segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

MENSAGEM DE FIM DE ANO

MENSAGEM DE FIM DE ANO
 
 
(Foto gentilmente cedida por MANUEL LUIS)
 
Apesar de me encontrar ausente do meu local habitual, não vos esqueço.
Por isso programei esta pequena mensagem para ser publicada no dia 30 de Dezembro, com o intuito de vos desejar óptimas entradas no Novo Ano.
Expresso, assim, os meus votos para todos vós, para o próximo ano – 2014:
- Tanta sorte como gotas tem a chuva.
- Tanto amor como raios tem o sol .
- Tanta felicidade como estrelas tem o céu.
E ainda…que nunca vos falte:
- Um sonho por que lutar,
- Um projecto para realizar,
- Um lugar aonde ir,
- Algo que aprender, e
- Alguém a quem querer.

Nesta minha última postagem deste ano deixo-vos
UM GRANDE SORRISO
E, já que “a riqueza de um ser humano se mede pela quantidade e qualidade dos amigos que tem”…
MUITO OBRIGADA POR VOCÊS SEREM PARTE DA MINHA FORTUNA.

Como “presente de fim de ano” espero que apreciem este “mantra”, cantado em sânscrito (língua antiga utilizada na Índia), um hino para a Paz, e cujo significado é “que o amor, a paz, a abundância, harmonia e saúde estejam sempre presentes”

“This video is a Hindu prayer and wish to universal love, peace, prosperity and harmony for everyone irrespective of religion and location.” - Shravan K Manyam
 

 
A toda(o)s que me acompanharam ao longo deste ano que estás prestes a terminar, agradeço a amizade, o carinho, a atenção… enfim, tudo que me dispensaram.
MUITO OBRIGADA!

sábado, 14 de dezembro de 2013

LENDA DO CHORO DA GUITARRA PORTUGUESA

                         (Meus verdes 15 anos… até cantava o Fado, e bem, segundo dizem)

Diz-se que a guitarra portuguesa é o instrumento que mais se aproxima do sentimento lusitano do povo português.
O seu timbre é de tal modo inconfundível e carregado de simbolismo que qualquer português o reconhece, esteja onde estiver.
Com origem na Idade Média, começou por frequentar os salões da alta burguesia, acabando por “cair” nas mãos do povo. Hoje é associada, inevitavelmente, ao Fado.
“A guitarra portuguesa significa o choro do Fado, a expressão da alma…”
Destino, fado e saudade são palavras que, naturalmente, se relacionam com o trinado da guitarra portuguesa, que lembra uma criança que chora ou uma mulher que suspira.
Faz-se ouvir, mas não se impõe.
O som único do trinado da guitarra portuguesa faz lembrar o choro, a mágoa e a tristeza, a que muitos atribuem um significado especial – um castigo infligido pelo Deus Menino.
Ora veja:

O PASSEIO DA VIRGEM MARIA


 No início de uma noite doce e calma, com o luar iluminando o caminho, resolveu a Virgem Maria dar um passeio.
Com o Menino Jesus pela mão, caminhando sem destino, seus passos a levaram em direcção à Mouraria.
Ao ouvir um som plangente Nossa Senhora parou, e comovida ficou.
Uma guitarra trinava tão amargo padecer que a Virgem, emocionada, chorou.
Como pérolas, as lágrimas rolaram pela sua bela face.
Ao ver assim torturado o rosto que tanto amava, Jesus, amargurado, com voz dorida, perguntou à guitarra a razão por que chorava.
A guitarra não soube explicar o motivo do seu penar, e Jesus ficou muito zangado.
Voltando-se para Maria, exclamou:
- Não gosto da Mouraria! Chorar assim é pecado.
E dirigindo-se à guitarra, continuou:
- Magoaste a minha Mãe! Pois, por castigo, hás-de chorar também pelo resto da tua vida!

E assim a guitarra portuguesa ficou condenada a chorar por toda a eternidade.
Esta é a razão do “choro da guitarra portuguesa”.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

SAUDOSA ÁFRICA DISTANTE

SAUDOSA ÁFRICA DISTANTE

Hoje vou partilhar convosco um resumo de excertos do livro que estou (continuo…) a escrever.

Tinha pensado publicá-lo no próximo mês. Desisti da ideia, preferindo fazê-lo hoje. Dezembro é uma época em que as recordações se tornam mais presentes e sentidas. E o trecho que vou mostrar-vos passa-se no Natal…

APROXIMA-SE O NATAL / DO NATAL AO ANO NOVO
 
(Encontramo-nos em Moçambique).
… Não há ainda data prevista para o regresso dos maridos… (foram para o Norte, para a zona de intervenção).
As saudades são cada vez maiores e, com a aproximação da época natalícia, sentimos ainda mais a sua ausência.
Os dias vão passando, e falta apenas uma semana para o Natal.

