domingo, 30 de janeiro de 2011

PASSEIO A GRACELAND

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UM PASSEIO A GRACELAND – USA

Quando vamos aos Estados Unidos ficamos instalados em New Jersey, numa simpática cidade nos arredores de New York City.
A partir daí viajamos para diversos pontos do país.

Irei partilhar convosco alguns desses passeios, (e outros...) começando hoje pela visita a Graceland, situada em Memphis, a maior cidade do estado do Tennessee, a cerca de 1.800Kms. a sudoeste de N.Y.

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domingo, 23 de janeiro de 2011

LENDA DO GALO DE BARCELOS











LENDA DO GALO DE BARCELOS

Igreja do Senhor da Cruz - Barcelos
(Foto minha)


Quando eu era criança vivi uns anos nos arredores de Barcelos.
Lá ouvi contar uma lenda acerca do «galo de Barcelos» que, naquele tempo, ainda não tinha a notoriedade que hoje lhe é atribuída, a ponto de alguns o considerarem como um símbolo de Portugal.
Não vou tão longe, sendo contudo certo que os turistas que passam por essa cidade do norte do nosso país não deixam de levar consigo, como recordação, o famoso galo.
Vou tentar “compor” a história que ouvi, se para tanto a memória me não falhar.
Ora ouçam:

Em tempos remotos aconteceu, no norte de Portugal, um crime de morte, que jamais se conseguiu esclarecer.
Foram inúmeras as investigações realizadas, mas todas em vão. Nunca se descobriu o assassino.

Algum tempo depois deste acontecimento, quando tudo tinha caído no esquecimento, apareceu na então povoação (hoje cidade municipal) de Barcelos um peregrino, oriundo da Galiza, que se dirigia a Santiago de Compostela.
Ao ver a figura do romeiro alguém se lembrou do já quase esquecido caso do assassínio, e se dirigiu às autoridades declarando a sua desconfiança.
Não tardou que houvesse logo quem afirmasse tê-lo visto na noite do crime junto ao local onde o mesmo fora praticado.
Perante afirmações tão seguras o romeiro foi preso.
Apesar de submetido a grandes torturas e suplícios, o galego afirmou-se sempre inocente. Mas todas as evidências e coincidências o apontavam como o verdadeiro criminoso.
Sem ter como comprovar a sua inocência o romeiro foi julgado e condenado à morte pela forca.
Finalmente chegou o dia da execução da sentença do homem, que, em vão, continuou jurando estar inocente.
No centro do povoado de Barcelos foi erguida a forca.
Ao ser questionado acerca do seu último desejo, o pobre homem declarou desejar ser conduzido à presença do juiz.
À chegada, o malogrado homem encontrou o juiz numa grande jantarada, rodeado dos seus amigos e admiradores.
De fronte do juiz o galego voltou a afirmar a sua inocência, suplicando, pela fé cristã, que tivessem misericórdia e não o enforcassem.
O magistrado, que aprendera as leis em Salamanca, acabou por ficar confuso com as veementes declarações de inocência do romeiro. Mas nada pode fazer pois que já houvera julgamento e o homem fora condenado à forca. Portanto, havia que se cumprir a sentença.
Ao ver que não conseguia demover o juiz, e que os seus convidados se riam da sua tentativa, avistanto um frango assado em cima da mesa, interpelou São Tiago, o santo que ele se propusera visitar quando fora interrompido na sua caminhada:
- São Tiago, vós sabeis que estou inocente. Para o comprovar fazei com que esse galo, que está em cima da mesa, morto e assado, cante antes que eu seja enforcado.
Todos se riram das palavras do galego. O juiz ordenou que o homem fosse levado para a forca e que a sentença fosse cumprida.
Assim foi feito.
Passado o mal estar inicial todos continuaram a comer e a beber alegremente. Mas, por uma estranha superstição, ninguém se atreveu a tocar no galo nomeado pelo galego.
Todos estavam ansiosos para que terminasse o suplício do romeiro, cumprindo-se finalmente a sentença.
De repente, perante o espanto geral, o galo assado começou a cobrir-se de penas transformando-se numa bela ave, tão viva quanto todos eles, e começou a cantar alegremente.
Toda a gente ficou boquiaberta. O juiz e os seus convidados acorreram ao local da forca.
Encontraram o galego suspenso no ar com a corda do pescoço solta. E, perante a admiração geral, descobriram que ele ainda estava vivo.
Imediatamente libertaram o preso, deixando que ele seguisse para Santiago de Compostela a fim de cumprir a sua promessa de romeiro.
Meses depois o galego regressou já com a sua promessa cumprida.
Em sinal de agradecimento aos que atestaram a sua inocência mandou erguer um padrão, que se encontra na zona histórica da cidade,


que tem de um dos lados São Paulo e a Virgem, o sol, a lua e um dragão; do outro lado vê-se Cristo crucificado, um galo e São Tiago sustentando no ar um enforcado.

A justiça fora feita através do canto do galo ressuscitado, que se tornaria o símbolo de Barcelos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

ODE A FERNANDO PESSOA











ODE A FERNANDO PESSOA


Quando a gente lê Pessoa
nosso estro sobrevoa
édens de intensa beleza!
Além dessa realidade,
lê-se nele a nua verdade
de que a palavra saudade
só podia ser portuguesa!

