terça-feira, 2 de julho de 2019

LIVRO EM CONSTRUÇÃO - SEGREDOS XI

ADENDA
Queridas Amigas e queridos Amigos
Por lapso não incluí, no final deste Capítulo, a seguinte informação:
NO DIA 10 DESTE MÊS DE JULHO VOU AUSENTAR-ME DO PAÍS, POR DUAS SEMANAS, PARA O MEU PRIMEIRO PERÍODO DE FÉRIAS (O SEGUNDO SERÁ NA SEGUNDA QUINZENA DE AGOSTO).
POR ESSE MOTIVO SÓ QUANDO REGRESSAR PODEREI RETRIBUIR AS VISITAS QUE ME FIZEREM, E QUE DESDE JÁ AGRADEÇO.

Beijinhos e abraços a toda(o)s.

SEGREDOS – CAPÍTULO XI


 CAPÍTULO X
“…O toque do telefone interrompeu os seus pensamentos. Contrariada, Nanda levantou-se e viu, no visor, que a chamada era do Tó Zé. Naquele momento teria preferido continuar a recordar o passado tão distante. Já haviam decorrido 30 anos! Mas na sua memória tudo continuava muito nítido, como se o estivesse vivendo de novo…
Clicou no “atender” e ouviu do outro lado a voz inconfundível do seu ex-marido:
- Por onde anda a flor mais linda do meu jardim, que demorou tanto tempo a atender?
Nanda sentiu um friozinho na barriga ao ouvir aquela voz carregada de mel…”

CAPÍTULO XI
Tentando controlar-se para não deixar transparecer o quanto aquela voz mexia consigo, Nanda respondeu, no tom mais indiferente que lhe foi possível:
- O teu jardim continua repleto de flores?
- Tem algumas, sim, mas nenhuma tão bonita como tu…
- Conversa não te falta… Mas afinal, foi para falar de flores que me ligaste?
- E se fosse? Não é uma conversa bonita? E perfumada – acrescentou, bem-disposto. Mas não, não foi para falar de flores, mas dum botão de rosa – o nosso neto.
- O que tem o nosso neto? – a voz de Nanda denotava preocupação. Aconteceu alguma coisa que eu não sei?
- Não fiques aflita, minha querida – Nanda estremeceu. Aquele “minha querida” era sempre dito num tom que lhe fazia lembrar que houve um tempo em que eles tinham conseguido ser felizes, apesar de tudo.
O que acontece é que, finalmente, consegui arrumar acomodações para o nosso filho. E como tu gostas sempre de lhe dar este tipo de novidades… não sou eu que te vou roubar esse prazer… Quando quiseres liga-lhe a dar a notícia, e aproveita para lhe perguntar se precisa que eu vá lá abaixo buscá-los. Posso ir com a carrinha e trazer tudo o que for preciso.
- Ora aí está uma excelente notícia! – respondeu Nanda, encantada. E não queres contar-me como conseguiste esse milagre?
- Evidentemente que sim. Sabes que para ti não tenho segredos – Tó Zé falou com o tom mais doce possível.
- Eu vou fazer de conta que acredito – respondeu Nanda, tentando falar rispidamente, mas com o coração acelerado.
- Acredita que é verdade. Lembras-te daquele armazém enorme que em tempos aluguei, com vista a diversificar o negócio? – continuou ele. Acabou por ficar para ali, sem qualquer utilidade. Mantive-o porque o aluguer era baixo, quase de graça. E foi o melhor que fiz. Com a ajuda de uns amigos construí lá, numa parte do espaço, um belíssimo apartamento. Só tem um quarto, mas para já não é preciso mais. Depois, com tempo, posso construir outro.
- E o nosso neto vai ficar confinado a um quarto? – perguntou Nanda, com espanto.
- Que disparate! Claro que não. Tem um quarto, uma sala – não muito grande, é certo – uma cozinha e instalações sanitárias. Quando quiseres podes ir lá ver. Tenho a certeza que vais gostar. Já está pronto há três ou quatro dias, mas não te disse nada porque era preciso deixar sair o cheiro das tintas.
- Estou espantada, e deveras satisfeita. Vamos fazer assim: Eu telefono ao Luís a dar-lhe a novidade. Sei que vai ficar radiante porque todos os dias me tem falado no assunto.
- Todos os dias? – perguntou Tó Zé, admirado.
- Sim, todos os dias, qual é o espanto? Sabes que nós falamos todos os dias…
- Pois… - Nanda notou um certo tom de tristeza na voz do ex-marido – tu e eu também falamos todos os dias – ou quase… - e tu não me dizes tudo…
- Isso agora não interessa para nada! Vamos aos planos. Daqui a pouco ligo ao Luís e vejo como havemos de fazer para eles virem para cima. E fica descansado que vou dizer-lhe que te ofereceste para os ires buscar – acrescentou, sorridente.
- Obrigado, minha querida. Tu consegues ser sempre atenciosa, seja em que circunstância for…
Nanda engoliu em seco, sem palavras para responder. E de novo aquele “minha querida”…
Não sabia explicar porque é que essas duas palavras, ditas naquele tom, a sobressaltavam tanto.
A verdade é que ela nunca fora apaixonada pelo Tó Zé. Ele, sim, ele adorava-a, e ela… deixava-se amar.
Passados quase trinta anos ainda se lembrava bem de como eram as suas conversas. Viam-se e falavam todos os dias. Depois de jantar ela ia até ao portão do jardim da sua casa e aí se encontravam. O que chegasse primeiro esperava pelo outro. E as conversas entre eles pareciam não ter fim. Algumas vezes a Mãe tinha de a chamar para ir deitar-se, porque eles perdiam a noção do tempo.
Nanda considerava Tó Zé como o seu melhor amigo, tal como Bela era a sua melhor amiga. Entre eles quase não havia segredos. Nanda guardava consigo o segredo do assédio de que fora vítima por parte do pai de Bela, e nunca o revelou a ninguém, até ao fim da sua vida. Mas esse segredo era a única excepção…  