Fala-se, à boca pequena, que as tropas não virão para baixo antes dessa data.
E, repentinamente, surge a notícia:
“O comandante… resolveu disponibilizar um avião militar para transportar as famílias que quiserem ir passar o Natal ao Norte”.
... Todas as mulheres se apressaram a inscrever-se, assim como aos respectivos filhos. Resultado: um avião não chegaria para o transporte de tantas pessoas… havia que arranjar outra solução, que surgiu de maneira airosa mas pouco satisfatória:
“As crianças não poderiam acompanhar as suas mães ao Norte dado que se tratava de uma zona de intervenção e, portanto, pouco segura”… Automaticamente as inscrições baixaram para menos de um terço… restaram apenas aquelas que não tinham filhos, e ainda as poucas que, tendo-os, podiam deixá-los com pessoa de sua inteira confiança.
Eu faço parte destas últimas. A minha irmã encontra-se em férias escolares, na minha casa, e prontifica-se a ficar com as crianças. Aceito, mas de coração dividido – para passar o Natal com o marido não poderei estar junto dos meus filhos. A saudade acaba por falar mais alto, e resolvo ir para junto do marido.
… À chegada a Mocímboa da Praia, local do nosso destino, multiplicam-se os abraços e beijos, entremeados de lágrimas de felicidade. Pode-se, finalmente, dar vazão a tantas saudades reprimidas.
… Depois de jantar vamos fazer planos para o jantar do dia seguinte, 24, noite de Consoada. …
(Na noite de 24)
...Não faltaram os tradicionais doces – rabanadas, sonhos, formigos, etc., etc., etc. acompanhados de vinho do Porto.
Foi um jantar muito agradável, prolongado por alegres conversas, onde, a certa altura, se fez uma pequena pausa para recordar os entes queridos que, que por força das circunstâncias, não estavam presentes. Foi o momento de uma lagrimazita rebelde assomar aos nossos olhos.
… No dia 26 tivemos uma surpresa maravilhosa.
…o comandante regional tinha conseguido uma segunda viagem aérea para as famílias que quisessem ir juntar-se aos maridos, podendo, desta vez, levar as crianças.
A minha irmã prontificou-se a viajar com os meus filhos; assim, embora não tenhamos passado o dia de Natal todos juntos, reunimo-nos dois dias depois, o que foi muito bom…
…Até ao fim do ano os dias sucederam-se quase sem darmos por isso. Passamos lá uma semana inesquecível. Todos os dias eu, a minha irmã e os meninos, íamos à praia, que ficava relativamente perto.

 
… No dia 31 tivemos um jantar “melhorado”…
 
…Depois do café e digestivos as senhoras foram preparar a mesa, com alguns doces, as indispensáveis passas de uva, e as taças para o champanhe. Ficou tudo pronto para festejarmos a passagem do ano.
Subimos então ao primeiro andar e sentámo-nos na varanda, a aguardar a aproximação da meia-noite…
… No meio da conversa começámos a ouvir, ao longe, o ribombar de trovões. Nesta época do ano são muito frequentes as tempestades, nem sempre acompanhadas de chuva.
Alguém comentou:
- Aproxima-se uma grande trovoada.
Mal estas palavras foram pronunciadas apareceu a toda a velocidade um jipe… Imediatamente um soldado saltou do jipe dizendo:
- Meu comandante, precisa vir imediatamente. Temos problemas. …
Na varanda ficaram apenas as mulheres… intrigadas e preocupadas, sem sabermos o que se estava a passar, mas calculando que não seria nada de bom.
Alguns minutos depois começaram a passar jipes, na estrada, em grande velocidade.
… o que pensámos ser trovoada ao longe era, na realidade, o som de tiros, a cerca de 10 quilómetros de distância.
E assim essa passagem de ano foi feita sem os maridos, que se encontravam em combate.
…Continuámos na varanda, conversando para passar o tempo, esperando os maridos que só regressaram de madrugada, felizmente sem baixas.
 
PS - VOU AUSENTAR-ME POR UMA SEMANA, MAS, LOGO QUE REGRESSE, AGRADECEREI TODAS AS VISITAS RECEBIDAS.
ATÉ LÁ, TUDO DE BOM PARA VÓS.
BEIJINHOS

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

JÁ CHEGOU O OUTONO

JÁ CHEGOU O OUTONO
 
 

(Foto minha – USA 2003)

Mal salto da cama, às sete e meia, como habitualmente, sou surpreendida por uma luz fortíssima, que me cega, rapidamente seguida por outras. Penso:
- Mas o que é isto?
- Sou assim tão famosa que, logo que me levanto, os fotógrafos já estão a postos para registarem a   minha imagem? Estarei a sonhar?
- Ora bolas! Tantos flashes e esqueci-me de sorrir…
 
 
Poucos segundos depois ouço um estrondo enorme.
Oh! Afinal é apenas trovoada...
A casa encontra-se imersa numa escuridão quase total.
O céu, carregado de nuvens negras, não permite que a mais leve claridade atravesse os vidros das janelas.
Acendo a luz, encaminho-me para a janela, e olho para o céu, consultando “os astros”.
Não há dúvida – o Outono vestiu a capa do Inverno.
As nuvens, pesadíssimas, despejam litros e litros de água sobre a terra sequiosa.
O vento, forte, arrasta a chuva para longe, fazendo com que as árvores quase varram o chão.
Irão resistir a tal investida? Provavelmente, os ramos mais frágeis vão atapetar o chão…
Parece um dia de Inverno, não fora a temperatura amena que se faz sentir – 18 graus, agora, com previsão para temperatura máxima de 24º.
(27.09.13 das 7,30H às 8,00H)
 
O dia manteve-se sempre de céu “fechado”, o sol não mostrou o seu sorriso e não aqueceu as almas e os corações.
 
Tempo cinzento. Dia tristonho.
Mas o mau tempo vai passar.
Afinal…“Tudo passa!”, não é mesmo?

 
 
A CHUVA

A chuva cai.
Violenta, fustigada pelo vento,
Trazendo consigo as impurezas
Que o Homem,
laboriosamente,
Foi acumulando no infinito azul.
 
Vendo-a, através das vidraças,
Ouvindo o seu cantar feito de lágrimas,
Pergunto-me:
Quem chorará deste modo?
 
