sábado, 14 de junho de 2014

SAUDOSA ÁFRICA DISTANTE - MOÇAMBIQUE

  EM VIAGEM

 À chegada ao segundo ponto de paragem da nossa viagem

(Nampula) 

a estação fervilhava de gente, pessoas que chegavam e já tinham descido das carruagens, outras que as aguardavam, e se manifestavam ruidosamente…
… chamámos um táxi e dissemos-lhe que seguisse para um hotel que não fosse muito caro. O motorista informou-nos que apenas havia um. Para lá seguimos.
… Era caríssimo. Mas, como não havia alternativa, teríamos que ficar ali mesmo.

… Uns colegas do marido, que estavam colocados na cidade …disponibilizaram logo a sua casa para nos instalarmos lá os dias que teríamos que ficar na cidade. É que não havia, para já, ligação de transporte para o nosso destino final, e assim teríamos que permanecer na cidade por dois ou três dias.

… Começamos então a planear a nossa partida lá para o norte, ponto final do nosso destino. As perspectivas não eram nada agradáveis.
Teríamos transporte daí a dois dias…
… quatro ou cinco horas num comboio misto, de carga e passageiros, daqueles que param em todas as estações e apeadeiros… /ou uma viagem de tantas ou mais horas de machimbombo… por uma picada… cheia de buracos e pó, debaixo dum sol escaldante, respirando o odor de todos aqueles corpos transpirados misturado com a poeira que entrava pelas janelas abertas.
… Por muita força e coragem que a juventude de então nos desse, esta perspectiva era arrasadora.
Reunidos todos os tostõezinhos restantes optamos por alugar um táxi aéreo… um aviãozinho particular que fazia serviço de táxi, fazendo-se pagar bastante bem.
… Chegados ao nosso destino, o piloto sobrevoou o local onde iríamos viver por tempo indeterminado…
… Alguns minutos depois apareceu um jipe para nos levar para casa.
Mais tarde soube que era procedimento habitual… porque, muitas vezes, o piloto levava correspondência para os habitantes do povoado, que era sempre ansiosamente esperada.
seguimos o conselho do nosso companheiro de viagem, que conhecêramos no navio, e decidimos recorrer ao médico ali destacado.
… De facto tratava-se dum homem extremamente simpático, solteiro,
… imediatamente disponibilizou o melhor quarto da casa, uma divisão enorme onde cabíamos perfeitamente.
Acabamos por nos adaptar e aprender a viver com as poucas comodidades que a casa oferecia.
 
 (Marrupa)
Havia calor humano, que nos compensava de todo o desconforto.

 
ENQUANTO OS DIAS PASSAM…
 
É bom viver nesta cidade, a terceira deste vasto território que, dentro de duas décadas, será um país independente. Ainda ninguém sabe, mas vai acontecer num futuro não muito distante. 

Não fora o espectro da guerra que lavra lá para o Norte, e teríamos, aqui, uma vida perfeita.

A cidade é bonita. Na zona central existem largas avenidas, de sentido único, com separadores ao meio, ajardinados. Há lojas bem fornecidas, onde se encontra tudo o que é necessário para o dia-a-dia; um grande mercado, com frutas variadas e legumes frescos, talho e peixaria; livrarias onde se podem encontrar os últimos livros publicados.

Esta vida fácil nem sempre é calma. De vez em quando – com demasiada frequência – recebemos notícias que nos abalam muito:

- A do soldado que, tendo terminado a sua comissão, regressava do mato a caminho desta cidade, onde faria escala para seguir para Lourenço Marques, e daí para a sua terra natal.

Em pleno voo, o pequeno avião em que vinha, sofreu uma avaria, despenhou-se, e aqui apenas chegaram os restos mortais, dentro de um caixão.

- Ou a notícia do acidente que sofreu o segundo comandante da base aérea.

Acompanhou, voluntariamente, uma missão, onde acabou por perder a vida.

Era uma pessoa muito estimada por todos, incluindo civis, entre os quais contava muitos amigos.

A cidade inteira, em peso, acompanhou-o ao cemitério, para um último e forte abraço.

