sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO

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LIGUE O SOM.

FELIZ ANO NOVO


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

NATAL : JESUS OU PAPAI NOEL?

Aproxima-se o Natal. Curioso como, numa sociedade tão laicizada como a nossa, na qual predomina a tendência de escantear a religião para a esfera privada, uma festa religiosa ainda possa constituir um marco no calendário dos países do Ocidente.
Há nisso uma questão de fundo: o ser humano é, por natureza, lúdico e sociável, o que o induz a ritualizar seus mais atávicos gestos, como alimentar-se ou se relacionar sexualmente. Além de elaborar, condimentar e enfeitar sua comida, o que nenhum outro animal faz, o ser humano exige mesa e protocolo, como talheres e a sequência prato forte e sobremesa.
No sexo, não se restringe ao acasalamento associado à procriação. Faz dele expressão de amor e o reveste de erotismo e liturgia, embora o pratique também como degradação (prostituição, pornografia e pedofilia) e violência (jogo de poder entre parceiros).
O Carnaval, como o Natal, era originariamente uma festa religiosa. Nos três dias que antecedem a Quaresma, período de jejum e abstinência recomendados pela Igreja, os cristãos se fartavam de carnes – daí o termo Carnaval, festival da carne. Resume-se, hoje, a uma festa meramente profana, onde a carne predomina em outro sentido...
Essa transmutação ocorre também com o Natal. Por ser festa de origem cristã, para celebrar o nascimento de Jesus, a sociedade laica e religiosamente plural a descaracteriza pela introdução da figura consumista de Papai Noel. O que deveria ser memória da presença de Deus na história humana, passa a ser mero período de miniférias centrada em muita comilança e troca compulsiva e compulsória de presentes.
Daí o desconforto que todo Natal nos traz. Como se o nosso inconsciente denunciasse o blefe. Sonegamos a espiritualidade e realçamos o consumismo. Ótimo para o mercado. Mas o será também para as crianças que crescem sem referências espirituais e valores subjetivos, sem ritos de passagem e senso de celebração?
Longe de mim pretender restaurar a religiosidade repressiva do passado. Mas se há algo tão inerente à condição humana, como a manutenção (comer) e a procriação (sexo) da vida, é a espiritualidade. Ela existe há cerca de um milhão de anos, desde que o símio deu o salto para o homo sapiens. As religiões são recentes, surgiram há menos de dez mil anos.
Se a espiritualidade não é fomentada na linha da interiorização subjetiva e da expressão de conexão com o Transcendente, ela corre o sério risco de, apropriada e redirecionada pelo sistema, cair na idolatria de bens materiais (patrimônio) e de bens simbólicos (prestígio, poder, estética pessoal etc). Talvez isso explique por que a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas similares a catedrais pós-modernas...
Já não são princípios religiosos que norteiam a nossa vida. Desestimulados ao altruísmo e à solidariedade, centramos a existência no próprio umbigo – o que certamente explica, na expressão de Freud, “o mal-estar da civilização”, hoje acrescido desse vazio interior que gera tanta angústia, ansiedade e depressão.
Com certeza o Natal é ocasião propícia para, como propôs Jesus a Nicodemos, nascer de novo...



Frei Betto.
Natal de 2010




quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

COMO ERA A PESSOA DE JESUS CRISTO


COMO ERA A PESSOA DE JESUS CRISTO

Gravura pintada pelo próprio Públios Lentulus

(Conforme Documento existente em Roma)



O governador da Judeia, Públios Lentulus, ao César Romano:

- Soube, ó César, que desejavas informações acerca desse homem virtuoso que se chama Jesus, que o povo considera um profeta, e seus discípulos o filho de Deus, criador do céu e da terra.
Com efeito, César, todos os dias se ouvem contar dele coisas maravilhosas.
Numa palavra, ele ressuscita os mortos e cura os enfermos.
É um homem de estatura regular, em cuja fisionomia se reflete tal doçura e tal dignidade que a gente se sente obrigado a amá-lo e temê-lo ao mesmo tempo.
A sua cabeleira tem, até às orelhas, a cor das nozes maduras e, daí aos ombros, tingem-se de um louro claro e brilhante; divide-se numa risca ao meio, á moda nazarena.
A sua barba, da mesma cor da cabeleira, é encaracolada, não longa e também repartida ao meio.
Os seus olhos severos têm o brilho de um raio de sol; ninguém o pode olhar em face. Quando ele acusa ou verbera, inspira o temor, mas logo se põe a chorar.
Até nos rigores é afável e benévolo.
Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas muitas vezes foi visto chorando. As suas mãos são belas como seus braços, toda a gente acha sua conversação agradável e sedutora.
Não é visto amiúde em público e, quando aparece, apresenta-se modestissimamente vestido. O seu porte é muito distinto. É belo.
Sua mãe, aliás, é a mais bela das mulheres que já se viu neste país…

Maria, Mãe de Jesus

Se o queres conhecer, ó César, como uma vez me escreveste, repete a tua ordem e eu te o mandarei.
Se bem que nunca houvesse estudado, esse homem conhece todas as ciências.
Anda descalço e de cabeça descoberta.
Muitos riem, quando ao longe o enxergam; desde que, porém, se encontram face a face com ele, tremem-no e admiram-no.
Dizem os hebreus que nunca viram um homem semelhante, nem doutrinas iguais às suas. Muitos crêem que ele seja Deus, outros afirmam que é teu inimigo, ó César.
Diz-se ainda que ele nunca desgostou ninguém, antes se esforça para fazer toda a gente venturosa.