Será o céu, em desespero,
Ao ver do Homem a ignomínia,
O mesmo que,
ultrapassadas todas as barreiras,
O desvenda,
Em total desrespeito pela sua intimidade?
 
Não há lágrimas bastantes
Para um desgosto assim…
Só um dilúvio lhe poria fim!
 
Mariazita
(Lisboa, 1997, Abril)
(dentro do carro, no parque do Hospital de Santa Maria, Lisboa,
sob chuva intensa)
 
PS – Entretanto, o Senhor Tempo resolveu brindar-nos com mais alguns dias do simpático Verão, apresentando-nos um céu muito azul, sem nuvens, um sol brilhante, radioso, e temperaturas muito amenas – 26 a 28º.
Enquanto durar… há que aproveitar... :)
10.10.13

Aproximam-se os meses em que só apetece estar em casa, enroscadinhos no sofá, com uma manta pelos joelhos – especialmente para quem o pode fazer em boa companhia.
Apetecia-me dizer “Enjoy it!”, mas, como estou em Portugal, direi:
- Aproveite a vida, e cada momento bom que ela lhe oferece.
Por último, e parafraseando Raul Solnado:
- Façam-me o favor de ser felizes
 

sábado, 14 de setembro de 2013

REGRESSO DE FÉRIAS

Ao contrário do que habitualmente fazemos – deslocar-nos para mais de mil quilómetros de distância para passar férias (locais já nossos conhecidos) - este ano apenas nos distanciámos cerca de 500 Kms do local onde residimos. Ao fim de cerca de 4 horas de viagem chegámos à zona balnear onde iríamos permanecer por duas semanas.
Fartos que estamos de hotéis e seus horários, decidimos alugar uma moradia.
O local combinado para a entrega das chaves foi este

donde seguimos para a casa que nos aguardava.
Depois de instalados e feitas as compras indispensáveis, encaminhamo-nos para a praia.
Aguardavam-nos uns larguíssimos quilómetros de areia fina e branca, e um mar de águas cálidas, nas quais mergulhámos, eram já 7 horas da tarde.


A moradia fica relativamente perto da praia, e não estando sujeitos a horários, podemos ficar aqui até mais tarde.
Fazemos uma alimentação saudável, à base de grelhados


 e legumes diversos.


E, como estamos de férias e ninguém veio para trabalhar, a não ser o estritamente necessário, utilizamos “louça” de plástico que, no fim da refeição, rapidamente se “lava”,  colocando-a num saco de lixo.
 A caminho da praia verifico que, anteriormente, passou por cá alguém que me quis homenagear, gravando a primeira letra do meu nome, “M”, no tronco desta árvore


  Encontra-se por aqui uma enorme profusão de estátuas, ao estilo “Gaudi”



e não só…



E, entre praia,


passeios de bicicleta,



jogos,


e brincadeiras, após o jantar

contando com a presença simpática desta osga bebé
que sempre nos acompanhava durante as refeições nocturnas, chegámos ao fim dumas férias maravilhosas, passadas com a família (possível…)



 No próximo ano haverá mais (espero!!!)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

MARK O´BRIEN

MARK O´BRIEN
  
 
Vi, há muito pouco tempo, um filme excelente, que retrata a vida do jornalista norte-americano Mark O’Brien.
Mark nasceu em Boston, em 31 de Julho de 1949; quando era ainda pequeno os pais mudaram-se para Sacramento, na Costa Oeste dos Estados Unidos, onde passou a infância.
Aí sofreu um grave ataque de poliomielite, aos 6 anos de idade.
 
A poliomielite é uma doença infecciosa viral, também conhecida por paralisia infantil.
Altamente contagiosa, é, muitas vezes, mortal; quando poupa a vida, deixa sequelas muito graves, normalmente deficiências motoras que atingem sobretudo os membros inferiores, podendo, contudo, provocar tetraplegia.
 
Assim aconteceu com Mark O’Brien, que se viu confinado, por toda a vida, a um pulmão de aço, do qual se podia libertar apenas algumas horas por dia. Para isso fazia-se acompanhar de um aparelho respiratório portátil.
Com uma força interior enorme, o seu estado físico não o impediu de se matricular, em 1978, na “University of Califórnia”, em Berkeley, Califórnia.
Vivia num pequeno apartamento no “campus”, fazendo-se transportar, para as aulas, numa maca eléctrica, onde era colocado o aparelho respiratório portátil, que tinha autonomia para, apenas, umas poucas horas.
Em 1982 obteve a sua licenciatura em literatura anglo-saxónica, após o que, e depois de repetidos pedidos, foi admitido na “Escola Superior de Jornalismo” em Berkeley. Este acontecimento abriu um precedente que permitiu a outros candidatos com deficiências graves terem acesso a Universidades Estaduais.
Tornou-se poeta, escritor, e um defensor acérrimo dos direitos dos deficientes.
Em 1979 escreveu um ensaio sobre a “vida independente”, o que levou Sandy Close, editora executiva da «Pacific News Service», a contratá-lo como correspondente.
Inicialmente O’Brien ditava os seus artigos; mais tarde começou a utilizar uma espécie de pau que, metido na boca, servia para pressionar as teclas de uma máquina de escrever eléctrica; finalmente, adquiriu um processador de texto.
Em 1997 co-fundou uma editora dedicada à publicação de poesias escritas por pessoas com deficiência – «Fábrica de limonada».
Escreveu vários poemas, entre eles “Respiração”, e uma autobiografia – «Como me tornei um ser humano: a procura de um homem incapacitado, por Independência».
Mark O’Brien faleceu em Berkeley, em 04 de Julho de 1999, com 50 anos de idade.
 