O corpo foi aí depositado, e mais tarde trasladado para o local do seu descanso eterno.

Foi uma cerimónia muito comovente. O capelão militar proferiu a alocução apropriada, terminando com um “Até sempre, Tó”.

São apenas dois exemplos dos muitos a que vimos assistindo.

 Foi este clima que me levou a decidir aceitar a proposta para produzir um programa, na rádio onde trabalho, dedicado aos soldados em combate.
 
 (Fazendo locução no E.R.N.)
É um trabalho fascinante. Como, diariamente, faço locução cinco horas, repartidas ao longo do dia, aproveito os tempos livres para preparar o programa que é transmitido uma vez por semana.

Encontra-se aqui na cidade, em comissão militar, um locutor do Rádio Clube Português, de Lisboa, que, gentilmente, “cedeu” a voz para a abertura do programa, dizendo:

“O Emissor Regional do Norte… apresenta (uma ligeira pausa) Mensagem ao soldado!um programa dedicado aos militares em serviço no norte de Moçambique”

É a minha deixa. Com voz que tento seja suave, digo:

“É para ti, soldado, que as minhas palavras e o meu pensamento vão, neste momento. Sim, para ti, exactamente para ti”.

O começo, gravado, é sempre igual. Daí por diante o programa prossegue por minha conta e risco.

Segue-se conversa, respondendo às dezenas, se não centenas de cartas que recebo semanalmente.

Sei que o programa é muito bem acolhido, e à hora em que é transmitido, todos que podem ligam os rádios para ouvir. É o elo que os liga à vida normal. Sei que, ao ouvir-me, eles sentem como se eu falasse para cada um deles em particular. Ao responder às suas cartas é isso mesmo que faço.
 

 (Participação do E.R.N. na festa de aniversário do Clube do Niassa)


 
O capelão, que regressou há pouco, confidenciou-me que este programa é um incentivo e até lenitivo para eles.
É gratificante saber que estamos ajudando alguém a ultrapassar momentos tão difíceis como estes.
As cartas que escrevem são enternecedoras. Transparecem as saudades imensas que sentem da família, da vida que deixaram tão longe, ao mesmo tempo que mostram confiança na vitória e no regresso tão desejado.
Termino o programa com a sensação de “dever cumprido”.
Regresso a casa para uma noite de descanso.
Amanhã, às 7 horas, cá estarei novamente.
 
(Excerto de dois capítulos da 2ª.parte, respeitante a Moçambique, do livro que estou escrevendo.)

69 comentários:

Anónimo disse...

Nina minha
Apesar de ter andado esta semana num vai vem constante de um lado para outro – nem tenho podido ir ao blog – não me esqueci que publicarias o teu post às 0 horas do dia 14 
Li com toda a atenção, e “senti-me” ao teu lado, tal é a intensidade e realismo que imprimes às tuas palavras.
O teu livro só pode ser um sucesso. Não podes é descuidar-te, pois é mais que tempo de o publicares. Sei o que te tem retardado o avanço e compreendo muito bem que tenhas tido enorme dificuldade em recomeçar. Mas j+a deste o pontapé de saída, que foi o mais difícil. Agora é só continuares.
Voltando à postagem:
Descreves momentos terríveis que viveste e que ficarão para sempre gravados na tua memória.
A odisseia da vossa viagem para o norte, que aqui está, forçosamente, muito reduzida, é homérica!
Como sei que foi por insistência tua que a família não se separou em Lourenço Marques e seguiu junta lá para “onde o Judas perdeu as botas”… admiro-te, MUITO.
Estou muito cansado – e aqui já é uma e meia – mas voltarei para mais dois dedos de conversa.
Deixo-te todo o meu Amor Amizade.
Miguel

Unknown disse...

Memórias que teimam em acompanhar-nos. Foram tempos difíceis e complicados quer em África como cá em Portugal.
A pobreza e a vida muito dura que por cá se fazia era quase igual à que se vivia em África.
Os sonhos e as saudades navegaram forçadamente com as políticas desse tempo.
Recordo alguns programas e o sucesso que eles tiveram.
Quantas vezes ouvindo uma voz feminina os soldado sentiam-se mais jovens e familiarizados.

