quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

DÉCIMO ANIVERSÁRIO

HOJE COMPLETO 10 ANOS


Lembrando-me que este blogue HOJE completaria 10 anos, comecei a meditar em qual será o motivo que nos leva a festejar os Aniversários.
E encontrei “coisas” muito interessantes.

Aniversário é a repetição do dia e do mês em que se deu determinado acontecimento. Num sentido mais geral, refere-se à comemoração de periodicidade anual de qualquer evento importante, como o nascimento de alguém… “

Isto não traz nada de novo. Todos nós sabemos o que é um Aniversário. Falta saber a razão da sua comemoração, se em todo o mundo se comemoram Aniversários, se todos os povos os comemoram da mesma forma, onde e quando começou este ritual…

Nalguns povos antigos, onde a mortalidade infantil era muito elevada, cantavam-se “Parabéns” para festejar o facto de a criança ter conseguido sobreviver mais um ano.
Contudo o Cristianismo rejeitava a celebração de aniversários, considerando-o um culto pagão, até meados do século IV. Referiam que os únicos relatos existentes de festejos de aniversário eram de Faraó e Herodes - que os festejaram com grandes banquetes - e nenhum deles era cristão. Também os judeus consideravam essas celebrações como profanas, fazendo parte da adoração idólatra.

Os gregos e os romanos acreditavam que um espírito protector assistia ao nascimento e acompanhava o nascituro ao longo da sua vida.
(Será que vem daí a ideia do Anjo da Guarda que nos acompanha desde o nascimento até à morte?)
Com os gregos e romanos começou o hábito de se acenderem velas colocadas nos bolos. Esse requinte – as velas acesas em bolos de mel – destinava-se a proteger o aniversariante de demónios, ao mesmo tempo que garantia a sua segurança durante o ano seguinte.
Eles acreditavam que as velas tinham qualidades mágicas. Oravam e faziam pedidos que as chamas das velas levavam até aos deuses. Estes, por sua vez, enviavam as suas bênçãos, como resposta às orações.

Na Europa, os aniversários natalícios começaram a festejar-se há muitos anos. As pessoas acreditavam em espíritos bons e maus, que apelidavam de “fadas boas” e “fadas más”.
Com receio de que esses espíritos causassem mal ao aniversariante, amigos e familiares reuniam-se à sua volta. Com a sua presença e os seus votos de felicidades protegiam o aniversariante contra os perigos que o aniversário natalício apresentava.
Para que essa protecção fosse ainda maior criou-se o hábito de dar presentes, o que se reforçava com uma refeição em conjunto.

Podemos concluir que, quer fossem crentes ou pagãos, gregos ou romanos… a finalidade de festejar o aniversário era sempre proteger o aniversariante de todos os males possíveis.
Com o decorrer dos tempos tudo se foi modificando e actualmente festeja-se o aniversário especialmente para reunir familiares e amigos numa festa especial.
Homenageia-se o aniversariante, oferecem-se presentes em sinal de Amizade, e tudo termina numa alegre jantarada 

Como se tornaria um pouco complicado oferecer-vos “uma jantarada” por dificuldades de logística – não seria fácil reunir à mesma mesa, aqui, portugueses, brasileiros, espanhóis, americanos, até japoneses… - limito-me a erguer a minha taça à vossa saúde!
E que nos encontremos todos daqui por um ano.

Tchim, tchim!



Cantemos os Parabéns!

DA MINHA QUERIDA AMIGA EVANIR ACABEI DE RECEBER ESTE LINDO SELINHO QUE, DO CORAÇÃO, LHE AGRADEÇO.
OBRIGADA!


