sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PRESENTE DA MINHA QUERIDA AMIGA SÃOZITA


 Querida Mariazita, aqui deixo este selinho, como lembrança da passagem de mais um aniversário. Que este seja mais um de muitos dias felizes, junto de todos que te amam.
Mil beijinhos com muito carinho, desta tua filhota do coração.
Sãozita

DA MINHA QUERIDA AMIGA FERNANDA - NA CASA DO RAU


domingo, 25 de setembro de 2011

A COR DA LÁGRIMA

(Alguém disse: “A lágrima é o sumo de um coração espremido”.)


A COR DA LÁGRIMA


Por que a lágrima não tem cor?
Enquanto chorava, me pus a pensar.
Se fosse vermelha como sangue,
as minhas vestes poderiam manchar.

Se a lágrima fosse amarela,
a cor da alegria,
expressar tristeza
jamais poderia.

Se fosse azul,
a cor da serenidade,
eu não choraria jamais.
Seria só tranqüilidade.

Se fosse branca
como pétalas de rosas,
não seriam lágrimas...
Mas pérolas preciosas

Ainda mais uma vez
fiquei me questionando...
Por que a lágrima não tem cor?
Se ela fosse preta,
só expressaria o horror?
Por que será que a lágrima não tem cor?

A lágrima não tem cor...
Porque nem sempre exprime dor.
E se ela fosse roxa, como poderia
expressar a alegria?

As lágrimas não têm cor
porque são expressões da alma.
Quando o espírito está chorando,
o coração diz: tenha calma!

Se a lágrima tivesse cor
deveria ter a cor do amor.
Ou mesmo a cor da paixão,
que as vezes invade o coração.

Ou talvez a cor da tristeza
que abala a alma e tira a calma,
mas faz em meu ser uma limpeza.

A lágrima não tem cor,
porque ela nos aproxima do nosso Criador.
Se a lágrima tivesse cor,
eu só iria chorar de alegria.

Mas, e a lágrima da saudade?
De que cor ela seria?
E a lágrima da decepção,
de que cor seria então?

Se a lágrima tivesse cor
deveria ter a cor de um brilhante.
Como a lágrima é preciosa,
Deus deu-lhe a cor do diamante.

Wayne W. Dyer



Dr. Wayne W. Dyer nasceu a 10 de Maio de 1940, em Detroit, Michigan, USA, é professor e escritor.
Autor de livros de auto ajuda, passou grande parte da sua adolescência num orfanato de Detroit.
Psicoterapeuta, Wayne tem um doutorado em aconselhamento educacional da Wayne State University e foi professor associado da Universidade St. John, em Nova York.
De renome internacional e palestrante na área de auto-desenvolvimento, é autor de 30 livros, criou inúmeros programas de áudio e vídeos, e já apareceu em milhares de programas de televisão e rádio.

domingo, 18 de setembro de 2011

O TEMPO E O RELÓGIO

Desde tempos imemoriais que o Homem tenta aprisionar o tempo, seja em relógios, seja em ampulhetas ou quaisquer outros engenhos. Contudo, o tempo sempre lhe escapa, e continua, impávido e sereno, o seu destino.
Imagine um encontro entre o Tempo e o Relógio…

Vera Regina Marçallo Gaetani descreve-o assim:

Certa vez o tempo e o relógio se encontraram (embora estejam todo o tempo juntos)
O tempo, revoltado há muito tempo, disse ao relógio tudo aquilo que, há tempos, vinha guardando.
Que ele, tempo, tinha saudades daqueles tempos em que não existiam relógios e todo o mundo tinha tempo.
Mas quando o homem, ingrato, fabricou o relógio que começou a marcar tempo, ninguém mais conseguiu ter tempo.
O homem ficou reduzido a horas, minutos e segundos.


