domingo, 23 de novembro de 2008

SAUDOSA ÁFRICA DISTANTE – O FRANCISCO

Após uma viagem num “mar de azeite”, como dizem os marinheiros, aproximamo-nos do nosso destino.

Ao longe, apenas se vislumbravam umas sombras esfumadas no horizonte.
Agora, que estamos relativamente perto, a paisagem torna-se nítida – montes escalvados, de cor avermelhada, sem vestígios de vegetação, uma verdadeira paisagem lunar.



Temos a sensação de que estamos a chegar à lua!

Depois das manobras habituais, que nos parecem infindáveis, finalmente o barco encosta ao cais.
Com a bagagem de camarote há muito preparada, as crianças controladas, apressamo-nos a descer o portaló.

O cais fervilha de gente, na sua maioria naturais da terra, táxis buzinando, um burburinho tremendo.
Finalmente pomos pé em terra.

Após beijos e abraços efusivos, - que as saudades já eram muitas – aguardamos o carro que nos transportará para casa.

Ao meu lado, um autóctone, de pé, vê de repente um carro passar muito perto, chegando mesmo a roçar-lhe o corpo. Recuando de um salto, grita, assustado:
- Ai a nha pé!

Este é o meu primeiro contacto com a linguagem local.

O “nha”, que significa meu ou minha - algumas vezes precedido de “a” para dar mais ênfase (quer se trate de feminino ou masculino – nha pai, nha mãe) - irá fazer parte do meu dia-a-dia durante os próximos dois anos.
Vamos então p’ra nha casa!

Situada numa elevação, acompanhada à esquerda e à direita por outras casas igualmente independentes, tem na parte da frente um arremedo de jardim, com uma ou outra planta enfezada, que irei, teimosamente, tentar recuperar.

Luta inglória! O ar é extremamente seco, a falta de água enorme, e, mesmo regando-as todos os dias, a terra absorve completamente a água muito para além se onde as raízes alcançam.
O meu jardim nunca deixou de ter este aspecto desértico.

Em frente, do lado de lá da estrada, há um vasto espaço coberto de terra, que termina num declive em direcção ao mar, que se avista da porta de casa, à qual se acede subindo três degraus de pedra.

Algum tempo depois de aqui estar irei assistir a verdadeiras batalhas campais travadas entre grupos de cães, provavelmente inimigos.
Sem qualquer aviso prévio, uns chegam da direita, outros aproximam-se pela esquerda, acabando por juntar-se no centro do terreno.
Entre ladridos e rosnares, engalfinham-se ferozmente, levantando incríveis nuvens de poeira vermelha que chega a escurecer o céu.
Depois de alguns minutos de luta abandonam o campo de batalha, retrocedendo cada grupo pelo mesmo caminho por onde chegara.


Nunca consegui descobrir por que razão, de tempos a tempos, se envolviam em contenda.
Certo é que, chegará o dia em que também eu regressarei ao local de partida, sem que eles tenham resolvido os seus diferendos.

Mas, por agora, há que nos instalarmos na que vai ser a nossa moradia durante os próximos dois anos.
Não se trata de nenhum palácio, mas, depois de arrumada a nosso gosto, ornamentada com objectos que nos acompanharam, torna-se bastante confortável.

Aqui são as mulheres que trabalham nas casas dos “continentais”.
Parecendo fazer parte da mobília, já se encontrava na casa uma cozinheira, uma mulher simpática, que, vim a descobrir, tinha um coração do tamanho do mundo.
Bondosa, extremamente carinhosa com as crianças, gostava muito de animais. Em pouco tempo me trouxe para casa um cachorro, ainda pequeno.
Quando regressei levou-o para sua casa.

Nas traseiras havia um pátio murado, com umas casotas onde se podiam criar animais – galinhas, patos, talvez coelhos.
Luísa, a cozinheira, pediu-me para criar galinhas. Algum tempo depois havia uma quantidade de pintainhos, parecendo novelos de algodão, passeando pelo pátio, acompanhados da mãe galinha.

