quarta-feira, 24 de novembro de 2010

REMODELAÇÃO DA CASA DA MARIQUINHAS

A Casa da Mariquinhas foi remodelada.

Agora as janelas de tabuinhas estão enfeitadas com LÍRIOS dos jardins do Macuá; e à noite, quando não há tertúlia de fado, podem ouvir-se HISTÓRIAS DE ENCANTAR

Vamos escutar a que hoje está sendo lá narrada.

HISTÓRIAS DE ENCANTAR










O RAPTO DE PERSÉFONE

Diziam os antigos gregos que, no início dos tempos, não existiam as estações do ano.
Na Terra só havia a Primavera, com as suas flores, beleza e suavidade.
Nessa época andava pelo mundo uma jovem belíssima chamada Perséfone.


Era filha de Deméter, (Ceres) a deusa do casamento e das colheitas.

Um dia Perséfone (Proserpina) apanhava flores e cantava feliz, quando foi vista pelo deus do mundo subterrâneo, o terrível Hades (Plutão), que, apaixonando-se perdidamente pela jovem, raptou-a,

levando-a para o seu mundo da escuridão.

Na superfície, ao fim de mais um dia de trabalho, Deméter percebeu o desaparecimento de sua filha e, desesperada, gritava o seu nome pelos campos.
Como ela era a deusa das colheitas, a sua tristeza e saudade fizeram as flores murchar e os frutos das árvores secar.
Surgiu a fome e a desolação entre os homens.
Desesperados, estes pediram a intervenção de Zeus, (Júpiter) deus de todo o universo, para que resolvesse aquela situação.
Zeus, irmão de Hades, resolveu intervir, chamando seu filho Hermes (Mercúrio), o único a poder entrar nas profundezas, por possuir a palavra sagrada impronunciável que abria os portais do mundo dos mortos.
A sua missão era convencer Hades a libertar Perséfone.

Indo até lá encontrou Perséfone ao lado do marido.
Instado a libertar Perséfone, Hades respondeu-lhe que podia levá-la quando quisesse.
Mas, para grande surpresa de Hermes, Perséfone recusou-se a regressar à superfície.
Hermes insistiu dizendo que, se ela não regressasse, desapareceriam os alimentos da terra, e os homens morreriam.

Mas, após ter conhecido o prazer e os frutos da romãzeira - que era o fruto do casamento - dados por seu esposo Hades, o que a tornara uma mulher exuberante e madura, negava-se a sair de lá, local onde se tinha transformado e apaixonado por seu amo e senhor.

Então, usando da sua inteligência e esperteza, Hermes fez uma proposta a Hades.
«Perséfone não poderá abandonar o seu marido, que tanto ama. Por outro lado não poderá abandonar sua mãe que, com tanta tristeza, está a deixar a terra estéril e os homens sem alimento”.

Propôs, então, que ela passasse nove meses na superfície, junto a sua mãe Deméter - período de florescência, maturação e colheita. No período invernal, nos três meses seguintes, enquanto a Terra dormisse, ficaria em companhia do seu esposo Hades.
Perséfone deveria realizar este serviço imposto, tomando consciência de que serviria ao esposo, dando-lhe prazer e recebendo amor, mas que também serviria à Terra, à mãe e à Natureza.
Hades concordou.

E foi assim que surgiram as estações do ano.

Quando Perséfone está na Terra temos a Primavera e o Verão.
Durante o Outono Perséfone prepara-se para descer às profundezas. Por isso o tempo torna-se frio e das árvores caem folhas de tristeza.
Quando Perséfone está ausente surge o Inverno : não há sol, nem flores, nem frutos.
Mas, quando ela volta, volta também a Primavera.
E podemos, então, apreciar a alegria de Deméter a espalhar-se por toda a Natureza, enchendo os nossos corações de esperança e os nossos olhos de beleza.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO LUZ AO ENTARDECER

Tal como foi anunciado no post do dia 7 teve lugar no passado sábado, dia 13 do corrente, o lançamento do meu livro «LUZ AO ENTARDECER».