- Antes, naqueles tempos – disse o tempo – todo o homem tinha tempo de curtir a Natureza. Vivia com o sol de dia, dormia com a lua à noite.
Quando a lua, caprichosa, não queria aparecer, era m bando de estrelas que piscavam, brincalhonas, dando tempo para o sol nascer.
Mas agora, nestes tempos, ninguém mais tem tempo de ver se a lua vem sorrindo para a direita ou para a esquerda, se está de cara cheia ou de mau humor, sem querer aparecer.
O tempo prosseguiu, com um sorriso de tristeza:
-Antigamente – que tempos! – os homens nasciam no tempo certo em que tinham que nascer. Não havia incubadora para os fora de tempo, nem cesariana para os que passavam do tempo.
A Natureza sabia, em tempo, quando era tempo.
Hoje, o homem já obedece a você, mesmo antes de nascer.
Os médicos estão apressados e sem tempo para perder.
O relógio só ouvia e, apressado, prosseguia no sei tic-tac, sem tempo de retrucar, com medo de se atrasar.
- Noutros tempos – disse o tempo – o homem crescia sem pressa, com tempo de amadurecer. Comia sem ter horário, dormia quando tinha sono.
Fazia amor ao relento, como flores que se beijam, como aves que se aninham.
Envelhecia aos pouquinhos, como um calmo entardecer. Depois, dormia o sono profundo e, no outro despertar, abraçava-me com carinho, no infinito, no infinito…
O tempo enxugou uma lágrima, talvez de orvalho. A voz, que estava embargada, tomou uma conotação de revolta:
- Hoje, vai logo para a escola, e traz para casa um horário. Quando aprende a ler as horas recebe do pai um relógio, e, assim, ensinam-lhe, bem cedo, a maneira mais correcta de nunca ter tempo na vida.
O tempo não se preocupava mais com o tic-tac do relógio que não retrucava para não se atrasar. Continuou a sofismar com voz mais branda:
- Come apressado, sem tempo. Dorme ainda sem sono, pois, de manhã bem cedinho, você começa a gritar, arrancando-o da cama, quando ainda queria dormir.
Amor? Nem sei se ainda faz… há gente que nem tem tempo. Quando faz é no zás-trás.
Quando vê já envelheceu, sem ver o tempo passar.
Na hora do sono profundo, enterram-no apressados, para a vida continuar. E, no outro despertar, chega tão apatetado que não consegue me achar.
Ao relógio, sem nunca poder parar, só restava se calar.
Além do sentimento de culpa, que passou a carregar, a partir desse tempo, quando bate as doze badaladas no silencia da meia noite, o canto é tão melancólico que até parece chorar.


Vera Regina Marçallo Gaetani nasceu em Curitiba, Paraná.
Em 1956 casou-se e foi morar em Ribeirão Preto, São Paulo, onde reside até hoje.
É membro da ALARP – Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, e pertence à Academia Ribeirãopretana de Letras, Casa do Poeta e Escritor de Ribeirão Preto e à Academia Feminina de Letras do Paraná e é membro do Centro Paranaense Feminino de Cultura, sendo ainda Conselheira da Sociedade Lítero Musical de Ribeirão Preto, e responsável pela Orquestra Sinfónica de Ribeirão Preto.
Em 1996 participou, pela primeira vez, de um concurso literário nacional, promovido pela Revista Brasília, do Grupo Brasília de Comunicações, obtendo dois prémios: um em conto e outro em poesia. Em 1997 conquistou seu terceiro prêmio, na modalidade "conto", no mesmo certame literário.
Tem diversas obras publicadas.

“Tudo o que fiz, em minha vida, foi por idealismo. Continuarei realizando meus trabalhos, despretensiosamente".
Vera Regina

domingo, 11 de setembro de 2011

REGRESSO DE FÉRIAS / CHAMAMENTO



Regressei, trazendo na boca um gostinho de “quero mais”…

Durante este período de férias encontrei-me com uma grande amiga, que já não via há um certo tempo. Falamos frequentemente por telefone, mas os encontros pessoais são cada vez mais escassos. A correria da vida moderna a isso nos conduz.
Este encontro trouxe à minha ideia um outro, ocorrido há bastante anos…

Quando a minha amiga Joana me falou no assunto rondava já os quarenta anos; não podia, por isso, adiar demasiado uma tomada de decisão.
Enquanto almoçamos juntas, fala, como que por acaso, na ideia que ela e o marido têm de «formar uma família».
No fundo, o que acontece é que o seu relógio biológico começou a contagem decrescente, e ela encara, pela primeira vez com seriedade, a perspectiva de ser mãe.
- O que é que tu achas? Eu e o José estamos a estudar a situação, mas gostava de ouvir a tua opinião. Achas que eu devia ter um bebé?
Com todo o cuidado, sem querer denunciar as minhas dúvidas, respondo-lhe:
- Bem… isso vai alterar completamente a tua vida…
- Sim, eu sei. Aquelas saborosas manhãs de sábado e domingo na cama, os fins de semana fora sempre que nos apetece… tudo isso se acaba.
Mas não é bem nisso que estou a pensar. Gostaria de lhe dizer que as feridas físicas da gravidez passam, mas o acto de ser mãe deixa uma marca emocional tão grande, tão viva, que ela ficará totalmente vulnerável.
Olho para as suas unhas bem tratadas e o fato elegante, e penso que, na qualidade de sua melhor amiga, tenho o dever de a alertar para certos factos. E penso:
- Não há elegância que resista a teres que mudar uma fralda. Se for apenas de chichi, até se suporta. Mas… se estiver suja? Até o estômago se revolta…
No entanto… tocar naquela pele tão suave, acariciar aquele corpinho morno e macio, beijar aqueles pequenos pés de dedinhos pequeninos…
Continuo a pensar:
- Nunca mais poderás ler uma má notícia no jornal, sem pensares: “E se fosse o meu filho?”
Todo o tipo de acidentes, incêndios, naufrágios, irão fazer o teu coração apertar-se de ansiedade e pensar: haverá algo pior do que ver um filho morrer?
Mas… e a alegria de vê-lo chegar a casa são e salvo? Nenhuma felicidade é comparável a esta.
E penso ainda:
- Sempre que houver uma nota de urgência no apelo -«Mamã!» - largarás, sem pensar um segundo, a melhor peça de cristal que tenhas entre mãos.
- A tua carreira, na qual investiste os melhores anos da tua vida, será relegada para segundo plano – a maternidade assim o exige.
Poderás até conseguir uma boa ama para o bebé, na qual confias cegamente; mas muitas serão as vezes em que terás que recorrer a toda a tua auto disciplina para não «dar um pulinho a casa» apenas para te certificares de que tudo está bem com o teu filho. E não raras vezes te questionarás se, afinal, o alto cargo que desempenhas na empresa será, «mesmo», mais importante do que o teu papel de mãe.
São estes os pensamentos que me ocorrem enquanto observo a minha amiga, tão atraente.
Devo também dizer-lhe:
- Ainda que percas o peso acumulado durante a gravidez nunca mais te sentirás a mesma.
- A tua vida, tão importante para ti neste momento, terá muito menos valor quando houver um filho.
- A relação com o teu marido também sofrerá alterações. É imprescindível que compreendas que se pode amar ainda mais um homem que está sempre pronto para mudar uma fralda, e que nunca hesita quando o filho reclama a sua atenção…
Para tudo isto e muito mais devo alertar a minha amiga. Mas… tenho também que lhe falar na alegria da mãe ao ver:
- O riso descontrolado de um bebé que toca no pêlo de um cão pela primeira vez;
- O bebé aprender a dar os primeiros passos;
- O filho aprender a jogar à bola…
Absorta nos meus pensamentos só o olhar irónico da minha amiga me faz perceber que tenho os olhos rasos de água.
- Nunca te arrependerás – digo-lhe apenas, por fim.
Depois seguro-lhe na mão e juntas erguemos uma prece por ela e por todas as mulheres que respondem ao «chamamento».

Este encontro ocorreu há muitos anos, mas recordo ainda todos os pormenores.

Agradeço, de coração, a quantos me visitaram e deixaram comentário na minha ausência. 
Bem hajam!
Visitarei TODOS tão breve quanto possível.