OBS 1

A descrição acima foi traduzida de uma carta de Públius Lentulus a César Augusto, Imperador de Roma.
Públius Lentulus foi predecessor de Pôncio Pilatos como governador da Judeia,
na época em que Jesus Cristo iniciou seu ministério. O texto original encontra- se na biblioteca do Vaticano. Comprovada sua autenticidade, tornou-se, fora da
Bíblia, o documento mais importante sobre a pessoa do Senhor Jesus.

OBS 2

Sabemos também que, após a crucificação de Cristo, Públius Lentulus tornou-se seu seguidor e, juntamente com sua filha Lívia, levava a palavra de Deus aos povos da época.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

CENAS DA VIDA REAL

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A CASA DA MARIQUINHAS


APRENDER A LER

Tive, há anos, uma empregada doméstica que era analfabeta. Não conhecia uma letra, nem que fosse, como se costuma dizer, do tamanho de um boi!
Como trabalhava interna na minha casa, onde tinha, como também se costuma dizer, cama, mesa e roupa lavada, não gastava praticamente nenhum dinheiro do seu salário, pelo que, em breve, tinha “uns tostões” amealhados.
A certa altura pensou - no que teve todo o meu apoio – que seria interessante abrir uma conta no Banco para lá depositar o seu dinheirito.
Fui ao Banco buscar os impressos para preencher, e nessa altura é que me lembrei que a Lina não sabia assinar.
Para não passar pela vergonha de colocar, no local da assinatura, a sua impressão digital, decidimos que eu iria ensiná-la a ler e escrever.
Em criança, na idade escolar, frequentara a Escola na sua terra natal, Cabo Verde. Mas não conseguira aprender absolutamente nada. Como já disse, não distinguia o “A” do “B”.
Isto causava-me uma certa estranheza porque ela revelava bastante inteligência para aprender os trabalhos domésticos. Quando veio para minha casa tinha uns conhecimentos bastante rudes do que seriam as suas tarefas; contudo rapidamente aprendeu, e executava-os na perfeição. Inclusivamente quis aprender a cozinhar. Ensinei-a com todo o gosto, e até mesmo receitas que obedeciam a quantidades certas, ela decorava-as (sabia-as de cor) e não tinha qualquer dificuldade em fazê-las.
Pensei, portanto, que o seu analfabetismo se devesse, em parte, a falta de jeito da professora – talvez não tivesse descoberto o modo certo de a ensinar…, ou a grande quantidade de alunos não lhe deixasse tempo para lhe dedicar maior atenção, que talvez a aluna necessitasse.
Foi, pois, com algum entusiasmo que iniciei a tarefa que, a breve trecho, veio a revelar-se árdua!
Sempre que tínhamos algum tempo livre lá ia a boa da Lina buscar livro, caderno e lápis, para mais uma lição.

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Não arrepelei os cabelos muitas vezes porque não sou dada a essas manifestações exteriores de fúria interior. Respirava fundo, muiiiiiito fundo (!!!), e arremetia de novo:
- Vamos lá mais uma vez. Isto é um…
- B – respondia a Lina, radiante, ao ver, na minha expressão, que tinha acertado. Acertado, sim, porque aquele B era atirado à sorte, e lá calhava acertar…
- E isto é um…
- A – A Lina rejubilava! Tinha acertado uma vez mais.
- Muito bem! Então… um B e um A lê-se…
- MI – respondia, mas logo entristecia ao ver, na minha cara, que uma vez mais tinha saído asneira.
Cenas idênticas repetiram-se lição após lição, até que um dia a Lina achou que o melhor seria apenas aprender a escrever o seu nome, para poder assinar o que fosse necessário.
Concordei de imediato, até porque os meus cabelos estavam a tornar-se brancos de dia para dia…
Começou então a enorme dificuldade de segurar convenientemente no lápis – só mais tarde iniciou a esferográfica.
É realmente extraordinário verificar que um gesto tão simples como segurar num lápis para escrever, para quem sabe fazê-lo, pode representar um esforço quase sobre-humano para um analfabeto.
Não se apresentou nada mais fácil aprender a escrever do que tinha sido aprender a ler, actividade que, entretanto, não tínhamos posto de parte – apenas lhe dávamos menos atenção do que à escrita.
Certo dia eu encontrava-me menos bem disposta do que habitualmente, e, perante mais uma calinada da Lina, juntei as mãos em atitude de reza, ergui os olhos ao céu, e disse:
- Ó Deus, dá-me paciência!
A Lina olhou para mim com atenção, e em seguida, com um certo ar de espanto, falou assim:
- Minha senhora tem coragem de pedir a Deus mais paciência do que minha senhora tem? Desculpa, senhora, mas isso é pecado!
Fiquei completamente desconcertada. Apeteceu-me abraçá-la e beijá-la por tanta ingenuidade. Mas limitei-me a engolir em seco, aclarar a voz, e dizer:
- Bem, bem, vamos lá continuar!
Demorou um certo tempo, mas alcancei a grande vitória de conseguir que a Lina passasse a assinar o seu nome.