Daniel Costa disse...

Querida amiga Mariazita

Como sou bastante emocional, mais depois de dois mil, não pude deixar de emocionar, porque também vivi a guerra, como guerrilheiro (agora soa bem dizer assim). Emocionei-me mais pela lição de humanidade. Na guerrilha sempre me senti em espírito de liberdade, mais devido à minha índole.
Mais tarde, sempre tive a sensação que a guerra colonial(não obstante o custo de muitas vidas), foi também uma guerra de libertação para milhares de portugueses, Da tua crónica há também uma grande lição a tirar. A do estado de vida anterior de cada um, o que foi importante, como se pode constatar.
Porém, acima de tudo, aqui pode ser equacionada o teu nobre espirito de missão, que está bem patente.
Beijos de amizade

chica disse...

Li uma parte ontem à noite e agora concluí! Adorei ver tantas recordações e passagens de tua vida! Belas fotos! Lindo fim de semana,tudo de bom! beijos,chica

Os olhares da Gracinha! disse...

Memórias que não se perdem no tempo e ao ler as suas e ao ver as imagens...bateu uma saudade (Angola)!
Bj

Cristina Pavani disse...

Olá, Maria!
Seu livro será sucesso, com certeza! Relatos tão vívidos e fotos tão belas de uma imensa aventura... fiquei encantada e ansiosa por mais, pois a vontade de caminhar contigo por aqueles ermos, sentindo variados odores, marcando o tropel na terra nua foi aguçada.

Beijos do Brasil.

Jorge disse...

Olá, Mariazita!
Esta expressiva narrativa teve o condão de despertar em mim saudades do nosso Moçambique.
É um país a que me ligam laços importamtes. Vivi lá 16 anos. Foi lá que me casei e tive dois dos meus três filhos. Tenho saudades daquela cultura, daquela gente fantástica e da sua forma de ver o mundo.
Tive oportunidade de conduzir no mato, em Moçambiente, pelas longas e poeirentas picadas africanas, onde qualquer distracção pode ser fatal. Por vezes uma picada inclina-se numa descida perigosa que abrutadamente aparece. Com o "matope" [lama escorregadia], no tempo das chuvas o perigo aumenta.
Em 1961, acampado na Zambézia em pleno mato, com os africanos dentro e sob as abas da barraca, ouvimos pela rádio o ataque à "Pedra Verde" em Angola. A rádio era o único meio de comunicação que nos punha em contacto com o mundo. Evoco aqui as mensagens da locutora Manuela Arraiana, infelizmente já falecida. Que a alma dos que lá ficaram descanse em paz.
Um abraço amigo,
Jorge

Anónimo disse...

Olá, Mariazita!

Até no meio do deserto se pode encontrar um bocadinho de oásis,como o dessa tua ocupação na rádio: que a ti te dava satisfação e o sentimento de quem fazia o bem, e a quem te ouvia um pouco de consolo que alimentava a esperança e ajudava a "matar" a saudade.

Na Guiné, a rádio oficial era praticamente a única fonte de informação que tínhamos. E do outro lado havia uma outra, a que nós chamávamos da "maria turra", a tentar minar a moral dos soldados que estavam no mato...

A guerra é uma coisa terrível; só em filme parece ter algum glamour, olhada do conforto dum sofá...

Bonita narrativa.Continuação do bom trabalho com esse livro.

Beijinhos amigos e bom fim de semana.
Vitor

Elvira Carvalho disse...

Qual era na sua época a terceira cidade? Estava em Nampula? Porque em 69 eu cheguei lá e era nessa altura a 3ª cidade. Lourenço Marques, atual Maputo, Beira e Nampula. Nessa altura estava na rádio o António Santos que era da RTP1 e mais tarde depois do regresso foi para a RTP2.
Também tenho tantas saudades de África.
Um abraço e bom fim de semana

SOL da Esteva disse...