Crescem depressa, estes animaizinhos. Duas ou três semanas depois já não havia novelos de algodão, mas uns frangotes de pernas exageradamente altas para o corpo, onde despontavam penas de cores variadas.
Um dia a Luísa apareceu-me com um frangote nas mãos, dizendo:
- Senhora, este está doente, vai morrer.
- Mas que doença é que ele tem? – perguntei.
- Não sei como se chama a doença, mas é devida ao frio; quando eles a apanham não se aguentam em pé.
E, dizendo isto, colocou o animal no chão. De imediato ele dobrou as pernas pelo meio, quase como se ficasse sentado com as pernas para a frente. Não conseguia manter-se de pé.
Agarrei-o, e senti-o frio.
- Coitadinho! Mas ele está mesmo gelado!

Eu costumava usar em casa umas saias com uns bolsos grandes, que serviam para ir guardando pequenas peças dos brinquedos que as crianças deixavam caídas aqui e ali.
Meti o franguinho dentro do bolso, encostado ao meu corpo. Algum tempo depois já não estava tão frio.
À noite meti-o dentro duma caixa pequena, aconchegado num pano quente.

Apliquei-lhe este “tratamento” uma semana, talvez um pouco mais: de dia no meu bolso, à noite na caixa.

E o milagre (do calor, penso eu) aconteceu: o franguinho recuperou a saúde e tinha as pernas mais fortes de todos.

Entretanto tinha-o “baptizado” de Francisco.
Acreditem, se quiserem. Depois que saiu do meu bolso, o Francisco passou a seguir os meus passos por toda a casa, e à noite encaminhava-se prontamente para a sua cama.

Fez-se um galo lindo, o Francisco! Com penas lustrosas, que pareciam envernizadas, um ar altaneiro, era mesmo o rei da capoeira!

Quando regressei ofereci-o à Luísa.

Este é mais um dos apontamentos que aqui apresentaremos, subordinados ao mesmo tema. Não seguem qualquer ordem cronológica. Não estarão situados no tempo, nem no espaço. O tempo é relativo. E as memórias afluem sem hora marcada.

35 comentários:

Anónimo disse...

Mariazita ...
li seu recadinho e vou tentar lhe ajudar um pouquinho ...
A minha amiga que fez a animação do meu selo, salvou a imagem no photobucket, mas vc tem que postá-las no editar html, ou quando for escrever ou publicar algo que tenha movimentos tem que colocar no escrever html.
Tentei deixar aqui meu código do meu selo para vc salvá-la com movimentos mas não consegui.
Vouver se consigo achar o e-mail que vc me enviou, e vou lhe enviar o código, ok?

Tenho várias figuras com animação, mas qdo posto em meu blog elas ficam paradinhas, não sei lhe dizer o porque.
Realmente, eu não entendo muito.
Mas, com esse código, vc vai conseguir salvar o meu selo animado ...
Tenha um lindo domingo,
súper beijos com carinho,
Gi

Anónimo disse...

Maria.

Então viajei até o continente africano por uma ponte colorida palavras... Obrigada.

Tenho tanta vontade de conhecer a África, justamente essa q vc narra tão bem. E quero conhecer a pobreza tbm, pq a gente aprende muito e pode se doar, pode sim.

Grande capoeira.

Viva a diversidade cultural!

bj.

-> Publiquei a crônica, enfim. Meu Deus...

(Volto ainda para ler o post anterior).

Rafeiro Perfumado disse...

Nunca questiones as razões que levam os cães a engalfinharem-se! ;)

A. João Soares disse...

O Rancisco, um milagre de amor e dedicação.
Ó minha querida Amiga, Afinal os nossos posts no Sempre Jovens não inventam nada! É só pôr em prática as boas lições. Há que divulgar pequenos gestos para convencer os corações mais empedernidos de que a felicidade está ao nosso alcance, dependendo mais de nós do que das circunstâncias.
Beijos
João

RENATA CORDEIRO disse...

Mariazita:
Publiquei no Blog Galeria sobre 3 versões cinematográficas de Romeu e Julieta: 36, 68, 96. Depois dê uma passadinha no meu outro Blog onde publico sonetos de Shakespeare e outras obras do bardo:
http://poemasscancoes.blogspot.com
Um abraço,
Renata

Mariazita disse...