Mariazita, Março de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

DESTINO








DESTINO

Olhaste para mim
Como se olhasses para uma folha de papel vazia
Onde querias gravar as palavras
Do nosso destino.

Pedi-te que deixasses
Espaço bastante entre as linhas
Para que eu pudesse escrever
Nas entrelinhas.

Não me quiseste ouvir.
E quando tentei que chegasse junto a ti
O meu sentir,
Faltava espaço para me exprimir.

O nosso destino passou a ser
Apenas o que desejavas para nós.
Mas uma só vontade não basta
Para dois trilharem um caminho a sós.

Sem esperança de retorno,
Deu-se a despedida.
Cada um seguiu o seu destino.
E eu já não sou uma folha de papel vazia.

Maispa
Luz

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

REMODELAÇÃO DA CASA DA MARIQUINHAS

A Casa da Mariquinhas foi remodelada.

Agora as janelas de tabuinhas estão enfeitadas com LÍRIOS dos jardins do Macuá; e à noite, quando não há tertúlia de fado, podem ouvir-se HISTÓRIAS DE ENCANTAR

Vamos escutar a que hoje está sendo lá narrada.

HISTÓRIAS DE ENCANTAR










O RAPTO DE PERSÉFONE

Diziam os antigos gregos que, no início dos tempos, não existiam as estações do ano.
Na Terra só havia a Primavera, com as suas flores, beleza e suavidade.
Nessa época andava pelo mundo uma jovem belíssima chamada Perséfone.


Era filha de Deméter, (Ceres) a deusa do casamento e das colheitas.

Um dia Perséfone (Proserpina) apanhava flores e cantava feliz, quando foi vista pelo deus do mundo subterrâneo, o terrível Hades (Plutão), que, apaixonando-se perdidamente pela jovem, raptou-a,

levando-a para o seu mundo da escuridão.

Na superfície, ao fim de mais um dia de trabalho, Deméter percebeu o desaparecimento de sua filha e, desesperada, gritava o seu nome pelos campos.
Como ela era a deusa das colheitas, a sua tristeza e saudade fizeram as flores murchar e os frutos das árvores secar.
Surgiu a fome e a desolação entre os homens.
Desesperados, estes pediram a intervenção de Zeus, (Júpiter) deus de todo o universo, para que resolvesse aquela situação.
Zeus, irmão de Hades, resolveu intervir, chamando seu filho Hermes (Mercúrio), o único a poder entrar nas profundezas, por possuir a palavra sagrada impronunciável que abria os portais do mundo dos mortos.
A sua missão era convencer Hades a libertar Perséfone.

Indo até lá encontrou Perséfone ao lado do marido.
Instado a libertar Perséfone, Hades respondeu-lhe que podia levá-la quando quisesse.
Mas, para grande surpresa de Hermes, Perséfone recusou-se a regressar à superfície.
Hermes insistiu dizendo que, se ela não regressasse, desapareceriam os alimentos da terra, e os homens morreriam.

Mas, após ter conhecido o prazer e os frutos da romãzeira - que era o fruto do casamento - dados por seu esposo Hades, o que a tornara uma mulher exuberante e madura, negava-se a sair de lá, local onde se tinha transformado e apaixonado por seu amo e senhor.

Então, usando da sua inteligência e esperteza, Hermes fez uma proposta a Hades.
«Perséfone não poderá abandonar o seu marido, que tanto ama. Por outro lado não poderá abandonar sua mãe que, com tanta tristeza, está a deixar a terra estéril e os homens sem alimento”.

Propôs, então, que ela passasse nove meses na superfície, junto a sua mãe Deméter - período de florescência, maturação e colheita. No período invernal, nos três meses seguintes, enquanto a Terra dormisse, ficaria em companhia do seu esposo Hades.
Perséfone deveria realizar este serviço imposto, tomando consciência de que serviria ao esposo, dando-lhe prazer e recebendo amor, mas que também serviria à Terra, à mãe e à Natureza.
Hades concordou.

E foi assim que surgiram as estações do ano.