Na Guiné do meu tempo, falados em Português, apenas "escutávamos" os proíbidos programas da Rádio Moscovo, Portugal Livre, BBC, etc.
A Emissora Nacional em Onda Curta era "empastelada" pelos Países vizinhos que se associavam ao isolamento que nos era votado. Quanto era desejada a voz duma Mariazita como tu!...
Ninguém imagina como era dura essa condição de isolado, logo o bem que criaste em muitas Almas.


Beijos



SOL

Maria Eu disse...

Recordações que fazem eco em muita gente. Uma vida cheia que certamente te dá gosto recordar!

Beijinhos Marianos! :)

Mirtes Stolze. disse...

Olá Mariazita.
Vim lhe desejar um lindo e abençoado final de semana,estava ausente uns dias do virtual, agora voltando aos poucos.
Relato bastante marcante.
Beijos.

Olinda Melo disse...


Querida Mariazita

Maravilhoso estes textos, estes dois momentos de uma vida que se iniciava, tão diferente da que esperavas.

Felizmente o ser humano tem grande capacidade de adaptação e tu com a tua inteligência conseguiste-o e de que maneira.

Gostei de te ver aí com o teu programa de rádio, uma ajuda para quem lá estava em missão longe da terra e da família. Parabéns minha querida!

Estou a ver que o teu livro vai ser um sucesso. Um livro escrito com o coração.

Bom fim de semana.

Beijinhos

Olinda

AdolfO ReltiH disse...

TODO MUY VÍVIDO.
UN ABRAZO

Labirinto de Emoções disse...

Ninocas Linda
Quando te leio, sinto-me exactamente nos locais por onde andaste..:-)) tal é o realismo das tuas narrativas.
Tu escreves com o coração, como aliás fazes tudo na vida...no teu coração cabe um Mundo de Amor, e eu sinto-me uma sortuda por fazer parte do teu mundo..:-))
Esse livro tem de sair com rapidez, e sabes uma coisa...vou deixar de "namorar" contigo, tanto tempo ao telefone , para o conseguires acabar..:-)))
Adorei o texto e as fotografias, estavas o máximo como "menina da Rádio".
Um beijinho do tamanho do mundo da
Tua Little Tareca

Evanir disse...

Marizita ..
Amei ler sua postagem conheci um pouco de você ,
e porque não dizer conheci muito ,
pois nada disso eu sabia.
Um feliz Domingo beijos.
Evanir.

Nilson Barcelli disse...

Nunca fui a Moçambique nem a Angola.
Mas depois de ler este teu texto, que é magnífico, fiquei com vontade de lá ir, muito embora as coisas por lá sejam completamente diferentes.
Gostei de te ler. Devias ser uma óptima locutora e muitos soldados se devem ter apaixonado por ti... eheheh...
Tem um bom domingo e uma boa semana, querida amiga Mariazita.
Beijo.

Beatriz Bragança disse...

Querida Mariazita
Acho muito curiosas estas suas memórias, na medida em que eu mesmo as vivi, não em Moçambique,mas em Angola; não como civil mas como soldado...
Apoderou-se de mim uma extraordinária nostalgia que me fez também recuar a esses tempos.
Escrevi um livro sobre o assunto - «A Paixão e Ressurreição do Soldado»,cuja acção decorre no Norte de Angola.
Pelo que li, a sua narrativa promete, porque consegue fazer-nos viajar no tempo .
Muitos parabéns.
A minha Net está inactiva.
Aproveitei a «boleia» da minha irmã Beatriz e agradeço a sua visita.
Um beijinho
Manuel Bragança dos Santos

Berço do Mundo disse...

Que linda a Mariazita, no estúdio de rádio. Devia ser um momento único para aqueles soldados, uma voz doce que falava a cada um deles e que compreendia o que eles estavam a passar.
Com certeza fez a diferença.
Beijinho, uma doce semana
Ruthia d'O Berço do Mundo

Pedro Coimbra disse...

E nós a ficarmos com a possibilidade de conhecer melhor o que era África na época colonial.
Quando é que esse livro vai para o prelo?
Boa semana!

Anónimo disse...

Querida Mariazita
Uma história recheada de emoções magistral mente contada por tua sensibilidade poética.
Com certeza o seu livro será um sucesso.
Beijos e linda semana

Penélope disse...

Só quem vive a VIDA intensamente e gosta muito daquilo que vive que tem histórias cheias de intensidades para contar. Um abraço, Mariazita e um beijinho.

www.euflordealfazema.com

O Árabe disse...

Fascinante, Mariazita! Cada vez mais me convenço de que preciso ler este livro, amiga, assim que for publicado! Como descreves bens as tuas aventuras naquela terra distante! Boa semana, fica bem.

Duarte disse...

Vivências intensas que deixaram uma carga emocional que faz com que perdure no tempo.
Momentos que expostos assim até parecem do quotidiano, sendo duras, num momento em que a vida não era nada fácil, nem ali nem aqui.
Gosto de relatos humanos, onde o protagonista vive em primeira pessoa os feitos, ou seja, de corte biográfico.
Fazes bem, não ha nada com deixar um testemunho para que nunca ninguém tenha que perguntar quem foi... aí está para que todos os leiam.
Parabéns pela iniciativa. Eu já o fiz.
Abraços de vida, querida amiga

Carla Ceres disse...

Oi, Mariazita! Eu não sabia que você era radialista. Que vida interessante! Hoje em dia, as pessoas saem pra tomar café, fotografam a xícara e acreditam que já possuem assunto para publicar no Facebook. Você não. Você fez e aconteceu de verdade. Isso, sim, é viver. Beijos!

Ariel - El Vikingo Dark disse...

Hola Mariazita, buenas noches,
me encantó,
se me hace muy entretenida la lectura de tu historia,
las fotografías son hermosas, y acompañan de forma maravillosa al relato.

Te deseo una bonita semana
un beso y un fuerte abrazo

M. disse...

Mariazita, estou a achar fascinantes estas suas memórias!!! Não sabia que tinha feito locução (seria impossível para mim, que tenho péssima dicção ;))!
Continue, estou a adorar lê-la! E, lá está, África parece-me ter tanto de belo, como de dramático.
Beijinhos, bom dia!

Zilani Célia disse...

OI MARIAZITA!
QUE RICAS LEMBRANÇAS NÉ AMIGA?
EU ADORO HISTÓRIAS VERDADEIRAS E LI TUDO QUE ESCREVESTE COM MUITA ATENÇÃO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Arco-Íris de Frida disse...

Recordar é viver novamente... adorei a narrativa...e gostei mais ainda das fotos...

Beijos...

Rita Freitas disse...

Gostei imenso de ler.
Gosto muito da forma simples mas intensa com que escreve que ma leva a querer ler mais.

Beijinhos

Amélia disse...

Olá boa noite!
Obrigada pela visita no meu blog:
Percebi que é uma grande colecionadora.
Eu comecei com chávenas de café de porcelana, e bonecas de porcelana,a seguir com frasquinhos de perfume tenho imensos, mas o meu entusiasmo é mesmo os dedais. E claro ocupam menos espaço.
Parabéns á Menina da Rádio: conseguiu fazer muitas familias felizes.
Adorei os seus textos, e as fotos fabulosas.
Vou ser sua seguidora com muito gosto.
Brijinho

Emília Pinto disse...

Tempos difíceis esses, amiga, para quem lá estava e para quem cá vivia com o coração sempre em sobressalto Tive o meu irmão na Guiné e ao mesmo tempo aquele que agora é meu marido. O meu pai era o único taxista na aldeia, maquele tempo e várias viagens fez a Lisboa com familiares que iam para a dolorosa missão de trazer os restos mortais dos filhos; às vezes os restos eram tão poucos que o caixão cabia na mala do taxi. Estavamos sempre à espera que isso pudesse acontecer-nos. Felizmente tudo correu bem, mas vi muita dor na minha aldeia. Tenho a certeza que o trabalho que fazias na rádio era uma luz na vida triste daqueles soldados. Obrigada, Mariazita e parabéns pela bela missão. Um beijinho de grande amizade e desejo-te muito sucesso para este teu livro.
Emília

Manuel Luis disse...

