quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

COMPLETO HOJE CINCO ANOS


Mais um ano se passou, e chegou o dia – hoje – em que este espaço completa cinco anos de idade. Foram dias de grandes realizações, ainda que o último ano não tenha decorrido da melhor maneira. Neste período foram mais os espinhos do que as rosas. Mas na vida “nem sempre o sol brilha, também há dias em que a chuva cai” – como diz a canção.
Para assinalar a passagem deste aniversário vou apenas oferecer-vos este selinho

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que podeis ir buscar AQUI
Como complemento desta oferta vou partilhar convosco uma história, verdadeira, que li numa revista espanhola,  uma vez que  me encontrava a passar férias no país vizinho, e que achei muito interessante.

O Cabo Finisterra francês foi, durante séculos, uma das zonas mais perigosas para a navegação. Só em 1896 o mar “tragou” 250 pessoas.
Por isso é muito grande a concentração de faróis naquela zona, sendo, o mais famoso, conhecido por “Le Jument” – A Mula.
Foi construído sobre uma rocha com o mesmo nome na Ilha de Quessant, situada a 20 Km da costa francesa. A sua construção começou em 1904 e só terminou em 1940, depois de penosos e complicadíssimos trabalhos. Mede 47 metros, e a sua luz alcança até 39 quilómetros em seu redor.
Foi automatizado em 1991, dois anos depois desta história. Anteriormente era movimentado por um faroleiro, de nome Théodore Malgorne.
Acender, apagar e vigiar, um ritual interminável deste vigia, no meio de um oceano de solidão.
“Ser faroleiro não é uma profissão, é uma forma de vida” – dizia ele.
Conta-se que, nas noites de tempestade, a sua mulher passava o tempo à janela, na sua casa em terra firme, vigiando constantemente a luz do farol, esperando que ela não deixasse de brilhar, o que significava que seu marido continuava vivo.

Não tão famoso como o farol, mas igualmente digno de registo, é o segundo interveniente nesta história, o fotógrafo Jean Guichard.
Jean sempre gostou do mar, e quando cumpria o serviço militar na Marinha Francesa, uma vez que fez escala na Gronelândia comprou uma câmara Nikon que pagou vendendo fotos à tripulação do barco.
A partir de então e até aos anos 90 dedicou-se a fotografar o mar largo, a partir de terra ou do ar.
O destino destes dois homens cruza-se naquela quinta-feira, 21 de Dezembro de 1989.
 
Durante dias o mar açoitara sem clemência o Farol de La Jument.
Seu guardião Theodore sabia que não era um temporal de “trazer por casa”. As ondas, ferozes, movidas por um vento fortíssimo, fizeram em fanicos os vidros das janelas do primeiro piso, alcançando a balaustrada. A água inundava já a zona inferior do interior do farol.
A situação era perigosa, por isso ele deslocou-se para a parte mais alta, no piso superior.
 
Jean Guichard tinha 35 anos e encontrava-se num helicóptero do qual, de câmara em punho, fotografava a Bretanha Francesa, para o seu projecto “Faróis na tempestade”.
E aquela  era das valentes!
O helicóptero aproximou-se o mais possível do farol.
Como um náufrago que vê aparecer um barco, ao ouvir o barulho das pás do helicóptero, Theodore pensou que tinham chegado os serviços de resgate e correu rapidamente para a porta do farol para que o pudessem ver.

 
 
No momento em que vê o helicóptero de Guichard compreende o seu erro, ao mesmo tempo que toma consciência de que uma onda gigantesca envolve o farol.
 
 
 O seu instinto fá-lo retroceder; entra no farol e fecha a porta exactamente no momento em que a onda varre a porta.

Guichard observa, atónito, aquelas imagens ali à sua disposição, e fotografa sem parar.
A vida dum homem esteve à beira do abismo e foi fotografado por aquele que, involuntariamente, provocara a situação.
Com a sequência de fotos fez este pequeno vídeo:
 
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A história deste faroleiro poderia ter ficado no esquecimento, como as de tantos guardiães e ermitões dos mares, seus antecessores, se não fosse a coincidência de se encontrar no local certo, na hora certa, um apaixonado fotógrafo que tudo registou.
 
 
 
Da minha querida amiga Rosita  recebi este lindo selinho que, do coração, agradeço: