domingo, 28 de fevereiro de 2010

SALVEM AS MULHERES

Há muito tempo que não falamos aqui da “MULHER”.
É tempo de voltarmos a este delicioso tema.
Andei vasculhando nos meus “guardados” e descobri um PPS que me foi enviado por um grande e bom amigo, com a seguinte mensagem:

“ Muito válido.
Envio como homenagem às minhas Amigas e Familiares.
E como contribuição para a cultura geral dos homens inteligentes.
Vosso
(Assinatura)”

Embora o texto pareça tratar a Mulher como um objecto, uma coisa - em última análise como um animal de estimação - se ler com atenção verá quantas verdades ele encerra.

Salvem as Mulheres

O desrespeito à natureza tem afectado a sobrevivência de vários seres, e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.
Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas, na verdade, acredito que é ela que me mantém.
Portanto, por uma questão de auto sobrevivência, lanço a campanha:
- SALVEM AS MULHERES!
Tomem aqui os meus parcos conhecimentos em fisiologia da feminilidade, a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

*Habitat*

Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda, e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA.
Você jamais terá a posse de uma mulher; o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

*Alimentação correcta*

Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância.
É coisa de homem, sim, e, se ela não receber de você, vai pegar de outro.
Beijos matinais e um “eu te amo” no café da manhã, as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia.
Um abraço diário é como água para as samambaias. Não a deixe desidratar.
Flores também fazem parte de seu cardápio. Mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.
Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Música ambiente e um espumante são muito bem digeridos e ainda incentivam o acasalamento, o que, além de preservar a espécie, facilita a sua procriação.

*Respeite a natureza*

Você não suporta TPM? Case-se com um homem.
Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação…
Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

*Não tolha a sua vaidade*

É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, coleccionar brincos, comprar sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shoping. Só não incentive muito estes últimos pontos ou você criará um monstro consumista.

*Cérebro feminino não é um mito*

Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possui-lo (e algumas, realmente, o aposentaram!).
Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objecto de decoração.
Se você se cansou de coleccionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você.
Não fuja dessas; aprenda com elas e cresça! E não se preocupe: ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

*Não confunda as sub-espécies*

Mãe é a mulher que amamentou você e o ajudou a se transformar em adulto.
Esposa é a mulher que o transforma diariamente em homem.
Cada uma tem o seu período da actuação e determinado grau de influência ao longo de sua vida.
Trocar uma pela outra não só vai prejudicar você, como destruirá o que há de melhor em ambas.

*Não faça sombra sobre ela*

Se você quiser ser um grande homem, tenha uma mulher a seu lado, nunca atrás.
Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado.
Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

Aceite: mulheres também têm luz própria, e não dependem de nós para brilhar.
O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios.
Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.


Autoria desconhecida

domingo, 21 de fevereiro de 2010

SAUDOSA ÁFRICA DISTANTE (1/1)

Há cerca de dois anos (02.03.08) publiquei o post que hoje vos proponho recordar, e ao qual apenas retoquei o visual… (novas imagens).
Como tenciono retomar o tema “SAUDOSA ÁFRICA DISTANTE”, entretanto abandonado, decidi começar pelo princípio, partilhando convosco este apontamento que marca o início das minhas passagens por África.


O EQUÍVOCO

Jovem, casada há pouco menos de um ano,

surge a notícia. O marido vai embarcar dentro de um mês !
Embora já esperada, nem por isso a má nova causa menos dano.
E surgem as lágrimas, das saudades que estão para vir. Com uma gravidez de sete meses, a sensibilidade à flor da pele, sinto-me desesperar. Os dias passam a correr.
E, de repente, chega a hora da separação.
Aguento firme. Interiormente, consolo-me com a ideia de que, em breve, farei o mesmo percurso.
Ignoro todos os conselhos de familiares e até do médico.
- Quem, em seu perfeito juízo, arrisca fazer uma viagem destas, num tão adiantado estado de gravidez ???
- Quem se lembra de ir para uma terra estranha, longe de todos os parentes, onde não há as mínimas condições para dar à luz uma criança?
Obstinada, respondo – eu vou !
E pensava – quero que o meu filho nasça junto do pai.
E fui.
À chegada tudo é estranho. Uma cidade não muito grande, cheia de refugiados do país vizinho, que recentemente declarara a independência; gente diferente da que estava habituada a ver…
Tudo é ultrapassado. A alegria de me reunir ao marido sobrepõe-se a todas as dificuldades iniciais, incluindo a do alojamento.
Começamos pelo apart-hotel, dispendioso, mas a única solução.
Decorrido um mês, instalados num apartamento de um prédio ainda não totalmente construído, com os apetrechos indispensáveis - e possíveis – estamos preparados para viver os próximos dois anos.
A gravidez chegara ao seu termo. O bebé começa a dar sinais de que é chegada a hora de aparecer. Contudo, a espera vai ser longa.
Depois de uma noite sem poder descansar, logo pela manhã é chamada a parteira, que declara, peremptória – temos muitas horas pela frente !
Informado do que se passava, o médico, pessoa maravilhosa e amiga, apareceu. Depois de dizer - “ minha filha, o primeiro filho é sempre demorado; está tudo bem, mas vai ter que esperar com calma” – avisou a parteira e uma amiga presente de que gostaria de assistir ao parto.
Entre gemidos e lamentos, passou-se o dia e mais uma longa noite.
Logo pela manhã as coisas precipitaram-se, e o bebé apressou-se a ver a luz do dia.
A parteira atarefada, a amiga dando apoio, a jovem mãe esforçando-se, já sem forças, a criança aparece. Linda ! Um menino !

