sexta-feira, 10 de abril de 2009

9 DE ABRIL – DIA DO SOLDADO DESCONHECIDO

DEVIDO A DIFICULDADES DE ACESSO AO MEU BLOG NÃO PUDE PUBLICAR ONTEM, COMO TENCIONAVA, ESTE POST DE HOMENAGEM AO “SOLDADO DESCONHECIDO”.

APRESENTANDO DESCULPAS AO AUTOR PELA ANOMALIA A QUE SOU ALHEIA, PUBLICO-O HOJE.

Recebi por email, de Eugénio de Sá, e resolvi partilhar convosco.


Repasso aos meus amigos, com uma (desculpável) pontinha de orgulho português, esta bela e poética evocação histórica de Humberto Rodrigues Neto sobre factos reais que tiveram lugar nos primórdios do século XIX, quando quarenta mil soldados portugueses e uns poucos milhares de ingleses seus aliados de sempre, se confrontaram vitoriosamente com três sucessivas invasões francesas, cada uma delas muito superior em número de tropas ao exército luso-britânico, seu oponente no terreno.
Em nome de Portugal, os meus agradecimentos ao grande Poeta Humberto Rodrigues Neto.
Uma palavra ainda para felicitar e agradecer a minha esposa Olga Kapatti, pela sua magnifica e inspirada visualização e Arte.
Eugénio de Sá



O soneto que se publica abaixo, da autoria de Humberto Poeta, resulta numa elegia ao soldado português, e refere-se à heroicidade lusa, face às incursões militares de tropas francesas de Napoleão Bonaparte em território português, que tiveram lugar nos anos de 1807-1808, 1809 e 1810-1811, sob o comando directo respectivamente, dos marechais de França; Junot, Soult e Massena. (imagens seguem a ordem)

A propósito da expressão atribuída a Bonaparte que resultou numa censura aos sucessivos fracassos dos seus marechais face aos objectivos por ele definidos para Portugal, informa-nos Humberto Poeta: "Não há menção a este episódio nas enciclopédias. Foi-me relatado por um intelectual português do Minho, que também viveu longos anos em Goa, a lecionar Português e Matemática. Disse-me que o fato era contado de boca em boca por seus avós e demais contemporâneos da célebre resistência, devendo, pois, ser verídicas as explosões de cólera de Napoleão e a célebre frase com que procurou espicaçar os brios da infantaria francesa."

Eugénio de Sá



EPICÉDIO AO SOLDADO PORTUGUÊS
Humberto Rodrigues Neto
Há flagrantes que fogem ao registo

dos fatos que marcaram a humana História;

um deles ainda guardo na memória,
por isso animo-me a falar-vos disto.

Pra arruinar o comércio da angla terra,
impondo-lhe o Bloqueio Continental,
não cria Napoleão que Portugal
se mantivesse aliado da Inglaterra.

Pra se impor à arrogância dos bretões,
tomar resolve, então, a Portugal;
com cem mil homens e um forte arsenal
declara guerra à pátria de Camões!


A terra lusa havia de ser tomada
em poucos dias, como então pensara,
mas os quarenta mil que ali depara
opõem-lhe resistência encarniçada!


Contrariado em seus planos e iracundo,
dá breve trégua aos seus cem mil soldados

e em rosto lança-lhes, em rudes brados:

“Com cem mil destes conquistava o mundo”!

Notas:

A razão imediata das invasões relacionou-se com a recusa portuguesa em aderir ao Bloqueio Continental decretado por Napoleão em relação à Inglaterra, no ano de 1806. Para agravar a situação, em Agosto do ano seguinte, a França apresentou um ultimato ao governo português: ou este declarava guerra à Inglaterra até dia 1 de Setembro ou as fronteiras nacionais portuguesas seriam cruzadas pelos soldados franceses.
Na medida em que a aliança anglo-lusa não foi quebrada, a ameaça foi cumprida em meados de Novembro.

Nas várias batalhas que tiveram lugar, os franceses foram sempre derrotados pelo exército luso-britânico comandado pelo General Sir Artur Wellesley (doravante conhecido como Lord Wellington), e obrigados a retirar-se do território português.

Em 1810, os franceses perderam a batalha do Buçaco. O exército napoleónico foi depois obrigado a suster o seu avanço ante as linhas de Torres(a), acabando por se retirar definitivamente na Primavera de 1811, uma vez mais derrotado.


(a): As Linhas de Torres Vedras eram um sistema defensivo de fortificações mandado construir em 1809 por Wellesley, comandante do exército anglo-luso, para defender Lisboa das tropas napoleónicas. Localizadas na baixa Estremadura, pretendiam barrar todos os acessos à capital, num eixo que ia do Tejo à costa atlântica.

Concluídas apenas em 1812, subdividiam-se em duas linhas mais avançadas e uma mais recuada, todas pontuadas por fortes estrategicamente situados (como os de São Julião da Barra, Sobral, Torres Vedras, Mafra, Montachique, Bucelas e Vialonga ).

Após a derrota na batalha do Buçaco (1810), a terceira invasão francesa, liderada por Massena, não conseguiu transpor as fortificações das linhas de Torres, confirmando-se assim a utilidade das obras levadas a cabo pela engenharia aliada.