Sobre a sua vida foram feitos dois filmes:
- “Lições de respiração: A vida e obra de Mark O’Brien” (1997), e
- “6 Sessões” (título em Portugal) – “Sessions” (título original) – este foi o que vi há relativamente pouco tempo.
O filme, para além de retratar a vida real de Mark O’Brien, a sua doença e as dificuldades com que sempre teve que lutar, foca o aspecto da sexualidade que, aos 38 anos, começou a perturbá-lo.
Na qualidade de católico convicto receava que as suas convicções religiosas fossem abaladas se procurasse perder a virgindade.
Decide consultar um amigo padre a quem expõe as suas dúvidas.
Tendo recebido um incentivo favorável, contrata uma terapeuta do sexo – papel brilhantemente interpretado por Helen Hunt.
 

Ben Lewin, o realizador, tem o seu maior triunfo na atuação de John Hawkes,
 
 

que constrói um protagonista muito à base de doçura e vigor.
O realizador retrata o sexo com pureza e sem qualquer espécie de falso moralismo, sem nunca roçar a baixaria.
Cenas de sexo explícito, com nu integral, não chocam minimamente, já que são apresentadas duma forma didáctica e perfeitamente enquadradas na história, e não de forma gratuita.
Considero-o um filme excelente, que aborda questões relevantes, nas quais, muitas vezes, nem sequer pensamos.
Se tiver oportunidade, não deixe de ver.
 
 
 
Como vou de férias para fora do país só quando regressar, em princípio de Setembro, poderei retribuir as visitas que me fizerem, e que, antecipadamente, agradeço.

domingo, 14 de julho de 2013

EQUÍVOCOS

Ao fazer uma escolha em papéis, jornais e revistas fora de uso, com o intuito de deitar para o lixo o que já não tem qualquer utilidade, folheei algumas revistas e, entre as coisas a que dei uma vista de olhos, deparou-se-me uma “confissão” duma empresária, cujo nome não vou revelar.
Declara ela, em entrevista, que o maior erro que cometeu foi ter ido visitar um amigo ao hospital, que encontrou em estado lastimável – tivera um acidente de automóvel e estava cheio de ligaduras, não conseguindo falar. Esteve lá bastante tempo, e saiu muito preocupada quanto ao seu estado de saúde, temendo até que o pior pudesse acontecer.
Só no dia seguinte soube que o seu amigo se encontrava relativamente bem, e tivera alta do hospital no dia anterior. Foi quando percebeu que a pessoa com quem estivera no hospital não era o seu amigo, mas um simples desconhecido.
 
Principalmente por ela ter considerado este episódio como, se não o maior, pelo menos um dos maiores erros da sua vida, veio-me à lembrança uma outra história, que achei maravilhosa, e vou partilhar convosco:
 
  
“A enfermeira, segurando o braço do cansado e ansioso “marine”, conduziu-o para a cabeceira do doente.
- O seu filho está aqui – disse ela para o velho homem. Teve que repetir as mesmas palavras algumas vezes, antes que o doente abrisse os olhos.
Fortemente sedado por causa da dor do seu ataque cardíaco, ele mal viu o jovem uniformizado da Marinha, que se mantinha fora da tenda de oxigénio.
Estendeu a mão; o “marine” envolveu nos seus os dedos inertes do velho, apertando-os numa mensagem de amor e incentivo.
A enfermeira trouxe uma cadeira para que o “marine” pudesse sentar-se ao lado da cama.
Durante toda a noite o jovem fuzileiro naval ficou na enfermaria mal iluminada, segurando a mão do velho e dirigindo-lhe palavras de amor e força.
Algumas vezes a enfermeira sugeriu ao marinheiro que fosse descansar um pouco, mas ele recusou. Alheou-se da enfermeira e dos ruídos nocturnos do hospital – o tilintar do tanque de oxigénio, o riso de alguns funcionários da noite trocando saudações, os gritos e gemidos dos outros pacientes.
De vez em quando a enfermeira ouvia-o dirigir algumas palavras gentis ao doente. O moribundo não disse nada, apenas segurou com força a mão do filho durante toda a noite.
Ao amanhecer o velho morreu.
O “marine” largou a mão agora sem vida e foi avisar a enfermeira.
Enquanto ela tratava do que era necessário ele aguardou. Finalmente ela voltou, e começou a dirigir-lhe palavras de apreço e simpatia. O “marine” interrompeu-a:
- Quem era aquele homem? – perguntou.
A enfermeira assustou-se:
- Ele era o seu pai – respondeu.
- Não, não era – informou o “marine". Eu nunca o tinha visto na minha vida.
- Então… porque é que você não disse nada quando eu o conduzi até ele?
- Eu soube imediatamente que a senhora estava enganada, mas também percebi que ele precisava do seu filho, e o seu filho não estava aqui. Quando eu compreendi que ele estava demasiado doente para saber que eu não era o seu filho, sabendo o quanto ele precisava de mim, eu fiquei.
Eu vim aqui esta noite para encontrar um senhor William Grey. O seu filho foi morto ontem, no Iraque, e eu fui enviado aqui para o informar. Qual era o nome desse cavalheiro que morreu?
A enfermeira, com lágrimas nos olhos, respondeu:
- Sr. William Grey."
 
"Quando alguém precisar de si faça o possível por estar lá".