Quando Perséfone está na Terra temos a Primavera e o Verão.
Durante o Outono Perséfone prepara-se para descer às profundezas. Por isso o tempo torna-se frio e das árvores caem folhas de tristeza.
Quando Perséfone está ausente surge o Inverno : não há sol, nem flores, nem frutos.
Mas, quando ela volta, volta também a Primavera.
E podemos, então, apreciar a alegria de Deméter a espalhar-se por toda a Natureza, enchendo os nossos corações de esperança e os nossos olhos de beleza.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO LUZ AO ENTARDECER

Tal como foi anunciado no post do dia 7 teve lugar no passado sábado, dia 13 do corrente, o lançamento do meu livro «LUZ AO ENTARDECER».


Os convidados foram recebidos pela autora, com o apoio da Dr.ª Cecília Caldeira, Assessora do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Almada.



A juventude fez-se representar:


A sessão foi iniciada pela Dr.ª Cecília, que deu as boas vindas aos convidados,


seguida pela autora, que se encontrava ladeada pela filha Paula e pela neta Nádia.


Foi depois a vez da filha Paula dirigir umas breves palavras à assistência,


das quais me permito destacar:

“…Nem todas as famílias se podem dar ao luxo de dizer que têm uma mãe, uma avó, uma prima, uma mana, uma esposa ou até mesmo uma amiga, escritora!
Nós podemos, a partir de hoje.

Pessoalmente sinto-me tão orgulhosa que é impossível descrevê-lo!
Aquilo que começou por ser um hobby, o preencher do tempo de lazer, acabou por se concretizar na publicação deste livro.
Como já o li estou em vantagem, e já posso afirmar que vale a pena lê-lo.

Quanto à escritora o que dizer? É minha mãe, por isso só pode ser a melhor do mundo!

Quanto ao livro, vou dar-vos só umas dicas: a acção passa-se nos anos 50/60 do século passado, e retrata as dificuldades que a mulher enfrentou para poder dispor do seu destino…
E mais não digo, o resto fica para a leitura que ireis fazer.
É só isso que esperamos de vocês: primeiro que o comprem, e depois que o leiam.”

Seguiu-se a leitura do Prefácio pela minha neta Nadia.


Houve depois várias intervenções por parte de alguns convidados:

Do Daniel (à esquerda)


Do Vicktor (de kispo vermelho)


Do Jorge Figueiredo (ao centro, de pé),

E de outros que o fotógrafo, infelizmente, não “apanhou”.

Seguiu-se a sessão de autógrafos e um pequeno beberete.

A parte “económico/financeira” esteve a cargo da minha filha Isabel

À direita

que não arredou pé de junto dos livros, a não ser no final para ser fotografada ao lado da mãe.

Deu muito boa “conta do recado” já que, no final, os 50 livros encontravam-se esgotados, ficando alguns pedidos para satisfazer posteriormente.

Foi um dia muito feliz para mim.
O evento decorreu em ambiente alegre e descontraído; senti-me muito bem rodeada de toda (quase) família, e muitos amigos, entre os quais alguns “bloguistas”, que tive o prazer de conhecer.

Para não tornar este post demasiado extenso – e já está bastante longo – fiz um álbum com uma parte das fotos (todas era impossível) que coloquei no Facebook.
Quem tiver interesse em vê-las pode fazê-lo clicando AQUI E AQUI

Quero terminar com um agradecimento muito sincero a todos que me honraram com a sua presença.
Muito obrigada!

domingo, 7 de novembro de 2010

FINALIZANDO O LIVRO “LUZ AO AMANHECER”

É bem conhecido o ‘dito’ – “O rabo é o pior de esfolar”.
De facto os trâmites finais para a edição do meu livro, cujo lançamento será no próximo dia 13, têm sido os mais trabalhosos e complicados.
Só há momentos consegui acabar o que espero sejam as últimas correcções à prova.
O meu livro irá ter esta apresentação final:


Sem possibilidade de preparar o habitual post de domingo, partilho convosco uma crónica de Xana Guedes:


OS “TÉLÉLÉS”

"Afectos e Paixões".
Estar apaixonado é ter o céu na terra? Ou ficar preso ao telemóvel? Cruzar olhares tranquilamente? Ou "amar assim perdidamente"?