Os convidados foram recebidos pela autora, com o apoio da Dr.ª Cecília Caldeira, Assessora do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Almada.



A juventude fez-se representar:


A sessão foi iniciada pela Dr.ª Cecília, que deu as boas vindas aos convidados,


seguida pela autora, que se encontrava ladeada pela filha Paula e pela neta Nádia.


Foi depois a vez da filha Paula dirigir umas breves palavras à assistência,


das quais me permito destacar:

“…Nem todas as famílias se podem dar ao luxo de dizer que têm uma mãe, uma avó, uma prima, uma mana, uma esposa ou até mesmo uma amiga, escritora!
Nós podemos, a partir de hoje.

Pessoalmente sinto-me tão orgulhosa que é impossível descrevê-lo!
Aquilo que começou por ser um hobby, o preencher do tempo de lazer, acabou por se concretizar na publicação deste livro.
Como já o li estou em vantagem, e já posso afirmar que vale a pena lê-lo.

Quanto à escritora o que dizer? É minha mãe, por isso só pode ser a melhor do mundo!

Quanto ao livro, vou dar-vos só umas dicas: a acção passa-se nos anos 50/60 do século passado, e retrata as dificuldades que a mulher enfrentou para poder dispor do seu destino…
E mais não digo, o resto fica para a leitura que ireis fazer.
É só isso que esperamos de vocês: primeiro que o comprem, e depois que o leiam.”

Seguiu-se a leitura do Prefácio pela minha neta Nadia.


Houve depois várias intervenções por parte de alguns convidados:

Do Daniel (à esquerda)


Do Vicktor (de kispo vermelho)


Do Jorge Figueiredo (ao centro, de pé),

E de outros que o fotógrafo, infelizmente, não “apanhou”.

Seguiu-se a sessão de autógrafos e um pequeno beberete.

A parte “económico/financeira” esteve a cargo da minha filha Isabel

À direita

que não arredou pé de junto dos livros, a não ser no final para ser fotografada ao lado da mãe.

Deu muito boa “conta do recado” já que, no final, os 50 livros encontravam-se esgotados, ficando alguns pedidos para satisfazer posteriormente.

Foi um dia muito feliz para mim.
O evento decorreu em ambiente alegre e descontraído; senti-me muito bem rodeada de toda (quase) família, e muitos amigos, entre os quais alguns “bloguistas”, que tive o prazer de conhecer.

Para não tornar este post demasiado extenso – e já está bastante longo – fiz um álbum com uma parte das fotos (todas era impossível) que coloquei no Facebook.
Quem tiver interesse em vê-las pode fazê-lo clicando AQUI E AQUI

Quero terminar com um agradecimento muito sincero a todos que me honraram com a sua presença.
Muito obrigada!

domingo, 7 de novembro de 2010

FINALIZANDO O LIVRO “LUZ AO AMANHECER”

É bem conhecido o ‘dito’ – “O rabo é o pior de esfolar”.
De facto os trâmites finais para a edição do meu livro, cujo lançamento será no próximo dia 13, têm sido os mais trabalhosos e complicados.
Só há momentos consegui acabar o que espero sejam as últimas correcções à prova.
O meu livro irá ter esta apresentação final:


Sem possibilidade de preparar o habitual post de domingo, partilho convosco uma crónica de Xana Guedes:


OS “TÉLÉLÉS”

"Afectos e Paixões".
Estar apaixonado é ter o céu na terra? Ou ficar preso ao telemóvel? Cruzar olhares tranquilamente? Ou "amar assim perdidamente"?

Avanços tecnológicos, maior poder capital, desenvolvimento urbano, a libertação das mentes, novos ideais e mais outras particularidades é o palco do nosso século, o século XXI. Contudo um palco só está completo com os bastidores e só pode ter valor tendo os actores em cima. Esses actores somos nós... a cidade... a sociedade. Mas que actores somos nós, sendo sempre influenciados pelo poder do consumo e pelas manias supérfluas que nos tentam incutir a cada minuto que ligamos a televisão ou a rádio ou então em cada página de um jornal ou uma revista - vejam lá que até nas relações afectivas a "modernice" está lá!
E pergunto eu: será hoje, um casal de enamorados, capazes de se relacionarem e comunicarem sem o "apoio" das telecomunicações? e vocês respondem (com certeza): NAÃOO!!! Pois não.... Quantas e quantas vezes vou eu na minha "paz do senhor" e passa por mim um/a marmanjo/a a babar ao "télélé" dizendo e ouvindo palavras melosas, trazendo estampado na cara um sorriso que deve conseguir iluminar toda a companhia de telefones que estão a permitir este dengoso encontro de radiações de orelha a orelha.
Mas nem tudo é uma chamada de "rosas", principalmente quando começa a afectar o cérebro e/ou coração (culpo eu a radiação transmitida por esses aparelho). Porém, acho eu, que já chega de ser tão negativa com esta paisagem, mas sim começar por escrever as maravilhas e a falta que nós sentimos quando o nosso "bichinho de botões" foi ao "arranjo".
Posso afirmar que sou uma tellélédependente, tenho que admitir, não consigo sair de casa sem ele, não consigo comunicar sem ele, não consigo namorar sem ele.... já viram, que retrato tão triste? Então, imaginem só, se por azar um meteorito qualquer ou um astronauta lhe dá na maluca e vai contra o satélite das telecomunicações?! Um desastre mundial....
Todo o mundo vai enlouquecer, acreditem, vai ser pior do que se o porto não ganhasse o campeonato (palavra de portista), uma loucura meus caros!

Bem, acho que nem toda a gente ficava mal humorada; se pensarmos bem, a conta telefónica iria baixar, os nossos pais iriam ficar tão orgulhosos de nós que eram capazes de nos nomear com Globo de Ouro de "o filho mais poupadinho"; mas (existe sempre uma contradição) já pensaram como é que eu e mais apaixonados "a long distance" conseguiríamos namorar? Será que tínhamos de andar a escrever cartas babadas e a gastar um frasco de perfume (dos grandes) para depois ouvirmos as bocas dos nossos pais, tipo: "Não achas que já ‘tás a abusar nas lambidelas aos selos, ou ‘tás à espera que eu te compre um camelo?" estão a ver? Eu não digo? Não temos hipóteses...

Por estas razões e por outras mais, é que eu acho que uma pessoa (que namora à distância) deve aproveitar todas as campanhas que pode haver, ou então dizer ao "amor da sua vida" que comece a telefonar às horas mais económicas, olha ,do tipo: "Amor, coração, gosto mais de ti se me ligares a partir das 21h00" ou então - que para mim é a melhor - "Querido telefono-te à noite, é mais romântico!!!", enfim, existem imensos truques mas o mais importante é não gastar muito dinheiro.

Nestes casos estar apaixonado é ir ao céu (mas só se tiver rede no telemóvel), passear de mãos dadas com a mão esquerda (é que a direita está a segurar o telélé) é olhar olhos nos olhos e dizer: "Amo-te perdidamente, queres unir a tua rede com a minha?" e ela responde: "Sim, meu carregador, és a radiação da minha vida!"
E pronto, estão dois jovens apaixonados a unir os seus corações, para começar a vida a carregar nos botões e a aprender, a aproveitar as chamadas a 5 cêntimos ou as mensagens escritas de borla!..
Mas no fundo, no fundinho mesmo, estas modernices todas não passam de meras atitudes que as pessoas têm para poder mostrar os seus afectos e paixões neste mundo de máquinas e saudosismo. Isto chama-se AMOR!
Xana Guedes - Porto, Portugal