Nessa época andava eu na radio pirata, teve vários nomes para despistagem. Mais tarde consegui fazer um programa no radio clube. Enquanto isso, toda aquela estúpida guerra fazia barulho e destroçava.
Bj

Graça Pires disse...

Muito bem relatada esta memória que ecoa na alma de quem viveu esses tempos e esses lugares. Gosto do estilo e das fotos que acompanham o relato. Vou seguindo...
Um beijo.

Mariazita disse...

De: Malu Silva
Enviada: terça-feira, 17 de Junho de 2014 22:02
Para: Mariazita

Mariazita, com muita tristeza tive que acabar com o INFINITO PARTICULAR. Mas começo este espaço do zero e com a alma toda nele.
Beijinhos e grata por vir...

São disse...

Minha neninha, quando é que sai o livro? É que os teus excertos deixam muitaaaaa água na boca, rrss

Querida, abraço grande e bom final de semana

Anónimo disse...

Olá, Mariazita!

Que tenhas um bom fim de semana, e se possível com o sol a ajudar...

Beijinhos amigos
Vitor

Evanir disse...

Queria ser um anjo,
Ter a bondade nas faces,
A sabedoria no olhar,
Saber sorrir, saber confortar,
Saber entender os aflitos, saber ensinar.
Ir ao encontro de todos, e a todos amar.
Queria somente ser um anjo
Que ama você e nada mais.
Um abençoado final de semana.
Beijos esses com todo carinho,
e o maior amor desse mundo.
PS..Perdoe pelo meu afastamento..
Sou apenas do grupo rosa,
não transmito dor transmito
apenas amor.
Evanir.
Mergulhei num mar de tristeza !!

helia disse...

Recordar é viver ! E estas recordações estão muito bem narradas neste excelente texto !
Obrigada pela partilha.

José María Souza Costa disse...


Olá, Mariazita.

Tudo de bom, para você.
E os meus desejos de um fim de semana, excelente.
Que a luz do Sol, aqueça os seus sonhos, e que o Criador, abençoe, os seus desejos, para que eles despertem e se concretizem.
Desejos meus, de Saúde sempre e Paz.
Abraços.

Anne Lieri disse...

Mariazita,vai ser um livro maravilhoso! Que relato interessante e é bom saber mais de sua história de vida! bjs e bom fim de semana,

Rosemildo Sales Furtado disse...

Oi Mariazita! Faço votos que o livro obtenha muito sucesso.

Beijos e um ótimo final de semana para ti e para os teus.

Furtado.

Fátima Oliveira disse...

Oi Mariazita!
Sua narrativa me deixou curiosa em saber de toda historia, o seu livro já está sendo super esperado, eu quero muito ler.
Você viveu uma verdadeira saga, cheia de coisas que valem muito à pena ser contada, essa parte, quando foi locutora de rádio, deixando mensagem aos soldados de guerra, foi um alento no meio de tantas coisas difíceis e brutais que a guerra trás, e assim eles se sentiam vivos e esperançosos, creio, parabéns pela mulher valente que é.
Beijos!

Cândida Ribeiro disse...

Querida Manita,

Cheguei de férias e já trouxe o meu neto para passar comigo uma semana ;)))) Como deves imaginar, lá se foi o tempinho para as visitinhas.
Mas é sempre tempo...de te visitar e antes que voltem vim ler o teu post....não tarda estão aí todos!
É umas delicia ler-te e desta vez com a grande novidade,pelo menos nunca te ouvi falar disso, que fazias um programa de rádio nessa altura.
Deve ter sido uma experiência maravilhosa e como é bom fazer os outros felizes, não é minha querida?
A mana Estela manda beijinhos, nem sei se já falaram, mas têm sido uns dias intensos, também para ela. Regressamos no final do dia 17 e o tempo voa....sabes como é.
Mil beijinhos da tua manita

canduxa

Maria Emilia Moreira disse...