Avanços tecnológicos, maior poder capital, desenvolvimento urbano, a libertação das mentes, novos ideais e mais outras particularidades é o palco do nosso século, o século XXI. Contudo um palco só está completo com os bastidores e só pode ter valor tendo os actores em cima. Esses actores somos nós... a cidade... a sociedade. Mas que actores somos nós, sendo sempre influenciados pelo poder do consumo e pelas manias supérfluas que nos tentam incutir a cada minuto que ligamos a televisão ou a rádio ou então em cada página de um jornal ou uma revista - vejam lá que até nas relações afectivas a "modernice" está lá!
E pergunto eu: será hoje, um casal de enamorados, capazes de se relacionarem e comunicarem sem o "apoio" das telecomunicações? e vocês respondem (com certeza): NAÃOO!!! Pois não.... Quantas e quantas vezes vou eu na minha "paz do senhor" e passa por mim um/a marmanjo/a a babar ao "télélé" dizendo e ouvindo palavras melosas, trazendo estampado na cara um sorriso que deve conseguir iluminar toda a companhia de telefones que estão a permitir este dengoso encontro de radiações de orelha a orelha.
Mas nem tudo é uma chamada de "rosas", principalmente quando começa a afectar o cérebro e/ou coração (culpo eu a radiação transmitida por esses aparelho). Porém, acho eu, que já chega de ser tão negativa com esta paisagem, mas sim começar por escrever as maravilhas e a falta que nós sentimos quando o nosso "bichinho de botões" foi ao "arranjo".
Posso afirmar que sou uma tellélédependente, tenho que admitir, não consigo sair de casa sem ele, não consigo comunicar sem ele, não consigo namorar sem ele.... já viram, que retrato tão triste? Então, imaginem só, se por azar um meteorito qualquer ou um astronauta lhe dá na maluca e vai contra o satélite das telecomunicações?! Um desastre mundial....
Todo o mundo vai enlouquecer, acreditem, vai ser pior do que se o porto não ganhasse o campeonato (palavra de portista), uma loucura meus caros!

Bem, acho que nem toda a gente ficava mal humorada; se pensarmos bem, a conta telefónica iria baixar, os nossos pais iriam ficar tão orgulhosos de nós que eram capazes de nos nomear com Globo de Ouro de "o filho mais poupadinho"; mas (existe sempre uma contradição) já pensaram como é que eu e mais apaixonados "a long distance" conseguiríamos namorar? Será que tínhamos de andar a escrever cartas babadas e a gastar um frasco de perfume (dos grandes) para depois ouvirmos as bocas dos nossos pais, tipo: "Não achas que já ‘tás a abusar nas lambidelas aos selos, ou ‘tás à espera que eu te compre um camelo?" estão a ver? Eu não digo? Não temos hipóteses...

Por estas razões e por outras mais, é que eu acho que uma pessoa (que namora à distância) deve aproveitar todas as campanhas que pode haver, ou então dizer ao "amor da sua vida" que comece a telefonar às horas mais económicas, olha ,do tipo: "Amor, coração, gosto mais de ti se me ligares a partir das 21h00" ou então - que para mim é a melhor - "Querido telefono-te à noite, é mais romântico!!!", enfim, existem imensos truques mas o mais importante é não gastar muito dinheiro.

Nestes casos estar apaixonado é ir ao céu (mas só se tiver rede no telemóvel), passear de mãos dadas com a mão esquerda (é que a direita está a segurar o telélé) é olhar olhos nos olhos e dizer: "Amo-te perdidamente, queres unir a tua rede com a minha?" e ela responde: "Sim, meu carregador, és a radiação da minha vida!"
E pronto, estão dois jovens apaixonados a unir os seus corações, para começar a vida a carregar nos botões e a aprender, a aproveitar as chamadas a 5 cêntimos ou as mensagens escritas de borla!..
Mas no fundo, no fundinho mesmo, estas modernices todas não passam de meras atitudes que as pessoas têm para poder mostrar os seus afectos e paixões neste mundo de máquinas e saudosismo. Isto chama-se AMOR!
Xana Guedes - Porto, Portugal

domingo, 31 de outubro de 2010

ESTOU DOENTE

É com grande tristeza que comunico que hoje não haverá aqui o habitual post de domingo. Custa-me muito faltar a um compromisso que assumi para comigo mesma: vir aqui todos os domingos conversar convosco. Mas….
desde a tarde de quinta-feira que me encontro doente.

Uma forte gripe, em conluio com uma atrevida constipação, deixou-me de rastos (de quatro …).
Mal consigo ver as teclas por entre as lágrimas que me escorrem dos olhos. Espero que as letras não fiquem esborratadas.
Normalmente este tipo de coisas demora uma semana a passar, ou, pelo menos, a aliviar os sintomas. Se assim for no próximo domingo cá nos encontraremos.
Peço aos meus queridos visitantes/comentadores que me perdoem.
Não deixo beijinhos para não espalhar os vírus :)

domingo, 24 de outubro de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO

Por sugestão de um querido amigo fiz um selinho, à imagem do convite, para comemorar este evento, que coloquei em A MINHA COLECÇÃO DE SELOS
Gostaria muito que o levasse para o seu blog.
Obrigada.


É com o maior prazer que vos comunico o lançamento do meu livro LUZ AO ENTARDECER, que ocorrerá no próximo dia 13 de Novembro, em Almada.
A quem quiser/puder honrar-me com a sua presença no evento, o meu “Muito obrigada”!

Foi com grande emoção que recebi do Amigo MACHADO DE CARLOS um poema em homenagem a este lançamento.

É com a maior gratidão para com o grande Poeta, e com o seu consentimento, que partilho convosco este belíssimo soneto.

"Olá Mariazita!
Realmente gostaria muito de participar da tua festa, juntamente com o teu livro, que faz parte do teu coração, mas as águas do Oceano não nos permitem.
Em tua homenagem e também em homenagem ao teu livro segue aqui um soneto, espero que gostes:"

Teu Coração

O teu livro é tua alma que perfuma
Em cada letra... beijo-te de joelhos!...
Longe...Contemplo teus lábios vermelhos
a cantar a tua prosa entre brumas...

Brindo! E em cada verso, na escuma,
alimento-me no teor do teu texto.
Decoro as tuas lições, e, no espelho
não perco um só ponto ou coisa alguma.

Lembras-te daquele bem-te-vi, a voar?
... Juntou-se a mil aves a revoar
E em toda brisa aquele ar me salva.

Teu nome ecoa pelo espaço como hino;
Teu sorriso é um canto divino!
Afago-te e mergulho em tua alma!...


Machado de Carlos


16 de Outubro de 2010 23:50

domingo, 17 de outubro de 2010

MULHERES POSSÍVEIS

Martha Medeiros é uma jornalista e escritora brasileira que muito aprecio.
Tem textos escritos que considero muito bons. É um desses textos que hoje vou partilhar convosco.

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.
Sou a Miss Imperfeita, muito prazer!
Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO!

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO!
Culpa por nada, aliás.

Existe Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.

Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que, a partir daquele momento, você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma Mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.
Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.
É ter tempo.
Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três di
as…
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa
postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-se-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

Texto na Revista do Jornal O Globo


Martha Medeiros, nascida em Porto Alegre, em 20 de Agosto de 1961, é uma jornalista, cronista e escritora brasileira
Filha de José Bernardo Barreto de Medeiros e Isabel Mattos de Medeiros, é colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.
Formou-se em 1982 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.
Tem várias obras publicadas, a primeira, “Strip-Tease , em 1985

domingo, 10 de outubro de 2010

SER CRIANÇA HOJE

Quem me conhece sabe que tudo que se relaciona com a criança constitui uma das minhas maiores preocupações.
Confrange-me e revolta-me pensar nos maus-tratos, injustiças e atropelos cometidos contra a criança.
Muito se tem falado e escrito acerca deste tema. Há instituições vocacionadas para a defesa da criança. Contudo, um aspecto que é pouco debatido, e não é menos importante, é o da criança vítima de problemas familiares. São inúmeras as crianças que sofrem na pele as consequências do mau entendimento entre os pais que, não raras vezes, conduz à separação.
Dentro deste contexto hoje vou partilhar convosco a opinião do Pediatra Dr. José Carlos Palha.


SER CRIANÇA HOJE

É impressionante o aumento, nos últimos anos, das crianças da minha consulta, vítimas de problemas familiares.
Na maioria dos casos os pais estão separados e vivem com a mãe; noutros são os avós que "aguentam" a situação. Chego a ter tardes de consulta de uma total monotonia pois as queixas são sobreponíveis e o pano de fundo também.
As mães, numa ansiedade crescente, sem quererem perceber as razões das queixas dos filhos, pedem desesperadamente análises, radiografias e, pasme-se! T.A.C. para as crianças, na esperança de encontrarem uma causa física para a doença do filho ou filha. É tal a insegurança destas mães que chegam a dizer-me que aquele filho não pode estar doente ou muito menos morrer um dia porque ele vai ser a sua única companhia pela vida fora; por isso é nele ou nela que investem tudo, em exclusividade, em termos afectivos!
As crianças, "afogadas" neste proteccionismo "selvagem" e contraditório, sofrendo já com a ausência do pai como figura de referência imprescindível, neste beco sem saída, somatizam toda a ansiedade em apelos constantes para que lhes dêem atenção... quando o que realmente lhes falta é tão simplesmente uma família normal!...

Às vezes, quando as mães me perguntam se não seria melhor pedir uma T.A.C. ao filho ou filha, eu, sinceramente, o que me apetecia responder-lhes, por ironia, era se elas não quereriam antes fazer um exame profundo e doloroso, uma T.A.C., quiçá, à sua própria família...
Ah! Que grande radiografia ou T.A.C. social não são estas minhas consultas diárias!...
Mas que remédios, meu Deus, posso eu ter para, ao menos, minimizar as dores desta terrível doença social?

Ainda hoje uma mulher foi-me trazida pela Assistência Social com um bebé de 5 meses que nunca tinha sido observado, desde o nascimento. Não tinha ainda vacinas, não tomava vitaminas, bebia leite de vaca inteiro, estava sujo e andrajoso...
A mãe, pelo seu lado, não tinha mãe, nem pai, nem família, vivia sozinha e foi "descoberta" assim pelos vizinhos.
Perguntei-lhe, a medo, quem era o pai da criança, respondeu-me que isso não interessava para nada.
Perguntei-lhe, ainda com menos convicção, como tinha contraído em plena gravidez a hepatite B; respondeu-me que toda a gente sabe que a hepatite B se pode apanhar com toda a facilidade quando se está grávida...
Não lhe perguntei mais nada...
Calado, observei a criança.
No meu pensamento milhares de imagens passaram em turbilhão - discursos em praças e em púlpitos, comícios revolucionários e outros menos, guerras reais e das estrelas, festas de pouca e muita caridade, sei lá eu que mais...
Qual destes eventos pôde tocar, alguma vez, esta mulher?
Quem lhe pode devolver a dignidade?...

Neste final de século ter pena das crianças e temer pelo seu futuro é muito pouco... Porque há várias misérias misturadas. Já nada é linear como outrora... Porque hoje é preciso ter sorte para ser criança a vários níveis, não só o da miséria material!... Talvez a miséria moral, a falta de valores na sociedade seja, para a formação das crianças, o mais importante.
Porque hoje em dia é preciso ter sorte, acima de tudo, para viver em amor!...

José Carlos Palha
V. N. Gaia, Portugal

Dr. José Carlos Palha é pediatra e exerce a sua profissão em Vila Nova de Gaia.

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domingo, 3 de outubro de 2010

AGRADECIMENTO

Do meu Amigo Álvaro, a quem muito agradeço
04.10.10
Do blog "Álvaro Oliveira Poesia"




A amiga Mariazita do blog A Casa da Mariquinhas está completando mais um ciclo de vida e lhe desejo muitas felicidades e que muito em breve esteja nos convidando par o lançamento do seu primeiro livro. Com certeza um livroo que nos deixará imersos até o o seu final, pois para quem não conhece o seu blog não sabe o que está perdendo porque temos aí uma escritora de mão cheia e adoro ler seus posts com suas histórias que não sentimos o tempo passar.



MUITO OBRIGADA, IRENE. DE CORAÇÃO, OBRIGADA!




Apenas por absoluta falta de tempo não me é possível redigir um agradecimento individualizado a cada uma das pessoas que tiveram a gentileza de me felicitar pelo meu aniversário.

Independentemente da visita à casa de cada um de vós, quero aqui deixar expresso o quanto me sensibilizou o vosso carinho, que excedeu todas as minhas expectativas.

Permitam-me um agradecimento especial às minhas amigas (por ordem alfabética):

- Ana Martins, do blog AVE SEM ASAS
que me ofereceu este lindo selinho


- Fernanda (Ná) do blog NA CASA DO RAU
autora do selinho seguinte, com que me presenteou






- e Sãozita, do blog NO LIVRO DA VIDA
que me mimoseou com o vídeo que publiquei no post anterior.

Como se isso fosse pouco…preparou-me uma surpresa que me sensibilizou deveras: fez-me ouvir, por telefone, dois anjinhos loiros, na sua vozinha amorosa a cantarem “parabéns a você”. Fiquei muito emocionada ao ouvi-los.

Para as três um grande “Bem haja!”, que torno extensivo a toda(o)s quanta(o)s me visitaram e felicitaram.

Preparei -vos este selinho que gostaria que aceitassem.
É uma lembrança muito modesta, de quem nem sequer vos ofereceu um bolinho ou uma taça de champanhe... mas a crise é real e séria :)))




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Muito obrigada, e que o futuro vos reserve, em dobro, tudo o que me desejastes.
Muitas felicidades.
Mariazita



PS – Aproveito a oportunidade para agradecer, também, a sua visita e comentário ao meu post anterior “Acontecimento Inesperado”.





PS, PS – Quem quiser levar o meu selinho tem que fazer o favor de ir buscá-lo à A MINHA COLECÇÃO DE SELOS

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ANIVERSÁRIO

Saozita disse...
Olá minha querida e doce amiga, desejo que tenhas um dia feliz, na companhia de todos os que te amam . Eu estarei contigo em pensamento.
Recebe um abraço bem apertado desta tua filhota mais nova e um beijinho com muito carinho.
Cumprimentos ao marido.

Sãozita

30 de Setembro de 2010 11:17

Mariazita disse
30 de setembro de 2010 03:53
Filhotinha querida
O que posso eu dizer?
Que me emocionei? É claro que sim!
Que uma lagrimita atrevida queria espreitar? É claro que sim!
Não digo mais nada a não ser:
Obrigada! Obrigada! Obrigada!
Que o céu te dê, em dobro (a ti e aos teus) tudo o que me desejas.

Beijinhos e o meu carinho.

domingo, 26 de setembro de 2010

ACONTECIMENTO INESPERADO

Inesperadamente, surgiu-me a oportunidade de publicar um livro.


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“Ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore” - desta máxima falta-me cumprir a última parte – plantar uma árvore.
Calculo que plantas de maior ou menor porte não contarão para o efeito; na verdade, por muito grandes que sejam, não passam de plantas, quando muito poderão transformar-se em arbustos, e o obrigatório será uma árvore. (Talvez devesse ter começado por aí, para ter tempo de vê-la crescer frondosa e altiva…)

Voltando ao início da nossa conversa, quero dizer-vos que estou em negociações para a publicação do meu primeiro livro. E digo primeiro porque, nestas coisas, viciantes, “a questão é começar”. Talvez se siga um outro… e mais outro… Depois de uma batalha começada não se sabe quando irá acabar.