Do seu verso a alacridade
se mescla àquela humildade
da flor que nasce no brejo!
E nele a alma lusa entoa
da Mouraria à Madragoa
as cantigas de Lisboa
debruçada sobre o Tejo!

Tudo amou como poeta,
até mesmo a luz discreta
desses lusos arrebóis...
Mesmo ao zizio das cigarras
cantava, em rimas bizarras,
o soluçar das guitarras
e o trinar dos rouxinóis!

Ler nele os descobrimentos,
é ver épicos momentos
que tod'alma lusa entoa!
É ouvir a voz magistral
dessa "Severa" imortal,
isto é fado, é Portugal,
isto é Fernando Pessoa


Humberto Rodrigues Neto


Humberto-Poeta fala de si:
Meu nome: Humberto Rodrigues Neto - nick - Humberto – Poeta
Nasci em São Paulo, Brasil, a 11 de novembro de 1935
Escrevo desde 1948 - estilo de minha escrita: Parnasiano
Meus poetas preferidos; Olavo Bilac - Guilherme de Almeida - Cruz e Souza - Vicente de Carvalho - Florbela Espanca

domingo, 9 de janeiro de 2011

CENAS DA VIDA REAL

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A BARATA“A barata diz que tem…sapatinhos de veludo”

Eu acredito que tem mesmo!

“É mentira da barata O pé dela é que é peludo”

Também pode ser isso…
Por um motivo ou por outro, a verdade é que o seu caminhar é suave e leve, causando a sensação de veludo ou seda a deslizar na pele.
Foi assim que apanhei um tremendo susto, e só não comecei a gritar a plenos pulmões porque me encontrava dentro dum edifício de culto.

A cena passou-se há uns anitos (poucos!!!), quando eu estava grávida do meu primeiro filho.
Jovenzinha, casada havia cinco meses e gestante de três, aconteceu encontrar-me em Lisboa, procurando casa para alugar.
Nos dias que decorreram até conseguir esse intento, o que demorou umas duas semanas, pernoitávamos numa pensão baratucha, que o dinheiro não chegava para mais.
Foi uma época emocionalmente complicada. O meu estado, só por si, originava uma extrema sensibilidade. O facto de andar um dia após outro de pé dum lado para outro à procura de casa, causava-me um cansaço enorme e consequente irritação.
Levantava-me ainda com as luzes da rua acesas porque o marido tinha que se apresentar cedo ao serviço. Para não ficar sozinha na tal pensão baratucha, saía da cama à mesma hora que ele e seguia para casa de uma tia, onde, sentada no sofá, completava o sono interrompido. Depois de lá tomar o pequeno-almoço ia comprar o jornal e via os anúncios de casas para alugar. Quando havia alguma coisa que me parecia poder interessar a minha tia ia comigo ver.
Finalmente conseguimos descobrir uma casa que nos servia e cujo preço podíamos aguentar.
Como decorreram seguramente duas semanas nestas andanças, resultou que apanhamos um sábado e um domingo a ter que dormir na pensão. O quarto era bastante modesto e não primava pela limpeza. Para além da mobília habitual havia um cabide fixo à parede, onde dependurávamos os casacos.
Isto passava-se em Fevereiro, e nesse ano o inverno foi bastante rigoroso. Eu usava um casaco comprido, de fazenda grossa; e com uma camisola de lã por baixo, sentia-me confortável.
À chegada à pensão os casacos eram postos no tal cabide, e aí passavam a noite.

No domingo resolvemos ir à missa.
Havia uma igreja relativamente perto para onde nos dirigimos.
Ficamos em dois lugares da coxia, eu no lugar de fora, junto ao corredor central.
Alguns minutos depois de lá estar comecei a sentir qualquer coisa mexer no meu braço, por dentro da roupa, junto à pele. O meu coração deu um salto, sem saber o que poderia ser. Alguma pulga, talvez…
Mas a sensação não era bem essa, parecia-me ser algo maior.
Sacudi o braço para o lado do corredor, e vejo uma barata enorme a correr por ali fora.
Não sei como consegui reprimir um grito.

Contrariamente ao que é habitual nas mulheres, os ratos não me fazem a mínima impressão, mas as baratas causam-me horror. Parece alergia. Não as suporto!
Podem, por isso, imaginar como ficou o meu pobre coração à vista daquela «baratona», que depois de passear no meu braço, corria feliz e contente pela nave central da igreja!

Nos poucos dias em que, depois desta cena, ainda tivemos que dormir na pensão, nunca mais vesti o casaco sem antes lhe dar uma valente sacudidela.

BARATA

A barata diz que tem
Sapatinhos de veludo
É mentira da barata

O pé dela é que é peludo
AH, AH, AH, EH, EH, EH
O pé dela é que é peludo


A barata diz que tem
Uma cama de marfim
É mentira da barata
Ela dorme é no copim

AH, AH, AH, EH, EH, EH
Ela dorme é no copim


A barata diz que tem

Sapatinhos de fivela
É mentira da barata
AH, AH, AH, EH, EH, EH
Os sapatos não são dela