OLá Mariazinha!
Que bela história da vida! Nesse tempo havia sentido de missão,espírito de sacrifício para realizar aquilo que nos tínhamos proposto! Parabéns!
As fotos recordam-me os meus verdes anos na Ilha de Moçambique onde vivi desde os 2 aos 14 anos. Um abraço.

Lindalva disse...

Estou aplaudindo de pé esta locutora :-) Olá amiga vindo te dá um abraço e te convidar a participar do 9º Ostra da Poesia, seja como poetisa ou votante. Não será agora, mas quem cedo madruga Deus ajuda *gargalhadas*. É um convite spam, sorry, mas tenho muitos bloguxos para visitar. Beijos no coração.

Anónimo disse...




Miguel20 de Junho de 2014 às 08:22

Nina minha
É bem como dizes - os últimos serão os primeiros :)
E, sendo eu da casa... não poderia ficar zangado. Aliás... como poderia eu zangar-me contigo??? Acho isso difícil para qualquer pessoa; para mim é impossível!
Agradeço muito o teu cuidado e conselhos :)))
Não, não vão DOIS!!! Miguel há só um - este e mais nenhum!
As minhas deusas possam permanecer em paz!!!

Se há alguém com pressa de estar aí esse alguém sou eu. Mas, melhor do que ninguém, tu sabes como as coisas cá "assumiram proporções enormes" ao contrário do que eu esperava vir encontrar...
Se, por um lado isso pode ser benéfico (e é...) por outro atrasa-me imenso o regresso.
Seja como for prefiro ficar cá mais algum tempo e deixar tudo o mais possível em ordem do que ter que vir cá mais vezes. Quando voltar que seja apenas em recreio... :)
(Talvez nessa altura consiga arrastar-te comigo...)

Um dia destes vou te visitar - no blog, é claro! :)

Beijos mil x mil.
Teu
Miguel

AMANHÃ, DIA 24 DE JUNHO, APARECE NOVO POST.
CONTO COM A TUA PRESENÇA.
OBRIGADO DESDE JÁ.

Lua Singular disse...

Oi Mariazita
Pôxa, teve uma vida intensa e tudo dever ser mesmo registrado. Aqui no Brasil é mais fácil viver.
Adorei os relatos, parecia que estava dentro do seu texto.
Lindo demais
Beijos
Lua Singular

Nilson Barcelli disse...

Vim à procura de mais...
Tem uma boa semana, querida amiga Mariazita.
Beijo.

Manuel Luis disse...

As saudades aqui expressas que sempre acompanham a memória mesmo que estejam num arquivo qualquer.
Bj

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá amiga! Passando para agradecer a tua visita e amável comentário, assim como desejar uma ótima terça-feira para ti e para os teus.

Beijos,

Furtado.

Odete Ferreira disse...

Como descrever o que sinto depois de ler um pedaço da tua vivência?
Pensativa, seguramente, por estar a conhecer um outro lado dos portugueses que viveram em África. Tenho familiares que estiveram por lá, mas apenas me pintaram um lado cor-de-rosa...
Encantada, também, pelo trabalho tão meritório que fazias (ainda tenho memória das gravações dos soldados aquando do natal para as suas famílias, das madrinhas de guerra - dos casamentos que surgiram a partir desta correspondência- dos aerogramas...
E poderia continuar. Sem querer, liguei esse trabalho ao que ainda fiz como professora tutora e representante da educação na CPCJ da minha cidade...É extremamente gratificante quando sabemos que somos uma espécie de farol na vida de tanta gente!
Grata por ter podido ler esta partilha. Parabéns!
Bjo, Mariazita

Val Du disse...

Que maravilha, Mariazita.
Quantas histórias você tem para contar, e sabe contar tão bem que nos faz querer sempre mais.

Um beijo.

Lindalva disse...

Voltando :-) Bom dia flor do dia!!!! Olha amiga chegarei em Lisboa dia 06 de setembro e regresso para o Brasil dia 6 de outubro, um mês justinho,acho que desta vez nos encontramos. Beijos calorosos no coração e te aguardo no Ostra dia 12 de julho quando começa a votação das poesias.