Foi com enorme alegria e excitação que Nanda ligou para Luís a dar-lhe a novidade. Como era de esperar, o filho ficou em grande alvoroço e, em altos brados, transmitiu a notícia a Catarina. Combinaram que Luís falaria com o sogro, que já se oferecera para os vir trazer a Lisboa, e não queria magoá-lo.
Enquanto se dirigia ao supermercado para fazer umas pequenas compras – como eram coisas de pouco peso decidiu não levar o carro e ir a pé – voltou-lhe ao pensamento o assunto em que pensava quando fora interrompida pelo telefonema de Tó Zé…
***
[Depois do encontro (ou encontrão…) de Nanda e Alessandro, as duas amigas, conversando alegremente e caminhando num passo estugado, em breve chegaram ao restaurante. Sentaram-se, fizeram o pedido, e começaram logo a falar do assunto que as levara a almoçar juntas...
- Então conta-me lá, que espécie de festa estás a pensar fazer? – perguntou Bela.
- Eu estava a pensar numa coisa simples, para reunir as amigas e os amigos, nada do género da que tu fizeste quando completaste os teus 18 anos, claro! Que te parece?
- Por mim acho a ideia excelente. E como ainda faltam três meses, não vais ter dificuldade em reservar um local para a noite … concordou Bela.
- Pois por isso mesmo é que eu quis tratar das coisas com antecedência e poder escolher um espaço que não seja muito caro.
- Tenho a certeza que vais conseguir. Bem basta o que aconteceu comigo… - Bela mostrava-se meio tristonha ao recordar a sua festa de anos.
- Sim, mas tu sabes bem porque é que as coisas não correram como tu querias e imaginavas… Essa ideia dos teus pais de irem fazer a festa na quinta… - murmurou Nanda.
- Uma ideia completamente disparatada. Como sempre, estavam a pensar mais em exibir-se do que em festejarem os meus 18 anos – Bela falava com irritação. – Sendo assim, como foram eles a organizar tudo, a maioria das minhas amigas e amigos não estariam presentes. Só os riquinhos lá iriam pôr os pés. Olha tu, por exemplo: afirmaste logo, a pés juntos, que não irias… Logo tu, a minha melhor amiga!
- Não vale a pena estarmos a falar nisso agora – Nanda esquivava-se ao assunto. Nem queria pensar no verdadeiro motivo que a levara a recusar o convite da sua melhor amiga. Desde aquele dia fatídico evitava ao máximo qualquer contacto mais próximo com aquela família.
- Tens razão, querida. Não vale a pena continuar a lamentar o que se passou. Mas a verdade é que eu pensava que iria recordar para sempre, com saudades, a minha festa dos 18 anos. Afinal, é um marco na nossa vida… - comentou Bela, com ar tristemente pensativo.
E lembrou-se da ansiedade com que esperara pela sua festa de aniversário dos 18 anos. Imaginara tudo tão diferente do que acontecera… Os pais disseram-lhe que não queriam contar-lhe nada, porque iam fazer-lhe uma grande surpresa. E nisso não se enganaram. Foi mesmo uma surpresa enorme!
Nesse dia, logo a seguir ao almoço, meteram-na no carro e, entre risadas de boa disposição, vendaram-lhe os olhos, dizendo-lhe que não valia a pena ela fazer perguntas pois só quando chegassem ao destino veria a surpresa. A Mãe aconselhou-a a recostar-se e tentar fazer um pequeno sono de beleza, para estar linda para a sua festa…
Cerca de uma hora depois o pai parou o carro, ajudaram-na a sair e a venda foi retirada. Com espanto, Bela verificou que se encontrava na quinta, onde era aguardada por um número enorme de convidados, amigos dos seus pais e os seus descendentes, todos vestidos como para uma festa de gala.
Não, decididamente não era nada disto que Bela imaginara.  Na verdade, os pais não a conheciam, não sabiam os seus verdadeiros gostos, para além de só pensarem em si mesmos e                               na imagem que queriam transmitir, de pessoas da alta sociedade.
A Mãe levou Bela para o seu quarto, onde a esperava um magnífico vestido que ela usaria para a festa – por sua vontade vestiria apenas umas jeans e uma t-shirt. Fez a vontade à Mãe, pois sabia que de nada valeria tentar contrariá-la.
Como não viu entre os convidados a sua melhor amiga perguntou à Mãe se não se tinha lembrado de convidar Nanda. Ela respondeu que não se esquecera – de maneira nenhuma! – mas que, apesar da muita insistência, a amiga lhe repondera que não podia ir.
Bela correu para o telefone e ligou a Nanda. Entre lágrimas descreveu-lhe, resumidamente, a “surpresa” que os pais lhe haviam preparado, e implorou à amiga que fosse para a quinta, que mandaria o motorista buscá-la.  Nanda recusou, meiga mas firmemente:
- “Sabes que te amo como a uma irmã, mas não me peças o impossível. A minha Mãe está com uma fortíssima crise de enxaqueca e não tenho coragem de a deixar sozinha nestas condições. Sabes como ela fica quando tem estas crises…”
Depois de todos os convidados terem partido, os pais disseram-lhe que no dia seguinte iriam levar a casa a tia Natércia – irmã da mãe, que vivia no Porto e viera à festa do seu aniversário – e que Bela poderia ficar lá uns dias, se quisesse.  Tinham-se apercebido de que a surpresa que haviam preparado para a filha em nada lhe tinha agradado, e pensavam compensá-la concedendo-lhe uns dias de liberdade.
Foi a melhor notícia que Bela recebeu nesse dia. A perspectiva de ir passar uns dias com a prima Filipa, filha da tia Natércia, de quem gostava muito, deu-lhe um novo ânimo.
Foram uns dias inesquecíveis.
No dia da chegada, Filipa convidou umas amigas para jantarem lá em casa. Foi uma reunião muito agradável e alegre. As amigas da prima eram muito simpáticas e acolhedoras, e logo ali combinaram fazer uma festa no dia seguinte na casa de uma delas, cujos pais se encontravam no Algarve.
Na noite seguinte lá estavam elas na casa da amiga, prontas para uma noite de farra. A casa, situada nos arredores, era enorme, com muitos quartos, salas, salinhas e saletas… Notava-se, à distância, que os donos da casa eram pessoas bem colocadas na vida, nada abaixo do nível dos pais de Bela.
Amigas e amigos começaram a chegar e em breve a sala estava repleta de jovens. Dançaram, cantaram, saltaram, comeram – havia, numa das salas, uma mesa posta com sandes e bolos, onde não faltavam bebidas alcoólicas.
A noite ia avançada quando alguém começou a distribuir uns “charros”, a que se seguiram outras drogas leves. Bela nunca tinha experimentado e não estava nada interessada. Na escola, desde os doze anos, sempre aparecia alguém a querer influenciá-la e iniciá-la nesse mundo que ela temia acima de tudo. Sempre resistira, e até àquela noite sempre tinha conseguido manter-se afastada.
Agora… a tentação era maior que nunca. Toda a gente eufórica, fumando e “cheirando”, com álcool à mistura… e ela ali, isolada, a sentir-se um ET. Filipa insistia:
- Vá lá, Bela, não sejas desmancha prazeres, é só hoje. Olha para mim, pensas que eu faço isto todos os dias? Nem pensar, é só muito raramente. Assim não se corre o risco de ficar viciado…
Bela acabou por ceder… e de pouco mais se lembra nitidamente. Recorda-se que todos acabaram espalhados pelos vários quartos. Ela própria acordou de madrugada ao lado de um jovem de que mal recorda as feições porque, ao reparar na cama desfeita, não teve dúvidas do que acontecera entre eles. E sentiu-se tão envergonhada que mal conseguiu balbuciar o seu nome – Bela – quando ele quis apresentar-se dizendo:
- Io sono Alessandro. E tu?...
Todos começaram a levantar-se e retirar-se, e em breve as duas primas ficaram sozinhas com a dona da casa, grande amiga de Filipa. Passaram o dia as três juntas. Bela não se sentia muito bem – as drogas que consumira, ainda que leves, provocaram-lhe um mal-estar geral. Acharam preferível só regressar a casa mais tarde, dando tempo a que se dissipassem os efeitos da noitada, e evitar preocupar a prima Natércia.
Mas as verdadeiras consequências de toda a irresponsabilidade dessa noite não se fizeram esperar. Pouco tempo depois…

Nanda reparou no ar ausente da amiga e perguntou:
- Vamos tratar da minha festa ou não?
- Claro que vamos. Portanto… fazes um lanche ajantarado… - sugeriu Bela
-Sim, mas uma coisa bem simples, e tem de ser em casa. Sabes que os meus pais não são ricos… não quero fazê-los gastar muito dinheiro. – apressou-se a esclarecer Nanda.
- Se tu não fosses teimosa… aceitavas que eu te oferecesse a festa como prenda de anos… - aventurou Bela – Gostava tanto!
- Não venhas de novo com essa conversa. Eu nem sequer me atreveria a dizer tal coisa aos meus pais. Acho que eles me mandavam internar – respondeu Nanda em tom alegre, tentando desviar o assunto.
- Eu entendo, por isso não vou insistir – respondeu Bela.
-Fazemos assim: um lanche ajantarado lá na garagem, com a presença dos amigos dos meus pais; a seguir a juventude segue para a discoteca, e os cotas continuam a festejar na garagem – disse Nanda com uma gargalhada. - Agora só falta pensar no que se há-de servir para o lanche. Como sabes a minha Mãe não tem prática dessas coisasna cabeça dela o que mais importa é o voluntariado. Não que eu tenha alguma coisa contra, nem pensar; mas às vezes até parece que para ela são mais importantes as pessoas a quem presta apoio do que eu ou o meu Pai… murmurou Nanda

- Não penses assim, querida. A tua Mãe é uma excelente pessoa, bondosa como poucas. É só olhar para as pessoas que ela visita, pessoas de condição muito baixa, verdadeiramente necessitadas. Algumas amigas da minha Mãe enchem a boca com essa cena do voluntariado, e vais ver quem elas visitam…  A tal da pobreza envergonhada, pessoas que já estiveram muito bem na vida e agora estão na mó de baixo… Mas diz-lhes para irem dar apoio a pessoas de condição mais humilde e logo vês a resposta que te dão – “não têm tempo”, “já visitam muita gente”, “não podem chegar a todo o lado”…
Digo-te, honestamente, gosto muito mais da acção da tua Mãe. – rematou Bela
- Eu sei, eu sei, só que às vezes nós sentimos um pouco a falta dela, entendes?
Bom, mas nós não viemos aqui para falar das boas acções das nossas Mães, certo? Então, continuemos…
- Claro! - Apressou-se Bela a concordar.
– Tu já sabes que podes contar comigo para tudo. Portanto, com o lanche não te preocupes. Entre nós todas, e com a ajuda da criada lá de casa (tu sabes que ela te adora…) não vai haver problemas.  Depois é só conseguir que o dono da discoteca reserve um espaço para nós. Afinal, ainda somos bastantes… talvez uns vinte, não?
- Ah, sim, à volta disso. Entre colegas e amigos lá da rua… deve ser mais ou menos esse número. A propósito, não me posso esquecer do Tó Zé, ainda não lhe falei no assunto… Sabes o que eu gostava mesmo? É que fosse num bar de praia… mas não sei se vamos conseguir…
- Vais ver que sim. Lembra-te que ainda faltam três meses, portanto temos tempo bastante para tratar do assunto. E talvez até seja mais fácil do que um espaço reservado numa discoteca… E… muito mais giro! Só pensar em estar a ouvir o barulho das ondas já me faz gostar da ideia. E depois… são os teus 18 anos, tem de correr tudo muito bem! – disse Bela, em tom confiante.
- É uma data histórica – riu Nanda. É já o princípio da maioridade.
E riram ambas alegremente.
Terminado o almoço combinaram encontrar-se brevemente e separaram-se com um apertado abraço.
A caminho de casa Nanda não parava de pensar no desconhecido com quem se cruzara.
“Que lindos olhos ele tem! Aliás… todo ele tem boa figura; mas os olhos chamam logo a atenção. Será que ele vai telefonar? O mais certo é que não o faça. Afinal, foi apenas um simples encontro… Um encontrão, melhor dizendo…Para além da “agressão física” - sorriu a este pensamento - nada mais houve digno de registo…”
Chegando a casa, depois de pôr a Mãe ao corrente do que tinha combinada com a Bela, foi agarrar-se aos livros. O fim do ano estava à porta e não queria dar à Mãe o menor motivo para que ela pusesse entraves à sua festa de aniversário.
Porém, não conseguia concentrar-se. O desconhecido de olhos azuis interpunha-se aos estudos, levando-a a olhar constantemente para o telemóvel, que se mantinha mudo.
Às cinco horas e cinco minutos Nanda deu um salto na cadeira ao ouvir o toque que já tinha desesperado de escutar.
Ficou paralisada, a olhar para o aparelho sem se mover, ouvindo-o tocar. Passados uns momentos o toque parou. Pouco depois tocou de novo.
Nanda olhou para o visor onde estava a indicação de “número desconhecido”. Pensou:
“Será ele? Ou algum daqueles chatos a fazer publicidade que não interessa a ninguém?”
Decidiu atender. O seu coração teve um sobressalto quando reconheceu a voz do desconhecido dessa manhã.
- Alô! – ouviu do outro lado. Como estás, cara mia?
Nanda ficou tão emocionada que nem conseguia falar. Afinal, ele tinha ligado…


Maria Caiano Azevedo