Um grande abraço da amiga, que chora de alegria!
É então que a parteira se lembra do médico, e do pedido que ele tinha feito para o chamarem quando chegasse a hora. Pede à amiga que vá à sala avisar o marido, que espera em ânsias, para chamar o médico.
Este, ignorando a recomendação que o médico havia feito, e vendo a amiga aparecer lavada em lágrimas, que eram de pura emoção, apanhou um tremendo susto. A custo balbuciou:
– Há algum problema ?
- Não, está tudo bem, já cá tem um menino. Mas vá depressa chamar o médico, por favor.
Só ouviu – chamar o médico. À velocidade que lhe permitia o coração disparado pela ansiedade, corre em direcção ao hospital. Regressa com o médico, que pelo caminho lhe conta o pedido que fizera à parteira.

Em casa, depois de ter visto o seu filho – o mais bonito do mundo ! – e desfeitas todas as dúvidas, pôde, finalmente, sossegar.
Desabou, literalmente, sobre uma cadeira, e deixou que as lágrimas de alegria lhe corressem livremente pelo rosto.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

AMIGAS E AMIGOS

A(o)s querida(o)s amiga(o)s que me honraram com a sua presença na “festa de aniversário” da Casa da Mariquinhas, o meu muito obrigada!

Na impossibilidade de agradecer a cada um individualmente, resolvi dedicar-vos este post como prova da minha gratidão.

Aos poucos, de acordo com a disponibilidade de tempo, irei visitar todos.

Deixo-vos com Oswaldo Montenegro e a sua Lista (de amigos) - Poema abaixo


Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo o dia
Quantos você já não encontra mais

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados p’ra sempre
Quantos você conseguiu preservar

Onde você ainda se reconhece?
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos, ninguém quer saber

Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia p’ra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo o dia
Quantos você já não encontra mais

Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

SEGUNDO ANIVERSÁRIO DA CASA DA MARIQUINHAS

A primeira pedra foi lançada em 14.02.08.

Com a vossa preciosa ajuda encontro-me agora no segundo piso.
Vamos construir um arranha-céus? Convosco, tudo é possível. O céu é o limite. Mãos à obra!

Fazendo uma retrospectiva destes dois anos tenho consciência de que este não é um blog que agrade facilmente a toda a gente, assim como comentar alguns posts poderá não ser muito fácil.
Apesar disso, analisando os resultados obtidos ao longo destes dois anos, posso considerar-me uma pessoa afortunada:

Com 191 postagens, quase 24.000 visitas, e 2.809 comentários - 940 em 2008; 1662 em 2009; e 207 em 2010 (não contabilizando as minhas respostas aos mesmos, evidentemente) - penso que tenho motivos para me sentir satisfeita.
Tudo isto eu devo, especialmente, aos meus comentadores que, com palavras de carinho, uns, de estímulo e apreço, outros, me deram coragem para prosseguir, o que cheguei a pôr em dúvida durante os três meses de ausência (26/07 a 25/10/09).

Não vou destacar nenhum(a) do(a)s amigo(a)s que me deram tantas provas de amizade: corria o risco de ser injusta com alguém, coisa que não quero que aconteça.
Englobo todos, portanto, no meu “Muito obrigada”.

(Não posso deixar de referir que ao longo destes dois anos criei mais dois blogs – OLHAI OS LÍRIOS DO MACUÁ em 01/12/08, e
HISTÓRIAS DE ENCANTAR em 01/04/09
o que pode, eventualmente, ter levado a alguma dispersão dos visitantes/comentadores)


E como estamos vivendo tempos difíceis, de grande crise, não farei qualquer festa. Também não comprei nenhum bolo, porque, especialmente as senhoras, não devem comer doces para não perderem o belo físico que ostentam.
Quando muito… uma tacinha de champanhe. A isso é que não se pode resistir :)
Então, tchim, tchim…

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É habitual nas festas de crianças oferecer uma lembrancinha, geralmente guloseimas, aos convidados.
Com apenas dois anos eu posso considerar-me uma criança. (Já houve, até, quem me apelidasse de infantil, o que só pode envaidecer-me). Mas não vou oferecer guloseimas, pelo mesmo motivo por que não comprei bolo: manter a forma impecável das minhas amigas (e dos amigos também…)

Em contrapartida ofereço-vos este selinho. Não é doce, mas leva toda a doçura do meu carinho.