16 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Tempos gloriosos, infelizmente apenas uma sombra a residir no passado.

Pelos caminhos da vida. disse...

Feliz Páscoa.

beijooo.

Anónimo disse...

Tive um tio que esteve na batalha de La Lis. Foi feito prisioneiro. É bom recordar momentos que marcaram a hostória dos povos. Por bons ou maus motivos. Um beijo e uma Santa Páscoa

Mª João C.Martins disse...

Minha amiga

Quantos soldados, singelos herois desconhecidos pereceram em batalhas que nem compreenderam...
Quantos soldados, herois anónimos combateram e combatem com outros iguais, por causas que ambos julgaram ou julgam, verdadeiramente justas.
Honra se faça a todos os soldados, do passado, do presente e do futuro; conhecidos e desconhecidos!
A todos os que ficaram no campo de batalha ou então a todos os que ainda hoje sofrem as sequelas de guerras passadas...
Eu me curvo em sua honra e memória com o maior respeito pelas famílias que cedo, de uma forma ou de outra, ficaram sem eles.

Obrigada pelas tuas palavras, pela tua atenção e pelo teu carinho.
Que tenhas uma Páscoa com paz, alegria e serenidade!

Um beijinho

Unknown disse...

Olá, como estás? A minha amiga querida!

momentos marcantes da nossa história, vale sempre relembrar dos bravos anônimos que se foram...

Vim te trazer meu carinho e desejar que em tempo de Páscoa a esperança se renove!

FELIZ PÁSCOA EM FAMÍLIA MINHA AMIGA!

Abraços ternos da Jady!

Desnuda disse...

Mariazita...Adoro a oportunidade que voce e outros me proporcionam com excelentes partilhas, como esta, auxiliando-me no conhecer. Bela homenagem. Também agradeço pela belíssima mensagem de Páscoa.


* Estou melhor, ainda tomando medicamentos, amiga. Obrigada pelo carinho que tanto ajuda nestas horas.



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Feliz Páscoa, querida! Beijos

vieira calado disse...

Olá, minha amiga!

Desejo-lhe

BOA PÁSCOA.

Beijinhos

o que me vier à real gana disse...

A ti e demais pessoal frequentador desta casa, desejo uma muito feliz Páscoa.

Táxi Pluvioso disse...

Só mesmo em poesia, a realidade histórica foi outra. Não havia exército português, apenas populaça organizada pelos ingleses, os números estão exagerados, o Massena estava em colisão com Bonaparte, e derrotas houve-as. No entanto, um grande rei Portugal tinha: o seu melhor prazer era passear com umas pernas de frango nos bolsos. A História tem de ser adaptada ao que os povos gostam de ouvir, aprendemos isso com Salazar, que inspirou nos Lusíadas, uma História maravilhosa do povo navegador. Boa Páscoa.

Fenix disse...

Amiga Mariazita,

Venho desejar uma Boa Páscoa.
Cheia de saúde, amor e sorrisos.
Beijinhos
São

Trago uma pequena lembrança...
<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_62529bpsvxhp_b">

PS: Depois volto para ler e comentar.

Anónimo disse...

Má,
não pode, deve ...
O minha linda, pode levar a todos seus cantinhos, afinal é vcs que motivam o meu blog, rs..
Tenha uma Páscoa maravilhosa,
beijo enorme

Oliver Pickwick disse...

Estratégia militar em batalhas da Antiguidade e da Idade Média estão entre os meus assuntos prediletos. Conhecia esta frase de Napoleão, mas ignorava em detalhe todos estes fatos que mostra o artigo e a poesia.
Mais um ótimo post!
Um beijo!

Desnuda disse...

Xi hiiiiiiiii, Mariazita! Aqui no Brasil, tem a lenda da Mula- sem- cabeça ( mulheres com ligações amorosas com padres), oriunda dos povos ibéricos e trazida para America pelos portugueses e espanhóis....Aff! Anita mula-sem- cabeça? Tadinha! Rsrs


Beijos, amiga

Daniel Costa disse...

Mariazita

Gostei do poema, de certa maneira épico. A prosa também é boa, embora o Portugal real, tivesse sob a protecção dos Ingleses que, enfim!... Enfim!... A história fala das sucessivas derrotas do franceses!...
Beijinhos,
Daniel

Unknown disse...

Querida amiga,
parabéns por tão brilhante post, a nossa história não deve nunca ser esquecida.

Beijinhos e votos de Páscoa Feliz,
Ana Martins

tulipa disse...

MARIAZITA

Há qualquer problema com o seu blog, não consigo comentar no post da Páscoa...tive que vir comentar neste anterior.

A todos os membros amigos dos meus blogues (Tulipa) desejo uma Páscoa recheada de amor, carinho, fraternidade, prosperidade, sucessos e bem estar, muita alegria e agradeço a existência de cada um de vós.
Somos unidos em Amizade.
Que o Universo conspire a nosso favor e sejamos pessoas do Bem.

Contigo partilho o meu sentimento de carinho.
Uma Santa Páscoa para si e sua Família.

Beijinhos.