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A POMBA MISTERIOSA


 Nicoleta vive no primeiro andar de uma moradia para quatro famílias, duas no rés-do-chão e duas no primeiro andar.
Tem uma filha e um filho, ambos com famílias constituídas, uma neta de dois anos e um neto com 11 meses. Mas vive sozinha.
Acontece muitas vezes que, ao chegar à entrada da casa, vê vários pombos e outros pássaros voejando nas escadas que conduzem ao primeiro andar. Sentindo a sua presença desaparecem espavoridos, voando para longe.
Há dias, ao regressar a casa depois de mais um dia de trabalho, deparou-se com uma pomba que, ao contrário das outras aves, se manteve nos primeiros degraus da escada. Meteu conversa com ela:
- Então, não te vais embora?
Indiferente, a ave foi subindo à sua frente, saltitando de um degrau para o outro. Ao chegar ao patamar encostou-se à parede e levantou a cabeça olhando para ela.
Quando se dirigiu para a porta o animal seguiu-lhe os passos e, logo que a porta se abriu, entrou em casa ao mesmo tempo.
Admirada com o procedimento da pomba, Nicoleta dirigiu-se à cozinha para preparar o jantar, sempre com a ave na sua peugada. Quando parava o animal parava também, levantando a cabeça e olhando-a. Parecia que queria dizer-lhe algo.
Baixou-se, pensando que, ao aproximar-se, ela levantaria voo, mas tal não aconteceu. Apanhou-a com toda a facilidade, pensando:
- Para te deixares apanhar assim deves estar cheia de fome.
Mas, apalpando-lhe o papo, verificou que o mesmo se encontrava cheio. Pensou:
- Fome não tens, com certeza. Talvez tenhas sede…
Encheu uma pequena tigela com água, e, colocando-a no chão, pôs a pomba junto dela.
A ave deu dois ou três pequenos gorgolejos, levantou a cabecita, e voltou a olhar para ela.
Segurou-a de novo, inspeccionando-a, para ver se descobria qualquer ferimento que pudesse ter sido feito por algum gato ou, talvez, alguma pancada dum carro. Mas nada detectou.
Com todo o cuidado colocou-a no chão. Ela foi para um canto e ali ficou.
Depois de comer Nicoleta foi para a sala, mas a pomba não se moveu do sítio onde estava.
Uns momentos depois ouviu um ruído na cozinha, semelhando um esvoaçar. Foi espreitar e viu a pomba a bater as asas, como se quisesse voar, olhando para a mesa, mas sem conseguir levantar voo. Pensou:
- Já sei! Tem uma asa partida, não pode voar, e está a tentar dizer-me isso mesmo.
Pegou-lhe e, cuidadosamente, examinou-lhe as asas, separando as penas uma a uma. O animal não reagiu nem mostrou qualquer sinal de dor. Desistindo de tentar saber o mistério que envolveria a pomba, colocou-a em cima da mesa – já que parecia ser isso o que ela queria - e foi de novo para a sala.
Chegou uma amiga para lhe fazer um pouco de companhia, que, antes de se sentar disse:
- Estou cheia de sede.
Dirigiram-se ambas à cozinha para buscar um copo de água. Ao ver a pomba, a amiga, admirada com aquela situação inusitada, inclinou-se para lhe pegar, mas a ave fugiu, não se deixando agarrar. Nicoleta ficou espantada com a reacção do animal.
Passado algum tempo a amiga retirou-se e Nicoleta foi à cozinha. A pomba encontrava-se no mesmo sítio onde a deixara.
Segurando-a entre as mãos começou a falar-lhe como o faria com uma criança. Disse, com voz doce:
- Gostas de estar comigo, é? – e, dizendo isto, começou a afagar-lhe a cabecita, dando-lhe repetidos beijinhos e murmurando palavras de carinho. Por fim afastou-a, e dirigindo-se à janela, que abriu, falou:
- Tu sabes que não podes ficar aqui… Vai em busca da tua liberdade.
Inexplicavelmente, e como se já tivesse cumprido a sua missão, a pomba, que antes não conseguira voar, levantou voo e desapareceu no espaço.
 
Este caso passou-se no dia 5 deste mês de Junho e foi-me relatado pela própria.
Nicoleta (nome fictício), estrangeira, não é religiosa praticante. A sua religião “oficial” é a Ortodoxa, que deixou de praticar há algum tempo. É, no entanto, senhora de um enorme misticismo, que parece irradiar de si mesma, envolvendo quem e o que a rodeia.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

EFÉMERA É A VIDA

 HOMENAGEM
Se pudéssemos ter consciência do quanto a nossa vida é efémera…
Quando nos sentimos desesperados procuramos a segurança perdida no mais frágil ramo que passe ao nosso alcance, no tormentoso rio em que nos encontramos.
Passado o pânico inicial verificamos que o frágil raminho não pode suster-nos por muito tempo, e que também ele necessita de apoio.
É chegado o momento de fazer uma reflexão.
Assim, rapidamente chegaremos à conclusão de que a força que buscamos só pode ser encontrada dentro de nós mesmos, que será muito duro consegui-la, mas só assim poderemos fortalecer o nosso eu interior, e vencer a adversidade que nos atingiu.
 
O meu porto de abrigo são as recordações. É nelas que me apoio quando me sinto soçobrar. Às vezes trazem consigo uma dor fininha… e não raro uma lágrima rebelde, que afasto rapidamente, teima em envenenar o meu olhar.
Cerro os olhos isolando-me de todos os estímulos sonoros que me rodeiam. Lentamente penetro num universo só meu, feito de luz e sombras. Permaneço imóvel para não perturbar aquele mundo encantado, onde tudo é possível.
De súbito, surge a tua imagem. Aproximas-te lentamente, com um sorriso luminoso, trazendo-me à lembrança aquele outro que me dirigiste poucos dias antes do Adeus.
Foi um sorriso único, como nunca havia visto outro igual. Teu rosto resplandecia, os teus olhos fitavam-me com tanto amor que me senti transportada para as nuvens. Não resisti a perguntar:
- Por que me olhas assim? Por que sorris desse modo?
- Porque te adoro – foi a resposta. E o sorriso continuou na tua face.
Adivinhavas já a despedida?
Querias deixar-me a tua marca para todo o sempre?
Lentamente, muito lentamente, afastaste-te, conservando no rosto esse sorriso que não esqueço. Lentamente, muito lentamente, regresso à realidade.