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BEM HAJAM!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

ANITA

ANITA – EPISÓDIO XLVII
ÚLTIMO EPISÓDIO

(Ficção baseada em factos reais)

- Já estou pronta para passar cá a noite. Agora podes ir tu tomar banho e fazer o tal telefonema. Eu faço companhia à Mãe. Humberto depositou um beijo na testa de Anita, e com um “até já”, retirou-se.

FIM DO EPISÓDIO XLVI
EPISÓDIO XLVII

Chegado a casa imediatamente fez a ligação para o escritório, na Inglaterra, onde o irmão o aguardava, ansioso e preocupado.
Lançou um grito de dor quando Humberto o pôs a par da situação:
- Não pode ser! Tem que haver algum engano. A minha Mãe não pode estar correndo perigo de vida! Por favor, Humberto, diz-me que isso não é verdade.
- Bem que eu gostaria de te dizer que era uma brincadeira de mau gosto! Mas infelizmente é verdade. A Eduarda ainda está com esperança na operação, que está programada para amanhã. Mas, a mim, o médico disse-me claramente que só um milagre poderá salvar Anita. A ti, como homem, acho que não devo esconder nada. Mas aviso-te que vais precisar de muita coragem. Vem o mais rapidamente possível, para poderes vê-la ainda com vida – acrescentou Humberto.
- Vou só passar por casa, agarrar uma maleta e sigo para o aeroporto. E de lá não saio a não ser para entrar no avião. E Tiago desligou o telefone.

No aeroporto tentou todas as companhias, com ou sem escala, pediu, implorou, suplicou, até que conseguiu lugar num avião que iria sair de Londres por volta das 23 horas. Cerca de uma hora e meia depois aterrava em Lisboa.


Com uma leve pancada na porta, e sem esperar resposta, Tiago entrou no quarto da Mãe, passava já das duas da manhã.
Deparou-se com um quadro que, noutras circunstâncias, lhe pareceria enternecedor: a Mãe recostada em almofadas, na cama, Eduarda, vestida, estendida no divã, e Humberto reclinado no sofá. Todos pareciam dormir tranquilamente.
Pé ante pé dirigiu-se à cama de Anita. Esta, pressentindo-o, abriu os olhos. Um sorriso iluminou-lhe o rosto. Sem uma palavra estendeu-lhe os braços, onde Tiago se acolheu.
Reprimindo as lágrimas, murmurou-lhe ao ouvido:
- Mãe, Mãezinha querida… Amo-te tanto, minha Mãe!
Anita apertou-o nos braços com a força que ainda lhe restava. Em seguida chegou-se para um lado da cama, convidando o filho, com um gesto, a deitar-se a seu lado. Passando-lhe um braço por baixo do pescoço, aconchegou-o como fazia quando ele era pequeno.
Tiago deixou-se embalar por aquela sensação tão doce, que o fazia sentir-se uma criança nos braços da Mãe.
Em breve adormeceram ambos, abraçados.

Às sete da manhã a enfermeira dirigiu-se ao quarto de Anita a fim de colocar-lhe o soro, primeira medida preparativa para a cirurgia que iria decorrer dentro de poucas horas.
Abriu a porta sem ruído, e em silêncio encaminhou-se para a cama.
Parou, gelada. Anita encontrava-se com a cabeça ligeiramente descaída para o lado. Pálida, duma palidez mortal, notava-se-lhe no pescoço uma mancha arroxeada, que partia, provavelmente, da nuca. Ao seu lado, com a cabeça sobre o seu braço, Tiago dormia tranquilamente.
Num gesto profissional a enfermeira tomou o pulso de Anita, confirmando o que já sabia: Anita tinha falecido. Pela temperatura do corpo ainda morno, a morte não deveria ter ocorrido há muito tempo.

Mais tarde o médico escreveria na certidão de óbito: causa da morte – rompimento de aneurisma cerebral.


Tratados todos os trâmites legais, o funeral realizou-se no dia seguinte.
Para além do seu grupo de amigas e de Arnaldo, compareceram outros colegas do colégio, muitos dos seus alunos e vários conhecidos e amigos de Vicente.
Tiago e Eduarda, desfigurados pela dor, e Humberto mal conseguindo manter-se de pé, seguiram o caixão de perto.
O sacerdote que acompanhara o féretro procedeu às exéquias fúnebres.
Tudo estava consumado.

Os três “irmãos” dirigiam-se juntos para a porta do cemitério, quando Eduarda estacou, de repente, olhando em frente, em direcção a um mausoléu. Os dois homens pararam também, seguindo-lhe o olhar.
Eduarda murmurou:
- Aquele homem…acolá…não estão a ver?
- Eu não estou a ver ninguém – mentiu Humberto.
- Eu podia jurar que era o meu padrinho, o padre João… – insistiu Eduarda
- Confusão tua, minha querida. Estás muito cansada, é o que é… – respondeu Humberto.
- Não creio que tenha feito confusão. Se não era ele…voltou a insistir Eduarda.
- Fizeste confusão, sim, maninha. Estás a esquecer-te que o padre João está numa Missão em África?

FIM