, finalmente, recuperar totalmente a saúde.
Depois de todos estes problemas ultrapassados, seria, finalmente a altura de pensar apenas em si própria, na sua felicidade, insistir com o padre João para tentar apressar a sua desvinculação da Igreja, e viverem, por fim, a vida a que tinham direito.
Depois de tratados todos os assuntos, que Vicente tentou abreviar o mais possível, passando para as mãos do sogro toda a parte de negócios de que ele próprio ainda se encarregava, rapidamente se aproximava o dia da partida.
Eulália mostrava-se inconsolável com a próxima partida dos netos e da filha, e só a promessa de que nas férias viriam visitá-la, tal como ela iria vê-los ao Continente, lhe dava alguma paz de espírito.
Para, até certo ponto, os compensar da falta que iriam sentir, Anita consentiu que os filhos fossem passar os últimos dois dias na casa dos avós.
Na antevéspera da partida Vicente teve uma atitude que deixou Anita sem palavras: informou-a (coisa que jamais fizera) de que iria passar aquelas duas noites fora de casa.
Anita limitou-se a murmurar, em voz um pouco embaraçada:
- Não há qualquer problema, apenas te peço que não esqueças os teus medicamentos.
Parecia que tudo se conjugava para facilitar o encontro entre Anita e o padre João, que desesperavam, pensando que não teriam oportunidade de despedir-se a não ser como se de dois amigos, apenas, se tratasse.
Mas o destino permitiu que pudessem passar juntos mais uma noite, antes da despedida, o que, ultimamente, poucas oportunidades tinham tido de fazer.
FIM DO XXXI EPISÓDIO
Sigo atentamente esta história. Beijinhos.
ResponderEliminarNossa, Mariazita, acordar e ler a sua bela narrativa é covardia! Agora, estou curiosa! Você me deixa louca, mulher, me deixa louca.
ResponderEliminarEstou brincando, mas a minha conidção não é nad aboa, Mariazita. Tive uma decepção amorosa e vou-me afastar por um tempo da Blogosfera por motivos de saúde. Serei internada no INSTITUTO DO SONO, depois lhe conto tudo. Pena que vc não tem e-mail. Como último estertor, publiquei no GALERIA, um filme romântico, antigo, vc nem tinha nascido. Também no FEMININA, pois estou participando de um concurso que o Olavo arrumo por aí, nem sei bem o que é, mas não quero perfer feio.
Vc me dá uma força? No GALERIA e no FEMININA? Se eu não estivesse precisando, não lhe pediria.
Um beijo, amiga, e me desculpe,
Renata
Má,
ResponderEliminarqdo penso que mais nada pode acontecer vem uma dessas, rs...
E, como sempre mal posso esperar pelo próximo domingo ...
Um beijo enorme em seu coração,
linod domingo,
com muito carinho,
Gi
Também aguardo com ansiedade...
ResponderEliminarNão acredito no amor do padre João. Catorze anos sem se desvincular? Será que ele pensa que é a reencarnação de Jacob?
Um abraço e bom Domingo
Olá minha estimaa amiga Mariazita.
ResponderEliminarVou aguardar o fim da história.
Saber o que contecerá com o padre João.
Uma semana cheia de bençãose e glorias para vc. e sua familia.
Fique na paz.
Beijinhos da amiga.
Regina Coeli.
Continuo a acompanhar vou esperar para ver o que acontece
ResponderEliminarbeijinhos
Olá Mariazita
ResponderEliminarComo sempre, a expectativa do próximo episódio.
Bela narrativa. A amiga tem
jeito para o romance. Continue.
Um beijo
Alvaro
Vicente está livre e Anita voltará a ver o padre João?
ResponderEliminarAguardo ansiosa pelo próximo episódio.
Beijinhos,
Ana Martins
Mariazita
ResponderEliminarComo tenho acompanhado a tua história, aqui estou para ver o desfecho, que ainda é icógnito.
Depois, dois PCs, ver se posso acabar o comentário. Um deve vir logo de uma limpeza.
Só depois verei se posso recolher o selo, que agradeço desde já.
Bejinhos,
Daniel
Querida Maria,
ResponderEliminarComo eu previa, a notícia do levante no capítulo anterior teve desdobramento. Só não pensava que seria a partida do casal e filhos para a capital. Agora, para deixar-nos curiosos, você não revelou o motivo por que Vicente disse que estava livre. Acredito que o saberemos nos próximos episódios. Um beijo carinhoso.
Mariazita,
ResponderEliminarNão sei há quanto tempo estou aqui, mas tinha de ler os episódios anteriores... a minha ausência foi longa e tu sempre a "produzir"...!
Continuo a tentar adivinhar o desfecho.
Espero que já te encontres bem, minha amiga... eu ainda tenho muito trabalho até ao fim de Agosto. Mas vou passando sempre que posso.
Uma boa semana para ti.
Um beijo
Querida amiga,
ResponderEliminaratenta a história..Mas menina, lembrei-me do demorado processo de desligamento da Igreja.E nesta época era um caso gavíssimo! Complicado!
Beijos, querida! E um especial abraço! Aqui hoje comemoramos o Dia do Amigo, que para mim são todos os dias. Mas aproveito para agradecer-lhe a amizade.
Querida Mariazita,
ResponderEliminarAgora com a ida para a capital sinto que tudo vai mudar na vida de Anita.
É bem capaz de ser a última noite com o padre João, a menos que o amor seja muiiiito grande.
Mil beijos com muita luz da tua manita
Amiga
ResponderEliminarQuantos viveram, com o 25 de Abril de 74, uma emoção identica à que o Vicente sentiu?
Quantos sentiram soltarem-se as amarras, quebrarem-se as grades, renascer a esperança da liberdade??
Quantos sorriros... Quanta alegria!
Lembro-me bem...
Deus permita que a história de Anita dê aos seus protagonistas a sua merecida recompensa. A todos sem excepção.. porque todos se revelam de um valor imensurável.
A vida, será ela devidamente justa?
Por vezes pensamos que não, até que o tempo passe e com ele nos sejam revelados os verdadeiros propósitos.
Um beijinho
Olá Mariazita!
ResponderEliminarHoje passei só mesmo para isto. Matar saudades.Desculpa não comentar, tá?
Bjs
Querida Mariazita,
ResponderEliminarGostei de ver a foto da minha netinha na barra lateral. Agradeço a sua simpática visita ao meu blog.
Beijinhos
Milai
Amiga
ResponderEliminarUm beijinho e desejos de um bom fim de semana!
Por cá...Tristezas já chegam.
ResponderEliminarA crise bateu à minha porta ontem e uma carta p/Desemprego está aqui à espera de 2ª feira ir entregá-la ao Centro de Emprego.
Enfim...a vida tem destas coisas!!!
Neste momento ainda me encontro em convalescença da pneumonia, por isso quase nem posso brincar c/os netos, nem passear, nem fazer arrumações e limpezas de Verão, enfim...há que ter paciência.
Atenção: não quero ser a "coitadinha" pois algumas pessoas depois de lerem que estou doente, reagem muito mal, com comentários mesmo desagradáveis.
O meu ultimo post tem a ver com o "MAU" que existe na Blogosfera, fico triste. Mas a vida é assim!
Deixo-te um beijo e votos de óptimas semanas de Verão.
MUITOS PARABÉNS pela bela história.
Hoje vim te desejar um lindo domingo!
ResponderEliminarbeijos
Hmmmmm despedidas à espanhola...
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