Como sabeis, ou podeis imaginar, nestas andanças de publicações há muitos trâmites a seguir, (o registo do ISBN, o depósito legal, etc., etc.) o que consome muito tempo.
Por esse motivo, até ao lançamento do livro, que prevejo para meados ou finais de Outubro (data a anunciar) “alimentarei” este meu blog apenas com textos que não serão de minha autoria, mas de autores que me merecem consideração, e que espero vão ao encontro dos vossos gostos. Pela mesma razão não poderei visitar-vos com a assiduidade habitual, sem que, contudo, deixe de retribuir as vossas tão queridas visitas.

E por agora ofereço-vos algumas citações de grandes pensadores .


Há tantos livros, mas há tão pouco tempo.
Frank Zappa

Uma pessoa, seja ela cavalheiro ou senhorita, que não sinta prazer ao ler um bom romance, deve ser intoleravelmente estúpida.
Jane Austen, em Northanger Abbey

Eu acho a televisão muito educativa. Toda vez que alguém a liga, eu vou para a outra sala e leio um livro.
Groucho
Marx

Não há amigo tão leal quanto um livro.
Ernest Hemingway

Se alguém não tiver prazer em ler um livro várias e várias vezes, não há motivos para lê-lo, afinal.
Oscar Wilde

Eu sempre imaginei que o paraíso deve ser algum tipo de biblioteca.
Jorge Luis Borges

Numa boa biblioteca, você sente, de alguma forma misteriosa, que você está absorvendo, através da pele, a sabedoria contida em todos aqueles livros, mesmo sem os abrir.
Mark Twain

Você nunca poderá ter uma xícara de chá grande o suficiente, ou um livro longo o suficiente.
C. S. Lewis

Nunca confie em ninguém que não trouxe um livro consigo.
Lemony Snicket

Se há um livro que você queira ler, mas ainda não foi escrito, então você deve escrevê-lo.
Toni Morrison

Há dois motivos para ler um livro; um, é o prazer em lê-lo; o outro, é a possibilidade de melhorá-lo.
Bertrand Russell

Uma casa sem livros é como uma sala sem janelas.
Heinrich Mann

Há livros que devem ser provados, outros devorados, mas só alguns devem ser mastigados e digeridos.
Cornelia Funke

A ficção revela a verdade que a realidade esconde.
Jessamyn West

Há crimes piores do que queimar livros. Um deles é não lê-los.
Joseph Alexandrovitch Brodsky

Os livros servem para mostrar para um homem que aqueles seus “pensamentos originais”, não são tão novos assim, afinal.

Abraham Lincoln

Se você tem um jardim e uma biblioteca, você tem tudo que precisa.

Marcus Tullius Cicero

domingo, 19 de setembro de 2010

NORMOSE

Recebi por email, de um amigo, e como achei muito interessante, vou partilhar convosco.

Entrevista do Professor Hermógenes, 86 anos, sobre uma palavra inventada por ele, que me pareceu muito procedente.
Ele disse que o ser humano está sofrendo de “Normose”, a doença de ser normal.

"Todo o mundo quer se encaixar num padrão, só que o padrão propagado não é exactamente fácil de alcançar.
O sujeito “normal” é magro, belo, alegre, sociável e bem sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.
Quem não se “normaliza”, quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é:
- Quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
Eles não existem.
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.
Quem nos exige é uma colectividade abstrata que ganha “presença” através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos.
Melhor se preocupar em ser você mesmo.
A “Normose” não é brincadeira.
Ela estimula a inveja, a auto depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
- Você precisa de quantos pares de sapatos?
- Comparecer em quantas festas por mês?
- Pesar quantos quilos até o verão chegar?
- Frequentar terapeuta para bater papo?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias.
Um pouco de auto estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu “normal” e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.
O “normal” de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
É fraude.
E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais, e para viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros “normais” porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações.
Se parecem sofrer é porque estão sofrendo.
E se estão sorrindo é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgo o alerta: a “Normose” está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Ser feliz é ser você mesmo, sofrendo ou sorrindo, pois esta vida é passageira e o importante é ter emoções claras e definidas".

Professor Hermógenes

José Hermógenes de Andrade Filho, nascido em Natal, Brasil, a 9 de Março de 1921,mais conhecido como Prof. Hermógenes, é um escritor, professor e divulgador brasileiro de hatha ioga.*

*(O hata-ioga (Hatha Yoga) é uma forma de ioga pré-clássico).

O Professor Hermógenes , foi o pioneiro em Medicina Holística no Brasil. Dedica-se ao crescimento espiritual dos seres humanos.

É doutorado em Yogaterapia pelo World Development Parliament da Índia e é Doutor Honoris Causa pela Open University for Complementary Medicine.
Escolhido o Cidadão da Paz do Rio de Janeiro, em 1988, o Professor Hermógenes recebeu a Medalha Tiradente em 8 de maio de 2000.