Fê blue bird disse...

Emocionei-me minha amiga.
Uma vida cheia de boas e trágicas recordações que agora em livro decerto irão emocionar quem o leia.
Não vivi esta realidade mas tenho grandes amizades que também passaram tempos difíceis assim.

beijinho

O Árabe disse...

Aguardando o próximo post, Mariazita. Boa semana!

Bergilde disse...

A fografia está sempre jovem como jovem permanece a lembrança através da tua escrita,sendo mesmo fascinante poder acompanhar esses teus momentos aqui.
Meu carinho e abraço,

Bell disse...

Mudanças por vezes são transformadoras, só mais atrade a gente entende.

bjokas =)

Bruno Mello Souza disse...

Muito bom, como sempre, Mariazita.

Abraços.
www.dilemascotidianos.blogspot.com

Marilene folhas folhas e sutilezas disse...

Querida amiga Mariazita, me perdoe a demora em aqui estar a te visitar, a vida real anda requerendo um bocadinho mais de cuidado, mas logo tudo volta ao normal...Me emociono ao ler tuas recordações, tuas vivências...Recordações... como é bom tê-las e poder colocá-las em um livro. acredito que cada escrita seja uma viagem no tempo pra você...Muito bom isso e tenho certeza que seu livro será um grande SUCESSO...
Receba minha querida meu abraço apertado de ♥ pra ♥
Marilene

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Querida amiga

Percebe-se o amor
em cada palavra escrita.
Sinal de que o que foi vivido,
foi intenso e inesquecível.
Penso que escrever
histórias é um dom.
Penso que escrever
nossas histórias é um milagre...


________________________



Desejo aos que passam
por minha vida,
a ousadia da felicidade,
de encontrar a cada segundo
a inspiração necessária
para viver o presente
e ansiar o futuro.

Que as palavras
continuem generosas
neste precioso espaço
de sentimentos.

Unknown disse...

Bom dia, Mariazita.
Descobri-a agora e apaixonei-me por suas histórias vividas nas terras de África. E que sente-se, ainda tão vívidas nas memórias desse seu coração.
Bjo amigo
Carmem

Anónimo disse...

Olá, Mariazita!

Que o tempinho esteja melhor do que por aqui; que até agora só tem feito caretas e regado a horta...e que tenhas um bom fim de semana.

Beijinhos amigos
Vitor

Lilazdavioleta disse...

As postagens são tão absorventes , que espero o livro com ansiedade .


Beijo grande , Mariazita ,
Maria

Nilson Barcelli disse...

Voltei de novo, mas não te resolves a brindar-nos com mais histórias das tuas... mas eu espero...
Tem um bom fim de semana, querida amiga Mariazita.
Beijo.

cris disse...

Olá Mariazita.
Lindas recordações!
Imagino que o trabalho do radialista em meio a uma guerra é de extrema importância.
Penso que é um grande prazer escrever histórias tão emocionantes e cheias de boas lembranças, como as que você relata aqui.Parabéns pelo belo trabalho e obrigada por compartilhá-las.
Beijos

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida Mariazita

Como as tuas palavras me fazem voltar no tempo...quase que me vejo a mim, nessas memórias que ficam para sempre.

Deixo um beijinho e agradeço as palavras de apoio e carinho que me adoçaram o coração e me ajudaram a voltar.
Sonhadora

Regina Magnabosco disse...

Olá, Mariazita! Eu não conhecia esse seu lado... locutora. Que legal! Realmente, é muito bom sentir que fazemos algo importante para alguém. Você deve ter representado muito na vida daqueles soldados e de seus familiares.

Beatriz Bragança disse...

Querida Mariazita
Recuei no tempo em que tinha o meu irmão mais velho no Norte de Angola e o meu marido na Guiné.
Tempos difíceis!
A sua escrita, fluente e interessante, prende-nos.
Que bom ter podido ajudar tantos soldados fora das suas zonas de conforto1 bem haja.
Parabéns pelo seu modo de narrar.
Um beijinho
Beatriz