Esta é a minha homenagem para TI, hoje, dia 6 de Junho.
 
 

terça-feira, 14 de maio de 2013

PEREGRINAÇÃO A LOURDES - FRANÇA


Já passaram muitos anos mas a recordação perdura.
Há dias, em conversa com uma amiga, tudo voltou à lembrança.
No ano anterior, numa reunião de amigos, alguém mencionou o assunto. Ficámos logo com a pulga atrás da orelha. E no ano seguinte, 1997, logo no início do ano, fomos informar-nos, porque as inscrições eram em Fevereiro. Tivemos sorte, ainda havia algumas (poucas) vagas. E inscrevemo-nos, eu, meu marido, e uma nossa amiga.
O nosso grupo foi liderado pelo, à data, capelão militar, actual Bispo da diocese das Forças Armadas Portuguesas D. Januário Torgal Ferreira.
Com algumas das inúmeras fotos que tirámos fiz uma apresentação que vou partilhar convosco.
As fotos não são de grande qualidade, mas as condições atmosféricas também não eram famosas. (desculpas…) Espero que gostem.

Se quiser ver em «tela cheia», depois de iniciar clic no quadradinho à direita de "Menu", no canto inferior direito. LIGUE O SOM.

domingo, 14 de abril de 2013

VOCÊ PRECISA DE ESTÍMULO?

Tenho duas plantas de flores de cera. Conhecem? São lindíssimas.
Hoya carnosa – seu nome técnico – faz-nos lembrar que a sua folhagem é, de facto, carnuda, sem qualquer atractivo especial para além daquele que possuem todas as plantas. A grande beleza reside nas flores.
 

  É muito interessante acompanhar o ciclo de floração, desde que aparece um pequenino cacho de pecíolos com botões, até que se apresentam em todo o seu esplendor, lembrando um guarda-chuva florido.
São flores que se aguentam bastantes dias, e, quando começa a aproximar-se o fim, formam, a partir do centro, umas gotas de um líquido transparente semelhantes a lágrimas, que escorrem depois pelas pétalas e caiem para o chão.
Há quem lhes chame “lágrimas de Nossa Senhora”.

 
Eu tinha apenas uma destas plantas. Trouxe-a para casa – comprei-a – há já uns anos, não posso precisar quantos.
Pelo aspecto viçoso das folhas e pequena estatura – teria uns trinta cinco a quarenta centímetros de altura – via-se que era uma planta muito jovem.
Adaptou-se lindamente à sua nova casa, e a breve trecho erguia os ramos em direcção ao céu. Era altura de começar a guiá-la por um fio que lá coloquei para o efeito.
Prontamente iniciou o seu ciclo de floração, mimoseando-me com flores belíssimas.
  

Esta orgia de flores manteve-se por alguns anos.
A determinada altura comecei a notar a sua falta de flores. Pura e simplesmente tinha desistido de me brindar com a sua linda prole.
Continuava com as folhas viçosas, em nada denunciando a sua provecta idade, excepto na falta de procriação.
Continuei a tratá-la com o carinho de sempre, conformada com a sua aposentadoria.
Um belo dia a Lina, minha empregada, trouxe-me uma flor de cera (planta) que ela reproduzira a partir de outra que tem em casa.
Colocamo-la ao lado da outra, distanciada cerca de 40 centímetros. Poucos dias depois a segunda planta começou a florir.
Surpreendi esta conversa da Lina com as plantas:
- Vês? Não quiseste dar mais flores e a tua mamã arranjou outra para o teu lugar.
Deduzi que ela falava com a planta mais velha.
Não denunciei a minha presença, mas fiquei a saber que ela também falava com as plantas. Afinal não era só eu… Senti-me um pouco mais “normal”.
Tenho por hábito todas as manhãs ir à varanda visitar as minhas plantas, regá-las se têm falta de água, retirar alguma folha seca e, confesso, também converso com elas. Até lhes acaricio levemente as folhas, enquanto converso.
Alguns dias passados a Lina foi à varanda e chamou-me, toda alvoroçada:
- Senhora, venha cá ver uma coisa.
Lá fui, e vi que a velha planta de cera estava em flor. Fiquei admirada, pois estava convencida que o seu período de floração havia terminado irremediavelmente. Senti-me muito feliz. A minha velha plantinha, afinal, ainda conseguia brindar-me com as suas lindas flores.
Acariciei-a ao de leve e agradeci-lhe a alegria que acabava de me proporcionar.
Do alto da sua sabedoria singela, a Lina falou:
- Sabe, senhora, no outro dia eu estive a envergonhá-la; disse-lhe que a senhora agora ia gostar mais da outra do que dela. De certeza ela entendeu, e com medo que a senhora a deitasse fora resolveu dar flores outra vez.
Será que foi isso mesmo que aconteceu?
A gente mais simples, por vezes, tem percepções que escapam ao mais comum dos mortais.
Há pessoas que, face a contrariedades que surgem, entregam-se ao desânimo e levam uma vida tristonha, sem objectivos…
Precisam ser incentivadas, ‘espicaçadas’, “metidas em brios”, para reagirem e voltarem a ter fé nas suas capacidades.
Eu sei que, com algumas pessoas, isto é assim mesmo, precisam ser estimuladas para mostrarem do que são capazes. A dúvida que me fica é:
- Será que acontece o mesmo com as plantas?
Mariazita (Fotos minhas)
Reposição de postagem de 2010