Querida Gi
Obrigada e desculpe pelo trabalho, mas, como pode verificar, não deu resultado...
Ficou tudo paradinho na mesma.
O que me intriga é que a imagem que tenho guardada tem a borbolteta a mover-se...
Paciência!

Beijinhos, amiga
Mariazita

Mariazita disse...

Querida Ana Diniz
A África é...apaixonante.
Penso que quem lá viveu não poderá jamais esquecer certos pormenores.

Pobreza??? É o que lá não falta, minha querida. Carência absoluta de tudo, sabe o que é?
Muito e bom trabalho pode lá fazer, não tenha qualquer dúvida.

Mais logo vou ler o novo capítulo.

Um beijo muito carinhoso
Mariazita

Mariazita disse...

Olá, Rafeiro
Por muito que goste deles (e gosto muito!) não me meto onde não sou chamada... Livra!

Beijocas
Mariazita

Mariazita disse...

Querido amigo João
Bem, a intenção não era bem essa...apenas quis relatar um facto a que o meu amigo deu um sentido muito bonito e generoso.
Mas concordo que o amor (seja de que tipo for) opera milagres.

Beijinhos
Mariazita

Mariazita disse...

Oi, Renata
Tudo bem.
Bjs
Mariazita

Oliver Pickwick disse...

Acho que o continente africano paga o preço de ser o começo de tudo. Desde o surgimento do homem, até a primeira grande civilização.
E este galo, hein? Deu sorte, escapou por pouco da panela. ;)
Um beijo!

~ Marina ~ disse...

Um continente imenso e singular: cultura ampla, pobreza também. Fascinante e complexo, imagino eu.


* Beijos!*

O Profeta disse...

Também eu vivi em África minha querida...sei o que é sentir isto...


Doce beijo

Vanuza Pantaleão disse...

Amiga, como te admiro!
Mas Francisco é incansável mesmo, mais que um Santo, não é mesmo!
Meus continhos têm a influência dos autores latino-americanos, mal comparando (quem sou eu?) com Borges, onde os mesmos são narrados na primeira pessoa e com toques de realismo fantástico e surrealismo, mas tenho outros tantos, um pouco diferentes.
Olha, estou aqui, muitíssimo preocupada com a nossa amiga Miriam que mora em Santa Catarina que está sendo destruída pelas águas, uma calamidade, penso até em interromper esse blog e lançar um campanha de blogueiros para ajudarmos esse estado lindo do nosso país e do mundo, por que não? Não podemos ter fronteiras numa hora dessas, estou muito aflita, são mais de 60.000 pessoas desabrigadas, vi na TV as encostas deslizarem e destruírem casas fortes, bem construídas...Vou enviar outro e-mail pra ela, de novo, tomara que responda!
Desculpe, Mariazita, por te transmitir tanta aflição. Aqui, no Rio, a chuva também não pára...Obrigada pela visita e fique com Francisco e Jesus!!!Bjs

Unknown disse...

Querida amiga e colega Mariazita,
estupenda esta história, o Francisco recuperou e ficou-lhe certamente grato, daí seguir todos os seus passos. Os animais sabem distinguir quem lhes faz bem.
Esta história fez-me lembrar de um pardal bébé que apanhei aqui no meu quintal, quase não tinha penas.
Metio dentro de uma gaiola que tinha vazia, pus-lhe água e comida, e pendurei-a num pessegueiro.
Um dia fui surpreendida com a mãe do passarinho. Tinha-o descoberto ali, e todos os dias o ia alimentar.
Fez-se um pardal lindo.
Quando achei que já poderia sobreviver sózinho soltei-o. Bateu asas e voou, mas tem dias que me lembro dele, como hoje por exemplo.

Beijinhos e uma boa semana para ti.

Ana Martins

Pelos caminhos da vida. disse...

Obrigada pela sua visita.

bjs.

Peter Pan disse...

Estimada e Simpática Amiga:
Uma realidade bela vivida e que vive em si como um sonho eternizado pela sua magia e fantástica atitude de sonhar.
Terno. Admirável, quando diz:
"...Mas, por agora, há que nos instalarmos na que vai ser a nossa moradia durante os próximos dois anos.
Não se trata de nenhum palácio, mas, depois de arrumada a nosso gosto, ornamentada com objectos que nos acompanharam, torna-se bastante confortável.
Aqui são as mulheres que trabalham nas casas dos “continentais”.
Parecendo fazer parte da mobília, já se encontrava na casa uma cozinheira, uma mulher simpática, que, vim a descobrir, tinha um coração do tamanho do mundo.
Bondosa, extremamente carinhosa com as crianças, gostava muito de animais. Em pouco tempo me trouxe para casa um cachorro, ainda pequeno.
Quando regressei levou-o para sua casa..."

Deve ser um recanto paradisíaco e de cativar na sua plena e imensa significação.
Muito terno, acolhedor e fantástico como VOCÊ é.
Beijinhos de respeito e estima sincera pelo que faz e faz deliciosamente.
Maravilhado...

peter pan

Obrigado pela simpática visita e pelas palavars encantadoras lá deixadas expressas.
MUITO OBRIGADO pela sua amabilidade e amizade.

Vanuza Pantaleão disse...

Amiga Querida!
Felizmente, ontem mesmo, a nossa estimada Miriam nos deu notícias, mas nada animadoras quanto à situação geral, embora ela e sua família estejam bem e ajudando aos seus irmãos. Agradecemos demais às suas preces e as daqueles que se unirem nessa Corrente de Amor e Solidariedade. Realmente, são cenas dantescas chocantes e tristes como a da menininha que aniversariava no dia em que sua casa desabou, coitadinha e perguntada sobre o que queria, disse bem baixinho que só queria "uma festinha". A "festinha" que Deus lhe deu foi sua própria vida. Espero que a chuva tenha passado, mas vou depois entrar no meu e-mail para saber mais notícias.
Deus lhe proteja, Amiga e à sua família também!
É reconfortante saber que, mesmo à distância, há pessoas com esse Bom Coração!!!
O Povo Brasileiro, em meu nome, te agradece!!!

Mariazita disse...

Oi, Oliver
O continente africano é grandioso!
Merecia ter sorte melhor.
Como teve o galo...Não sei que fim ele levou, sei que não morreu às mãos da Luísa.
Para além disso, prefiro não pensar!

Beijinhos
Mariazita

Mariazita disse...

Oi, Gerlane
É exactamente como dizes: fascinante e complexo.
Muitas etnias, diversidade de culturas, enormes problemas, dos quais, o menor não é, por certo, a fome.
Viciante, apesar de tudo.

Beijinhos
Mariazita

Mariazita disse...

Caro Profeta
Que bom que entendes!
Sei que também andaste por lá; só quem o fez compreende certos sentimentos.

Beijos
Mariazita

Mariazita disse...

Querida Vanuza
Depois de comentares já falamos sobre o principal do que relatas, portanto não vale a pena dizer mais nada...

Beijos, amiga, e coragem
Mariazita

Mariazita disse...

Querida Ana Martins
Sem dúvida que os animais reconhecem quem gosta deles.
A história que contas do passarinho está cheia de Amor.
Primeiro, o teu gesto de o recolher e tratar; depois, o facto de a mãe o descobrir - manifestação de amor maternal.
São boas recordações que nos ficam e que de vez em quando é bom reviver.

Beijinhos
Mariazita

Mariazita disse...

Oi, Ana Siqueira
Não precisa agradecer.
Só vou, mais do que uma vez, aos blogs de que gosto.

Beijos
Mariazita

Mariazita disse...

Meu caro Peter Pan
O nosso cantinho é o nosso palácio, não é verdade?
Pode até ser modesto...mas continua sendo um palácio!
Muito obrigada pelas suas palavras generosas.

Beijinhos
Mariazita

Mariazita disse...

Querida Vanuza
Graças a Deus que já recebeste notícias de Miriam.
Não admira que não sejam animadoras...a situação é gravíssima.
Tenhamos fé que as coisas melhorem.
Não faço nada demais dando apoio a quem precisa - apoio apenas moral, é certo, mas que é dado de coração.

Com certeza vc recebeu os emails que mandei. Reencaminhei para todos os meus contactos.
Assim se estabelece uma corrente bem forte, que vai ajudar, tenho certeza.

Beijinhos, querida
Mariazita

Meg disse...

Mariazita,

Depois de acabar de ler esta história do Francisco, ficou-me na mente a memória de sensações e situações já vividas. Sim, porque já por lá andei, ou antes, de África vim, depois de idas e vindas várias.
E depois são tantas as coincidências... quem sabe se não andamos por lá nas mesmas circunstâncias!

Um abraço com cheiro a África

Mariazita disse...

Olá, Meg
Que cheirinho bom tem o teu abraço!
É inesquecível, o cheiro.
Isso mesmo refiro no meu post publicado em 22 de Fevereiro "Saudosa África Distante - O cheiro de África".

Tal como tu também eu andei cá e lá.
Quem sabe se os nossos caminhos não se cruzaram...
Só Deus sabe.

Uma noite feliz e tranquila
Beijinhos
Mariazita

Daniel disse...

Mariazita

Memórias!... Que memórias!... Contadas de maneira de certo modo, noltágica. Porém muito bem conseguido, a trazer-me recordações.
Beijos,
Daniel

Mariazita disse...

Caro Daniel
Também tu tens memórias idênticas, de lugares semelhantes, eu sei.
Há sempre uma certa nostalgia nestas recordações...

Beijinhos
Mariazita

Elvira Carvalho disse...

Amiga, já cá vim. Li metade do postr, mas estou muito cansada e sonolenta. Volto logo que possa para acabar de lê-lo, e depois volto a comentar.
Um abraço

Mariazita disse...

Querida Elvira
Não te preocupes com comentários.
Precisas, acima de tudo, pensar na tua saúde.

As tuas melhoras.
Beijinhos
Mariazita

Elvira Carvalho disse...

Gostei da história do Francisco.
Lembrei-me que há 40 anos atrás fui sair com a minha sobrinha que era pequenita. Ela viu um patinho, daqueles que se vendiam na feira, patinhos de um dia. E ficou encantada com o patinh. Tanto que eu lhe comprei o patinho. Pois ela andava com o patinho a colo o dia todo. E quando o punha no chão o patinho ia a "chorar" atrás dela para todo o lado. O patinho cresceu, fez-se um belo pato e um belo dia, a minha cunhada resolveu fazer arroz de pato. Acredita que a minha cunhada, matou o pato, e ninguém comeu o pato? Na hora do almoço a minha sobrinhita começou a lembrar todas as gracinhas do patinho. E depois desatou a chorar, e a comida acabou no lixo sem que ninguém tivesse almoçado.
Um abraço

Mariazita disse...

Querida Elvira
Só agora reparei que tinhas deixado aqui outro comentário.
É muito comovente a história que contas da tua sobrinha e do patinho.
Depois do que me aconteceu com o Francisco não me admiro que o patinho a seguisse para todo o lado.
Admiro é a coragem da tua cunhada, em fazer com ele arroz de pato! E também não me espanta nada que ninguém o conseguisse comer…
Não sei qual foi o destino final do Francisco; mas a Luísa, que uns anos depois veio para minha casa, ainda o deixou com vida lá na terra dele.

Beijinhos
Mariazita

Fenix disse...

Adorei, adorei, adorei!!!

Eu não tive um Francisco, mas criei uma "Castanholas"!
Também nasceu lá em casa, mas numa chicadeira, portanto não teve mais nenhuma mãe senão eu.
Fez-se uma galinha enorme, redonda, de penas lindas castanhas lustrosas!
Só não me seguia para todo o lado porque não tinha autorização de sair da capoeira, mas lá, quando eu me aproximava dela, até o piar mudava. Galinha, grande e já adulta, voltava a piar como um pintainho quando eu estava ao pé dela!

Que saudade amiga Mariazita!
Que gosto em ler-te!

Beijinhos e um grande abraço!