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

O SEGREDO



O SEGREDO

CAPÍTULO 10 – 1ª. Parte

O abraço que envolveu os dois irmãos continha muitas saudades acumuladas ao longo do tempo em que tinham estado sem se verem, e um grande, enorme, amor fraternal.
Em crianças brigavam muito um com o outro, entrando até, por vezes, na agressão física, ainda que sem gravidade. Tinham maneiras de ser muito diferentes.
Mas, à medida que foram crescendo e talvez por tomarem consciência de que estavam a ser criados e educados apenas pela Mãe, o que para ela representava um grande sacrifício e responsabilidade, adoçaram a sua convivência e, sem mesmo se aperceberem, foram-se tornando grandes amigos que, depois de jovens adultos, eram inseparáveis.
Por isso aquele abraço, após uma tão longa ausência, foi comovido para ambos, e comovedor para a mãe, que os observava em silêncio.
Depois de tudo o que se passou em seguida, aos poucos foi-se restabelecendo a serenidade. Nanda, recomposta do choque, propôs irem lanchar, pois “o que servem nos aviões não presta para nada”.
Saborearam o bolo da mãe, e depois passaram a tarde conversando e matando as saudades.
Luís falou, com orgulho mal disfarçado, do seu pequeno rebento, ao mesmo tempo que justificava a ausência de Catarina:
– O bebé é ainda muito pequenino, está ligeiramente constipado, e por isso a mãe ficou em casa cuidando dele.
O quarto que o pai lhes disponibilizou não é muito confortável – na verdade tratava-se de uma pequena arrecadação onde, à última hora, o pai colocara um divã de casal para eles dormirem. O espaço até é razoável, mas é um pouco húmido e, com o frio que tem feito nas últimas noites, o bebé ressentiu-se.
Mas enquanto o pai não lhes consegue a tal casita que prometeu arranjar-lhes, sujeitam-se àquela situação. Por um lado porque têm esperança de que não seja muito prolongada, e por outro porque o dinheiro é pouco e não chegaria para irem para um hotel, por muito modesto que fosse, ou até mesmo para uma pensão.
Com o ordenado que o pai lhe paga, que não é nenhum exagero mas, ainda assim, melhor do que nada - como ultimamente lhe acontecia no Alentejo - pensavam poder pagar o aluguer da tal casita, e fazer face às despesas mais essenciais. Mais tarde logo veriam se a Catarina poderia ir trabalhar, contribuindo assim para as despesas.
Agora que tinham um filho para criar a responsabilidade era maior e precisavam, mais do que nunca, de estar unidos e em harmonia.
*
No dia anterior André telefonou à mãe confirmando que iria, com a sua mulher Fiara, passar dois meses de férias em Portugal. Levariam com eles uma amiga, de quem muito gostavam, que trabalhava também em investigação, mas num ramo diferente do deles.
Perguntou à mãe se não se importaria de a acolher em sua casa, dado que era uma pessoa bastante tímida e falava mal o português. Além disso, como se deslocava em serviço, o tempo que passaria em casa seria, praticamente, para dormir.
Ainda que a ideia não lhe agradasse totalmente, Nanda não conseguiu recusar o pedido do filho. Como eles chegariam cerca das três horas da tarde, depois de ter vindo do trabalho, fez um bolo para o lanche do dia seguinte.
Para não faltar muitos dias ao serviço pediu dispensa apenas da parte da tarde.
Ainda falou ao filho na hipótese de os ir esperar ao aeroporto, mas André opôs-se terminantemente. Não se justificava, pois podiam perfeitamente ir de táxi. Ele sabia que Nanda não gostava muito de conduzir, especialmente por locais que não conhecia bem. O carro estava a maior parte do tempo dentro da garagem.

Passava um pouco das três e meia quando os viajantes chegaram. Nanda correu para a porta para os abraçar demoradamente. Não se viam há três anos, e as saudades eram muitas.
Seguiu-se o abraço dos irmãos, que Nanda observava, enlevada.
Depois de acalmadas as emoções e todas as manifestações de carinho, André disse:
- Mãe, esta é a amiga de quem te falei. Chama-se Eliane.
Nanda desviou, finalmente, os olhos dos seus filhos, voltando-se para Eliane.
Num relance, “viu” Ludovico sob a forma de uma linda jovem.
Retrocedendo no tempo, recordou o grande amor que os unira. Fora por amor que dele se separara, há tantos atrás, e o deixara na ignorância do seu estado.
A emoção foi demasiado forte. Sentindo-se cambalear, foi apoiada por Luis que a transportou em braços, desmaiada, para o sofá.

Mais um excerto do meu projecto literário com o título (provisório) “O Segredo”.
Maria Caiano Azevedo

PS – No próximo dia 14 haverá uma postagem especial – especial porque este ano publicarei apenas no início de cada mês – para comemoração do 10º.aniversário desta “CASA”