quinta-feira, 14 de março de 2013

COMEMORANDO TRÊS DATAS

DIA INTERNACIONAL DA MULHER
  
Comemorou-se há seis dias o «Dia Internacional da Mulher».
Acredito que actualmente muito poucos serão os que ignoram o significado deste dia e a sua origem.
Relembremos apenas, de passagem, que o seu início teve origem no tristemente famoso incêndio numa fábrica de tecidos de Nova Iorque, no qual morreram queimadas cerca de 130 operárias.
Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de Setembro de 2001.
Mas como a história é por demais conhecida, prefiro partilhar convosco um texto alusivo à Mulher, de que gosto imenso.

UMA GRANDE MULHER

Uma grande mulher para mim é, acima de tudo, feliz alto astral, de bem com a vida.
Não que ela não carregue fardos, muitas vezes pesadíssimos, mas há nela uma luminosidade até na adversidade, junto a uma sábia compreensão dos fatos.
Passa pela dor com aprumo, não se faz de vítima, não aporrinha os outros com queixas e lamúrias sem fim.
Cultiva amizades verdadeiras, sabe interagir com seu companheiro e valorizá-lo, quando o tem, mas não se aniquila por não tê-lo.
Uma grande mulher se gosta e se valoriza, sem tornar-se escrava das cirurgias plásticas, das roupas de griffe, do eterno culto à beleza que, ao final das contas, não vão driblar o tempo, só enganá-lo e enganá-la. Antes, investe numa elegância que vem de dentro, doce, flexível, humanitária.
Uma grande mulher torna-se exímia no caminho que escolheu e é inteligente o bastante para reconhecer que pode mudar de lugar e de rumo sempre que sentir que seu viver não confere com os anseios de seu coração.
Uma grande mulher prefere morrer a se render à convivência com quem, reiteradamente, a diminui ou a desvaloriza.
Ela sempre luta para abrir seu espaço, nem que esse espaço fique nas coxias ao invés da luz dos refletores.
Para uma grande mulher isso não importa. Ela só quer crescer e avançar a seu modo. Jamais a impeçam de ser ela mesma.
Tenho visto grandes mulheres nos cargos mais importantes e nos cargos mais humildes, de catadoras de lixo até grandes executivas. São laboriosas sempre, mas não abrem mão do que lhes traz alegria e prazer, dentro de suas possibilidades.
Se patroas, são justas e solidárias; se empregadas, são leais e dedicadas; se profissionais liberais, são éticas.
Uma grande mulher tem os pés bem fincados na terra, mas alguma coisa dentro dela sempre está olhando para o céu.
Pode parecer utopia, mas não é.
Tenho conhecido muitas mulheres assim. Observo suas vidas em silêncio e fico pensando:
- Um dia eu ainda chegarei lá!
Fátima Irene Pinto
02.03.2012 Descalvado - SP


Fátima Irene Pinto, nascida em Pirajuí, S. Paulo, a 17 de Agosto de 1953, é uma poetisa brasileira, formada em Letras.
Jornalista, professora, musicista e coordenadora de concursos de poesia, dela disse o poeta catarinense Solange Rech:
"De tempo em tempo, aqui e acolá, a natureza nos brinda com pessoas muito especiais. Fátima Irene é uma dessas raridades…”
DIA DO PAI

No próximo dia 19 comemora-se, em Portugal, o «Dia do Pai».
Talvez não tão conhecida como no caso do «Dia Internacional da Mulher», também a sua origem tem sido bastante divulgada, especialmente nos últimos anos.
O primeiro registo que existe referente ao “Dia do Pai” foi feito na antiga Babilónia, há mais de quatro mil anos.
Contudo passaram-se muitos séculos até que as homenagens ao Pai se tornassem um evento oficial.
Há quem defenda que o facto ocorreu, pela primeira vez, nos Estados Unidos, em 19 de Junho de 1910. Esta data era próxima do aniversário de William Jackson Smart, um veterano da Guerra Civil, que criou seis filhos sozinho depois que a esposa morreu no último parto.
Uma das filhas de William, Sonora Louise Dodd, pediu à igreja local que criasse um dia para homenagear a coragem e dedicação do pai dela e dos pais em geral.
Mas só em 1966 o presidente Lyndon Johnson proclamou o terceiro Domingo de Junho como o Dia do Pai, data que se mantém até aos dias de hoje.
No Brasil, com o nome de «Dia dos Pais», é comemorado no segundo Domingo de Agosto, enquanto que Portugal segue à risca a tradição católica, celebrando-o no dia 19 de Março, dia de S.José, pai (de criação) de Jesus Cristo.


 
DIA DE PÁSCOA

Páscoa, do hebraico “Pessach”, significa Passagem, evento religioso cristão, considerado pela Igreja como a maior e mais importante festa da cristandade.
Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação, que terá ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 dC.
A Páscoa ocorre, normalmente, entre 22 de Março e 25 de Abril.
Em Portugal – e não sei se em outros países – ainda há freguesias em que se realiza o Compasso Pascal.

 
Trata-se de uma tradição cristã que consiste na visita casa a casa – de quem a quiser receber – de um pequeno grupo de paroquianos, acompanhados ou não do seu pároco, transportando um Crucifixo de Cristo, como celebração pela Sua Ressurreição.
Esta Visita Pascal realiza-se no Dia de Páscoa. Entrado o cortejo numa casa, e depois de uma bênção inicial, os habitantes da casa visitada beijam a Cruz de Cristo em sinal de adoração.
A esta tradição associaram-se diferentes formas de receber essa visita. Algumas casas oferecem aos visitantes doces da quadra pascoal, como folar, amêndoas, confeitos… e, nas casas mais afortunadas, até é oferecido um copinho de vinho do Porto ou licor caseiro.
  
 
(Freguesia de Guisande-Stª.Maria da Feira)

Em muitas freguesias é habitual a garrafa de espumante.  Ela é vista como uma forma de confraternização entre os membros da comunidade paroquial.
Por vezes a Visita Pascal é aproveitada para oferta de donativos pecuniários à paróquia, especialmente nas freguesias em que os seus membros usufruem de “serviços paroquiais” grátis.
 
Com a desertificação do interior e consequente diminuição da população, esta e outras tradições acabam por se perder.
Isto é lamentável na medida em que estes costumes fazem parte do património cultural de um povo, transmitido de geração em geração, até aos dias de hoje.
São, pois, de louvar e apoiar todas as acções no sentido da preservação de tão importantes manifestações dos hábitos antigos.
 
 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

COMPLETO HOJE CINCO ANOS


Mais um ano se passou, e chegou o dia – hoje – em que este espaço completa cinco anos de idade. Foram dias de grandes realizações, ainda que o último ano não tenha decorrido da melhor maneira. Neste período foram mais os espinhos do que as rosas. Mas na vida “nem sempre o sol brilha, também há dias em que a chuva cai” – como diz a canção.
Para assinalar a passagem deste aniversário vou apenas oferecer-vos este selinho

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que podeis ir buscar AQUI
Como complemento desta oferta vou partilhar convosco uma história, verdadeira, que li numa revista espanhola,  uma vez que  me encontrava a passar férias no país vizinho, e que achei muito interessante.

O Cabo Finisterra francês foi, durante séculos, uma das zonas mais perigosas para a navegação. Só em 1896 o mar “tragou” 250 pessoas.
Por isso é muito grande a concentração de faróis naquela zona, sendo, o mais famoso, conhecido por “Le Jument” – A Mula.
Foi construído sobre uma rocha com o mesmo nome na Ilha de Quessant, situada a 20 Km da costa francesa. A sua construção começou em 1904 e só terminou em 1940, depois de penosos e complicadíssimos trabalhos. Mede 47 metros, e a sua luz alcança até 39 quilómetros em seu redor.
Foi automatizado em 1991, dois anos depois desta história. Anteriormente era movimentado por um faroleiro, de nome Théodore Malgorne.
Acender, apagar e vigiar, um ritual interminável deste vigia, no meio de um oceano de solidão.
“Ser faroleiro não é uma profissão, é uma forma de vida” – dizia ele.
Conta-se que, nas noites de tempestade, a sua mulher passava o tempo à janela, na sua casa em terra firme, vigiando constantemente a luz do farol, esperando que ela não deixasse de brilhar, o que significava que seu marido continuava vivo.

Não tão famoso como o farol, mas igualmente digno de registo, é o segundo interveniente nesta história, o fotógrafo Jean Guichard.
Jean sempre gostou do mar, e quando cumpria o serviço militar na Marinha Francesa, uma vez que fez escala na Gronelândia comprou uma câmara Nikon que pagou vendendo fotos à tripulação do barco.
A partir de então e até aos anos 90 dedicou-se a fotografar o mar largo, a partir de terra ou do ar.
O destino destes dois homens cruza-se naquela quinta-feira, 21 de Dezembro de 1989.
 
Durante dias o mar açoitara sem clemência o Farol de La Jument.
Seu guardião Theodore sabia que não era um temporal de “trazer por casa”. As ondas, ferozes, movidas por um vento fortíssimo, fizeram em fanicos os vidros das janelas do primeiro piso, alcançando a balaustrada. A água inundava já a zona inferior do interior do farol.
A situação era perigosa, por isso ele deslocou-se para a parte mais alta, no piso superior.
 
Jean Guichard tinha 35 anos e encontrava-se num helicóptero do qual, de câmara em punho, fotografava a Bretanha Francesa, para o seu projecto “Faróis na tempestade”.
E aquela  era das valentes!
O helicóptero aproximou-se o mais possível do farol.
Como um náufrago que vê aparecer um barco, ao ouvir o barulho das pás do helicóptero, Theodore pensou que tinham chegado os serviços de resgate e correu rapidamente para a porta do farol para que o pudessem ver.

 
 
No momento em que vê o helicóptero de Guichard compreende o seu erro, ao mesmo tempo que toma consciência de que uma onda gigantesca envolve o farol.
 
 
 O seu instinto fá-lo retroceder; entra no farol e fecha a porta exactamente no momento em que a onda varre a porta.

Guichard observa, atónito, aquelas imagens ali à sua disposição, e fotografa sem parar.
A vida dum homem esteve à beira do abismo e foi fotografado por aquele que, involuntariamente, provocara a situação.
Com a sequência de fotos fez este pequeno vídeo:
 
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A história deste faroleiro poderia ter ficado no esquecimento, como as de tantos guardiães e ermitões dos mares, seus antecessores, se não fosse a coincidência de se encontrar no local certo, na hora certa, um apaixonado fotógrafo que tudo registou.
 
 
 
Da minha querida amiga Rosita  recebi este lindo selinho que, do coração, agradeço: